CAPÍTULO 3

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OLÍVIA

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OLÍVIA

Sinto o peso de uma mão em minha testa, e logo em seguida um praguejar. Tento me mexer mas não consigo, estremeço de dor com a tentativa.

— Fique quieta — a voz masculina é grossa, suas palavras ríspidas fazem meus olhos se abrirem.

Encontro o mercenário da estrada me encarando, sentado encostado em uma árvore próxima.

— Achei que já estaria me fazendo em picadinhos a essa hora — minha voz sai rouca pelos gritos e falta de água.

— Não sou um mercenário como você balbuciou horas atrás, enquanto delirava aqui no chão — ele volta seu foco para a espada em sua mão e continua a limpar a lâmina.

— Não acredito em você.

— Se não deixar você morrer congelada na neve não é prova o bastante.

Certo, ele com toda certeza não é um mercenário.

Me esforço para examiná-lo, a noite já caiu sobre nós mas a fogueira que o estranho acendeu ilumina o nosso redor. As chamas lançam seu brilho no rosto dele, e com certa relutância ouso pensar que ele é um tanto atraente. Seu cabelo é escuro assim como seus olhos, seu rosto é bonito mas á distância não consigo chutar sua idade; o corpo dele é forte parece todo músculos, mesmo com a distância. Ele é um bom lutador, na verdade ótimo, talvez seja algum soldado voltando para sua temporada em casa.

— Você está ferida, não sei como ou porque e não me interessa, estamos perto de Volterra e para onde vou, poderá se recuperar lá.

— O que quer em troca ? — não sou estúpida apesar da febre estar fazendo seu efeito em minha cabeça, ainda não a perdi completamente. O mundo não é um local solidário desde que me entendo por gente, não vai começar a ser agora.

— Não tentar me matar de novo seria um bom começo.

— Não posso prometer nada — tento sorrir debochadamente para ele, provocar alguém é uma boa maneira de descobrir quem ela é de verdade, mas tenho certeza que meu sorriso se parece mais com uma careta. Seguro a capa e a levo ao rosto para secar o suor que ainda brota em minha testa, minha mão treme sem parar e o tecido escapa entre meus dedos.

Fico tensa quando o homem se levanta e caminha em minha direção, ele se ajoelha ao meu lado, e mais uma vez sinto sua mão pesada em minha testa.

— Está piorando — ele franze as sobrancelhas como se estivesse irritado — Devemos chegar amanhã de manhã na aldeia, Lucinda deve conseguir te ajudar, onde está a ferida ?

Não respondo.

Não tenho certeza se posso, se ele ver minhas costas e não for muito burro, deve deduzir quem eu sou, com toda certeza ele iria arrancar minha cabeça e ir ao rei atrás de sua recompensa.

Olívia (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora