CAPÍTULO 4

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OLÍVIA

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OLÍVIA

Meus pensamentos pulam de uma lembrança a outra, uma tortura da qual eu não consigo escapar.

Estou andando na neve, correndo entre as árvores, estou no quarto escuro e logo em seguida em um cadafalso em meio a multidão com um açoite descendo sobre mim.

Estou em tantos lugares, e em nenhum deles pertenço a mim mesma.

Sou apenas de meus pesadelos.

Caminho pelo corredor do castelo com as tochas iluminando o caminho, paro apenas quando chego no quarto de Lívia, então entro.

Ela está deitada na cama, mais pálida do que de costume e parece ainda mais pequena em meio a tantos cobertores para aquecê-la. Foi minha culpa ela ter escorregado na neve, jamais devia ter seguido em frente com a aposta ridícula, mas raramente damos ouvido a razão.

— Ela está melhor ?

Atraio o olhar de minha mãe com a pergunta, seus olhos estão inchados e vermelhos quando encontram os meus, ela estende a mão para que eu me aproxime hesitante, temo que esteja chateada com a falta de responsabilidade com a qual demonstrei hoje, minhas escolhas colocaram a vida de minha irmã em risco.

Mas seu toque é gentil quando toca meu rosto arranhado pelos galhos das árvores, e sua expressão parece apenas preocupada.

— Está ferida meu bem ?

Balanço a cabeça negativamente, enquanto ela examina meus braços.

— Sinto muito — sussurro.

— Não precisa se desculpar — mamãe me puxa para seu colo e me abraça forte — estou feliz que esteja segura e sem nenhum machucado grave.

Ficamos sentadas juntas por um tempo, apenas olhando Lívia adormecida.

Então ela se levanta, e caminha comigo para fora do quarto.

— Vá descansar Olivia — ela solta minha mão e me dá as costas, mas para antes de se afastar e se ajoelha em minha frente.

Suas mãos envolvem meu rosto e sua testa pressiona a minha com delicadeza.

— Estou com você querida — seus olhos parecem brilhar com lágrimas contidas — estarei sempre com você.

E então se afastou apressada pelo corredor.

Ela mentiu para mim.

Essa foi a última vez em que minha mãe me tocou... a última vez que me olhou com carinho.

Seu sempre se tornou um nunca, e ela jamais esteve comigo.

Não controlo meu corpo pequeno e desengonçado de sete anos, não controlo nada, sou uma marionete em meio aos pesadelos, e os monstros se revezam para puxar as cordas.

Olívia (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora