CAPÍTULO 24

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OLÍVIA 

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OLÍVIA 

Abro os olhos devagar, com a visão momentaneamente turva, fico alguns segundos sem saber onde estou.

Sinto a presença ao meu lado, e mesmo contra todas as possibilidades sinto um medo terrível de olhar e vê-lo sentado ali.

Prendo a respiração, e espio rápido. A onda de alívio que sinto quando vejo Lucinda, passa rápido quando olho para a vela acesa na mesa ao lado.

— Apague a vela — minha voz falha, como uma maldita covarde que sou.

Ela hesita apenas um segundo antes de soprar a chama, permitindo que a escuridão rasteje para o quarto, sendo expulsa apenas pela parca luz da lua que atravessa a janela.

As lembranças do que fiz inundam minha cabeça como uma onda gigante, me arrastando para um vazio infinito.

Apenas o silêncio ecoa em meu peito, entorpecidamente gélido.

Só há uma coisa. A única maldita coisa que me assombra nesse instante. Olho para Lucinda, também me encarando, e tenho medo de perguntar, medo da resposta.

Ela parece ler meus pensamentos.

— Ele está bem — sua voz quebra o silêncio desesperador — está se recuperando, foi por pouco, mas o que importa é que Xavier vai sobreviver.

Deixo escapar um suspiro aliviado.

Procuro alguma coisa para dizer, mas não consigo pensar em nada, não existem desculpas suficientes para o que fiz, nem perdão, não há nada para mim, nunca houve.

— Me dê alguma coisa, qualquer uma, que me faça apagar — Peço a Lucinda, se é que sou digna de tamanha misericórdia, só desejo apagar, ir para longe desse vazio e dos pesadelos, mesmo que não dure, que eu tenha que encarar tudo de novo mais tarde. Agora, eu só quero fechar os olhos, e nunca mais acordar.

— Eu não acho que isso seja o melhor agora — a voz da curandeira parece hesitante.

Balanço a cabeça sem forças para brigas ou ameaças, sem palavras para qualquer além :

— Por favor.

Lucinda me olha com pesar antes de se virar para a cesta a seus pés e pegar um pequeno frasco. Ela derrama o líquido transparente dentro da taça em cima da mesa, e então despeja um pouco de água.
Seus passos calmos se aproximam da cama, me levanto parcialmente quando ela estende a taça para mim, mas quando tento puxar, ela segura com mais força.

—Esta é a primeira e última vez que recebe isso de mim Olívia, não serei eu que a ajudarei a fugir de seus próprios demônios, não existe atalho, não existem ervas para trilhar o caminho, apenas você pode.

Encaro seu olhar duro sobre mim.

—Não estou fugindo. — é a única coisa que consigo dizer, mas soa tão falso, que nem eu mesma acredito.

Olívia (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora