Pérola Sábado, 11 de Março, 21:10

4 1 0
                                    

- Vai Marina, por favor

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

- Vai Marina, por favor. Ela nem está em casa. Nem seu pai, só a Rosinha e essa daí come na sua mão. Se ela nos flagrar fuxicando no quarto da Patrícia, tenho certeza de que não vai te dedurar. – Bárbara tenta convencer Marina para entrarmos no quarto de sua irmã enquanto ela está fora com as amigas.

- Mas o que você tanto quer fazer lá Bárbara? – pergunto.

- Fuxicar nas coisas dela, ué! – olho pra ela com cara de quem acha a ideia absurda e ela dá de ombros – Ah vá, eu estou entediada. Mais um sábado à noite e nenhum programa interessante pra fazer. Só estou tentando me entreter.

- Onde está o Samuel? Porque vocês não pegam um cineminha? – sugiro estendendo o telefone para ela ligar pra ele.

- Não tenho ideia e, como ele não é meu namorado, ainda, - ela ergue os olhos para o teto e levanta as mãos como que a pedir aos céus para ser atendida – não posso ficar no pé dele toda hora. Ainda mais porque ele prometeu ir comigo na superfesta de quinze anos que a insuportável da minha prima Juliana vai dar no mês que vem.

- Tá certinha Babi. – pisco um olho para ela. Homens detestam mulheres grudentas, é preciso respeitar o espaço deles.

- Então... vai Marina, me deixe entrar no quarto da Patrícia! Estou no maior bode, quero me distrair.

- O que pode ter de tão interessante lá? Você sabe que ela me proibiu de passar por aquela porta. – Marina argumenta receosa.

- Sei lá, um diário, roupas lindas, chocolate malocado, fotos comprometedoras. Mil coisinhas. – Marina revira os olhos para Bárbara, mas meu alerta de curiosidade acende - Eu já disse, não se preocupe a Rosinha não vai te dedurar.

- Agora eu fiquei curiosa – confesso.

- Até você Pérola? – Marina se espanta e balança a cabeça incrédula rindo – Tá. Tá bom, mas olhem rapidinho que tenho medo dela chegar a qualquer momento.

Então vamos as três, pé ante pé, até o quarto ao lado do de Marina. Eles são quase idênticos. Uma cama de solteiro, armário embutido, escrivaninha, estante de livros e um painel com TV e outros eletrônicos. A diferença fica por conta dos objetos pessoais e toque decorativo de cada uma.

O de Marina é ultra organizado – o ascendente dela é em Virgens, hello! - , adornado com seu violão, porta-retratos com fotos dela com o pai, com a Rosinha e com as amigas, pôsteres de bandas de rock e músicos de jazz, etc. Já o de Patrícia é bagunçado, com roupas, bichinhos de pelúcia, revistas e dezenas de fotos soltas espalhadas para todo lado. Mal se vê o chão e sua cama.

- Jesus! – exclamo – Graças à Deus vocês não dividem o mesmo quarto. Como podem ser tão diferentes?

- Se eu fosse você, dividiria o quarto com ela e no outro que sobrasse eu faria um espaço zen para meditação igual ao que tem lá na casa do Samuel. – Bárbara sugere – Lá em casa não dá por causa dos meninos né?

O DELÍRIO DA NOVIDADEOnde histórias criam vida. Descubra agora