Bárbara Sábado, 11 de Fevereiro, 20:37

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Samuel está tão lindo com esse paletó preto e sapatos de couro

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Samuel está tão lindo com esse paletó preto e sapatos de couro. A Pérola está certa, ele é mesmo um príncipe da Disney, vou ter que admitir isso. Ah quer saber? Sorte a minha. Qual é a garota que não sonha com um príncipe de contos de fadas? E o que é ele dançando? Meu Deus, que sexy! E o seu sorriso? Adoro o sorriso do Samuel! Ele é daquele tipo que chega até os olhos, tão sincero, tão puro. Dá pra sacar que é de verdade. Ele sempre abre esse sorriso quando me vê. Meu coração dá um pulinho engraçado quando ele faz isso. Acabo sorrindo de volta também.

- Como você está gata! Adorei o que fez com o cabelo. – Samuel diz diretamente aos meus ouvidos, já que a caixa de som está estridente.

- Obrigada. – respondo gritando um pouco- Vamos sair daqui? Não dá pra conversar.

- Você não quer mais dançar? Eu adoro essa música.

- Daqui a pouco a gente volta, eu queria conversar um pouquinho com você. – dou um sorriso doce - Caramba, o som está tão alto aqui!

Samuel pega na minha mão e me conduz com firmeza para a lateral do ginásio para evitarmos a multidão e podermos chegar a algum lugar mais calmo e com menos barulho.

Marina e Pérola continuam dançando, mas meu remorso por deixá-las diminui quando vejo nossa galera se juntando a elas na nossa rodinha. Drica, Manu e Berê chegam dançando com Rico, Bocão e Lucca.

Sentamos então nos primeiros degraus da arquibancada de forma a podermos olhar nos olhos um do outro.

De repente as palavras me fogem. Os olhos azuis dele, tão ternos, me fazem ter vontade de abraçá-lo. Ele me transmite tanta paz, tanto carinho. É uma mudança grande pra mim. Estou mais acostumada com carinhas afobados que me fazem ficar com a respiração ofegante. Essa coisa calma, profunda, é novidade total. Isso é uma coisa boa. Eu acho.

-Samuel.

-O que foi Bárbara?

Falamos juntos e caímos na gargalhada. Ele fica me olhando em silêncio aguardando o que vou dizer. Sinto a tensão apertar meu estômago, mas decido enfrentar o medo da rejeição e tomar a iniciativa. Mordo meu lábio inferior e encho meus pulmões de ar e disparo tudo de uma vez só.

- Samuel, eu estou gostando muito de conhecer você. Você é tão lindo, tão doce, tão leve, divertido. Tem me feito tão bem esses dias em que conversamos no colégio. Eu sei que ainda é muito cedo, a gente só se conhece propriamente há uma semana, mas as coisas mudaram bastante ultimamente, os tempos são outros...

Meu coração dispara aqui. Tento deixar no ar para ver se ele toma alguma iniciativa, ou continua de onde eu parei, mas Samuel parece estar aturdido. Ele permanece mudo e então franze a testa e olha para baixo como se considerasse algo.

Ai meu Deus, será que avancei demais o sinal? Será que vou levar uma multa por infração gravíssima?

Ele inspira e solta o ar ainda sem me encarar. Eu, ao contrário, acho que parei de respirar e só volto quando ele olha dentro dos meus olhos. Ninguém nunca me olhou assim. Talvez o oculista, mas só ele e certamente nunca o Leone. O Leone nunca. Esse só olhava pro meu decote.

- Samuel – decido continuar usando todo meu estoque do pozinho de pirlimpimpim de coragem – o que estou tentando te dizer é, na verdade estou querendo te pedir – pego sua mão e entrelaço seus dedos nos meu – você quer ficar comigo? – ele beija minha mão suavemente e segura meu olhar com o dele.

Palavras, onde estão vocês? Resposta? Caramba que suspense! Já estou começando a me sentir humilhada e ele só me olhando. Ainda considerando a proposta?

Ele é perfeito demais para eu deixar passar. Vale a pena meu sacrifício, mas o suspense está me angustiando. Ele olha mais uma vez para baixo, esfrega a testa e em seguida ergue os olhos com doçura e sorri para mim.

-Claro. Eu quero ficar com você.

Fico então na expectativa do primeiro beijo, mas ele não toma qualquer iniciativa. Acho que ele é muito tímido. Talvez em um lugar mais reservado ele se solte.

Que se dane, vou furar o sinal mais uma vez, pelo menos agora já tenho seu consentimento.

Levanto, pego a mão dele e desta vez sou eu quem nos conduz, com firmeza, para trás da arquibancada do ginásio. O famigerado local de pegação dos alunos.

Está um tanto escuro e percebo logo que outros casais tiveram a mesma ideia. Procuro um cantinho desocupado e, assim que acho, Samuel toma as rédeas da situação e me dá um abraço longo e deliciosamente perfumado, devo dizer.

O beijo que tanto ansiei não demora a começar e é muito melhor do que eu poderia esperar de um lorde inglês como ele. Começa devagar, explorando vagarosamente o território e então se torna urgente e cheio de paixão.

Saímos de lá alguns minutos depois um tanto quanto ofegantes e muito felizes. O sorriso ainda está grudado na minha boca quando parece que ele é arrancado de lá bruscamente.

Logo na nossa frente noto o tal vocalista da banda, saindo detrás da mesma arquibancada em que estivemos, carregando sua jaqueta de couro pendurada sobre um dos ombros e envolvendo com um dos braços uma morena muito familiar.

Familiar demais. Família mesmo, família a vera. Família de sangue.

Prevejo dramalhão mexicano em nosso futuro.

O DELÍRIO DA NOVIDADEOnde histórias criam vida. Descubra agora