Marina Sábado, 11 de Fevereiro, 21:22

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Caprichou hein Murphy? Se esmerou legal pra me ferrar desta vez né? Logo a Paty? Pô, minha própria irmã? Não tem nem competição, eu jamais me meteria entre minha irmã e o carinha que ela gosta

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Caprichou hein Murphy? Se esmerou legal pra me ferrar desta vez né? Logo a Paty? , minha própria irmã? Não tem nem competição, eu jamais me meteria entre minha irmã e o carinha que ela gosta.

Decretei o fim da festa pra mim, mas minhas amigas também não quiseram mais ficar lá. Samuel, que veio com seu motorista, está nos dando uma carona para casa, mas não é bem pra lá que eu queria ir agora. Vai que a Paty aparece com o vocalista para um after?

- Vamos lá pra casa tá Marina? – sentada do meu lado direito no banco de trás do carro de Samuel, Pérola parece ler meus pensamentos.

- Isso mesmo, vamos nos entupir de chocolate. – diz Bárbara à minha esquerda.

- Mas e o Samuel? – cochicho discretamente no ouvido dela.

- Aposto que ele não é muito afeito a brigadeiro de panela e drama feminino. – ela cochicha de volta

- Não foi isso que eu quis dizer.

- Eu sei. – Bárbara me interrompe – Isso é entre a gente, tá? E o Samuel é legal o suficiente para entender que, agora, minha amiga precisa de mim.

Se eu já estava tendo dificuldade em segurar o choro, com essa demonstração de carinho da Babi, ficou mais difícil ainda. Muitas pessoas podem achar a Bárbara esnobe, arrogante, sarcástica e fútil e bem, ela é tudo isso, mas só na superfície, só na fachada. Quem a conhece de verdade sabe que ela é amorosa, engraçada, inteligente, divertida e protetora. Uma super amiga.

Na falta da minha mãe, com as constantes viagens do meu pai e a indiferença da Patrícia, juntamente com a Rosinha, minhas amigas salvam o meu mundo. Elas são as melhores, eu as amo e agradeço muito à Deus por tê-las colocado no meu caminho! Somos inseparáveis desde que me mudei pro nosso prédio aos seis anos. Eu sabia que podia contar com elas pra tudo, e essa noite, depois de ter meu coração despedaçado duas vezes, não tem outra companhia que eu queira mais do que a dessas duas.

O carro para na frente da portaria do nosso prédio. Pérola e eu descemos, agradecemos a carona, nos despedimos de Samuel e seu motorista e seguimos até o elevador deixando Bárbara para trás para se despedir propriamente do seu boy.

O elevador chega e apertamos o botão do décimo primeiro andar, onde fica o apartamento de Pérola. Durante o trajeto nenhuma de nós duas diz nada e assim que entramos pela porta, lembro de avisar Rosinha que vou dormir aqui.

- Vou na cozinha interfonar pra Rosinha tá?

- Vou com você, vou preparando o brigadeiro. – Pérola dá uma piscadela.

- Oi, boa noite seu Antônio, pode interfonar pro 61 por favor? – peço ao porteiro pelo interfone - Alô? Oi Rosita, sou eu, escuta, vou dormir aqui na Pérola hoje tá?

- Ué? Já chegou Marininha? A festa foi boa não?

Cara, a Rosinha sempre sabe de tudo. Impressionante!

- É, pois é, estava muito sem graça sabe. As meninas e eu preferimos voltar cedo para assistirmos à um filme. – minto rezando para ela cair, porque acho que Rosinha é a pessoa que melhor me conhece no mundo, melhor até do que as meninas, mas acho que ela estava com sono, ou então seu radar não funciona através do interfone porque ela não argumentou comigo.

- Tá bem minha filha, divirta-se. Ah, você vem pro almoço de domingo amanhã né? Seu pai vai chegar de viagem e com certeza vai querer a família reunida em volta da mesa.

- Claro Rosita, vou sim. Você vai fazer lasanha pra mim?

- Com bastante queijo e molho branco, do jeitinho que você gosta.

-Você é demais! Te amo. Beijo e boa noite.

Quando desligo o interfone já me sinto um pouco mais animada. Sempre me sinto melhor quando converso com a Rosinha e ainda mais quando meu pai volta pra casa. Pra melhorar ainda mais o meu humor, o cheiro do brigadeiro da Pérola invade a cozinha e Bárbara aparece na porta segurando o box das dez temporadas de Friends em uma mão e um saco de pipoca de micro-ondas na outra.

- Hora de engordar e rir meninas. – ela diz com o sorriso mais fofo no rosto.

O DELÍRIO DA NOVIDADEOnde histórias criam vida. Descubra agora