PRÓLOGO

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Olivia Sarabely tinha os olhos perdidos no horizonte, os fios negros que escapavam de sua trança mal feita chacoalhavam ao vento

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Olivia Sarabely tinha os olhos perdidos no horizonte, os fios negros que escapavam de sua trança mal feita chacoalhavam ao vento.

Para qualquer um que olhasse á distância, veria apenas uma garotinha pequena com calças grandes demais para seu corpo infantil, os curiosos talvez notassem que ao seu lado uma espada de madeira estava partida em duas.

Mas jamais poderiam imaginar que aquela espada fora partida pelas mãos da criança sentada ao lado dos restos da madeira.

Mas aquilo era para os estranhos que bisbilhotavam a realeza.

Para quem quer que conhecesse a princesa, saberia que a visão da garota imóvel e com olhos perdidos não poderia ser real, e Klaus treinava aquela garota há tempo suficiente para saber que havia algo muito errado.

Ele não costumava se importar com os sentimentos das pessoas, e já estava ficando velho demais para mudar, ainda assim a visão da criança sentada desolada fez uma parte adormecida dele despertar.

Klaus se aproximou devagar, e nos poucos segundos que demorou para chegar até a princesa, rezou para que os boatos fossem mentira.

Os olhos dela se ergueram para encontrar os dele, e naquele instante ele soube que suas preces não foram ouvidas, ele soube quando viu os olhos dela que era verdade o que diziam.

Olivia Sarabely tinha os olhos azuis mais brilhantes e cheios de vida que ele já viu... olhos que pareciam sorrir o tempo todo, ela distribuía sorrisos banguelos para qualquer um que entrasse em seu caminho, a garota mais gentil e bondosa que poderia haver. Klaus tinha absoluta certeza de que ela seria a futura rainha, que venceria, não por suas habilidades em luta, não, aquilo não era possível, apesar de conseguir manejar de forma decente uma espada, Olivia era boa demais para enterra-la em alguém, seu desejo de ser uma guerreira era apenas um sonho infantil passageiro.

Sua alma amorosa a tornaria uma rainha boa que reinaria em meio a paz.

Mas aquela garota o encarando era apenas um sussurro esquecido da princesa que ele conhecia.

Os olhos azuis estavam apagados e ela não sorriu para ele.

A princesa sempre sorria para Klaus quando o via, mesmo que ele nunca retribuísse, e ela sempre tagalerava nos treinos, mesmo que ele não contribuísse para o assunto.

A verdade é que o treinador já havia se acostumado com ela pulando e falando enquanto ele tentava ensiná-la a derrubar um oponente, era irritante no inicio mas Klaus passou a apreciar aquela garotinha cheia de vida e energia... ela era tão diferente dele e das pessoas perversas que rodeavam a corte.

- Pode ficar sem treinar hoje se assim desejar - O treinador não tinha certeza se pegar leve com ela era a melhor decisão.

Ele já havia passado pelo mesmo que a princesa quando era ainda mais jovem que ela, e a verdade é que nada diminuía a dor, nada limpava o suficiente, e nada jamais poderia apagar.

Olívia (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora