Marina Sexta, 13 de Janeiro, 22:54

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Pérola e eu trocamos olhares assim que notamos Leone sentado na mesa entre os convidados

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Pérola e eu trocamos olhares assim que notamos Leone sentado na mesa entre os convidados. Me arrependi no mesmo segundo de ter aceito o convite de Eliza.

Leone é o ex-namorado da Babi e o término deles não foi nada agradável. O cara é mais velho e muito galinha. Eles ficaram juntos por quatro meses e nós perdemos a conta de quantas vezes ele a traiu.

A cada, digamos, "chifre" novo, era para o nosso colo que ela corria. Pérola e eu nunca fomos com a cara dele e assim que ele pisou na bola pela primeira vez, nós a aconselhamos que terminasse, mas ela sempre alegou que era muito apaixonada por ele e que o cafajeste havia prometido mudar por ela.

Isso se repetiu inúmeras vezes até que o próprio safado terminou com ela. Na minha opinião, teria sido tão melhor se ela tivesse enxergado o atraso de vida que ele era e terminado logo.

Ter sido dispensada foi um golpe duro pra Bárbara. Ela é uma menina tão bonita, alegre, inteligente, mas precisou trabalhar duro para elevar sua autoestima. Bárbara não é uma menina muito segura de si porque se achava um patinho feio até pouco tempo atrás quando ainda usava um aparelho extrabucal, se achava gordinha e odiava as orelhas um tanto salientes. Hoje ela já superou todas essas questões, mas esse pé na bunda deu uma balançada nela. Durante um mês ela ficou derrubada, sem querer sair e só ia ao colégio, pois seus pais a obrigavam.

Demorou um tempão para ela se recuperar e agora, por minha culpa, ela está cara a cara com esse fantasma do passado novamente.

- Vamos abreviar ainda mais esses parabéns, tá? – Pérola cochicha no meu ouvido. Balanço a cabeça concordando e dou um sorrisinho para disfarçar.

Chego perto de Bárbara para cochichar o mesmo em seu ouvido, mas vejo que o inimigo foi mais rápido. Leone se levantou, e com um cavalheirismo que quem o conhece sabe ser falso, puxou a cadeira para acomodar Babi em seu lugar.

Para meu desespero, noto o encantamento de Bárbara com o gesto. Troco novos olhares com Pérola e percebo que ela entendeu a mesma coisa que eu: perigo à vista.

Nossa amiga tem o rosto iluminado, parece se derreter pela atenção que o rapaz dispensa a ela. Ele faz sinal para um garçom que pergunta a ela o que quer beber. Sem que ela tenha a chance de responder Leone se adianta:

- Chá gelado?

- Nossa! Você se lembra. – Babi se derrete.

Ele sorri maliciosamente. É um Don Juan treinado esse Leone. A Situação já estava alarmante, porém quando a bebida chegou, a situação se agravou. O rapaz colocou dois canudos e eles beberam juntos. Cabeça com cabeça.

- Está parecendo àquela cena do filme A Dama e o Vagabundo. – Pérola cochicha em meu ouvido.

- Acho que perdemos ela. – cochicho de volta.

- Não vamos ficar aqui assistindo esse Titanic afundar em reprise. Vamos fazer alguma coisa.

- Deixa comigo. – digo e me viro para interromper a cena brega de romance. – Então Babi, nós temos que ir não é mesmo? Temos aquele lance amanhã cedo.

O DELÍRIO DA NOVIDADEOnde histórias criam vida. Descubra agora