Roberto Domingo, 26 de Fevereiro, 16:32

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- Cavalera, chega aí – chamo Carlos Eduardo que está tranquilão sentado numa cadeira de plástico comendo um saco de salgadinho de milho – Já montou a batera lá no palco que o Rafael improvisou?

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- Cavalera, chega aí – chamo Carlos Eduardo que está tranquilão sentado numa cadeira de plástico comendo um saco de salgadinho de milho – Já montou a batera lá no palco que o Rafael improvisou?

- Nada, Beto. Ganhei uma aposta que fiz com o Dread então mandei ele montar pra mim porque estou na maior leseira hoje.

- Depois você reclama de preconceito com as piadas de baiano preguiçoso e fica ameaçando chamar a anistia internacional. – dou um tapa no chinelo de couro do baterista e roubo um salgadinho de milho – Eu quero passar o som antes da galera chegar.

- Relaxa cabra, em primeiro lugar, eu sou cearense e em segundo lugar, o Roger nem chegou ainda.

- O Roger não chegou? Não acredito velho, como é que a gente pode ser profissional cercado de amadores? – levo as mãos à cabeça e puxo meus cabelos de nervoso.

- Rapaz tu muito estressado! O Rafael disse que o pessoal só vai chegar lá pras seis horas, num sabe?

- Eu ligado meu irmão, mas acontece que eu estou muito a fim de fazer nossa banda decolar e pra isso acontecer precisa que todos os componentes da banda colaborem.

- Todos nós queremos a mesma coisa Beto, mas não somos estressados como você. Isso aqui é só uma festinha de despedida em um play de prédio, não é o Rock in Rio.

- Profissionalismo não depende da ocasião Cavalera, aprenda isso desde agora.

- Tá certo Beto, tá certo. Fique tranquilo, olhe lá quem está chegando.

A porta do elevador abre e Roger sai lá de dentro com Rafael e Gustavo carregando sacos de gelo e engradados de refrigerante.

- Fala Beto, beleza cara? – Rafael vem em minha direção e trocamos um aperto de mão breve. Ele é ex da minha mina, então não paro muito na dele, mas um Gig é um Gig, não podemos desperdiçar a oportunidade – Nós só vamos levar essas coisas lá pra cozinha e já libero o Roger pra vocês passarem o som.

- Tranquilo – digo com pouca sinceridade.

- Já chegou, Roger? Beleza, já terminei de montar a batera lá no palquinho. Bóra passar o som? - Dread vem em nossa direção e assim que avista os caras do 3º ano começa a babação – Opa! Se não são o orgulho do Colégio Ouro Preto bem aqui na minha frente.

- Posso dizer o mesmo! Poxa, Memphis 191, a banda mais promissora do Brasil tocando na nossa festinha de despedida? Sucesso! – Gustavo carrega na tinta da simpatia.

- Que fantástico, somos um belo grupo fabuloso e promissor. Agora vamos passar o som, banda? – encurto com sarcasmo a rasgação de seda que se estende entre Dread, Cavalera, Rafael e Gustavo até minha paciência se esgotar.

- Liga não rapaziada o Beto é assim mesmo. Acha que por ser o vocalista é o líder e tem a obrigação de botar ordem na casa – Dread diz e Cavalera levanta o braço para cumprimentá-lo com um Hi-5.

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