Marina Sexta, 24 de Março, 20:19

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- Obrigada amiga por interromper sua yoga para me ouvir

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- Obrigada amiga por interromper sua yoga para me ouvir. Eu liguei pra Babi, mas ela foi jantar em um japonês com o Samuel. Ela estava felicíssima. – agradeço à Pérola, sentada em posição de lótus sobre um tapetinho lilás em sua varanda enquanto eu sinto o conforto do suave balançar da cadeira de balanço de vime que um dia foi de sua avó.

- Imagina Marina, eu só estou tirando onda. Desde de que comentei com minha mãe que na casa do Samuel tem um espaço zen para praticar yoga, ela não sossegou até transformar nossa varanda numa filial de loja esotérica. Reparou na mandala pendurada ali na parede? Linda né?

- Lindíssima – elogio sem ter realmente reparado devido ao tamanho da minha aflição. Pérola parece perceber.

- Vai desembucha, o que houve? Eu não entendi direito o que você falou no áudio do whatsapp – tia Clarisse a interrompe abrindo as portas de vidro da varanda.

- Oi Marininha, não sabia que você estava aqui – simpática e maternal como sempre, ela me dá um beijinho do topo da cabeça.

- Oi tia, cheguei agorinha mesmo.

- Seu pai está viajando? Você vai dormir aqui hoje?

- Não tia, ele deve estar chegando em casa já. Ele pegou só ponte aérea essa semana.

- Ah! Que bom, querida. Você deve sentir muita falta dele né? Ele viaja tanto!

- Eu já estou acostumada e também ele compensa bastante nas folgas mais longas que ele tem entre uma viagem demorada e outra.

- É verdade. As folgas são muito boas – ela diz alegre – Meninas, vejam o que eu tenho aqui. Chocolate quente.

- Nossa mãe! Você não esperou nem o outono dizer a que veio e já começou a estação de caldos e bebidinhas quentes? – implicante, Pérola faz coseguinhas na mãe – Ainda está fazendo calor, sabia?

- Eu sei filha, mas é que seu pai chegou exausto de uma cirurgia, parece que foi um parto complicado, aí me pediu uma bebida reconfortante. Patrick, seu irmão também quis então fiz logo uma jarra grande para todos nós.

- O cheirinho está delicioso tia. Eu vou querer – digo com a intimidade de quem frequenta a casa desde pequena.

- Eu coloquei uma pitada de canela, mas você gosta, né Marina? – ela despeja o liquido marrom fumegante em uma xícara de porcelana onde se lê 'melhor mãe do mundo' – Fique com minha caneca mesmo que busco outra pra mim na cozinha, querida.

- Obrigada. – pego a caneca com cuidado para não queimar as mãos e sopro para esfriar mais rápido.

- Os biscoitinhos são de gengibre com açúcar mascavo – ela deixa uma cestinha cheia de biscoitos caseiros cortados em formato de estrelinhas – Vou deixar vocês continuarem com a fofoquinha. Cuidado com o chocolate, está muito quente.

O DELÍRIO DA NOVIDADEOnde histórias criam vida. Descubra agora