CAPÍTULO 35

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OLÍVIA

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OLÍVIA

Os dias passaram com uma tranquilidade que a muito tempo eu não via, parecia que uma maré de sorte finalmente estava dando as caras por minha vida. Eu continuei a trabalhar com as outras mulheres em diferentes turnos, e continuávamos na mesma dinâmica desde o primeiro dia.

Elas cochichando e me olhando assustadas, e eu apenas fazendo a porra do meu trabalho.

Não era os melhores momentos do meu dia, e no começo tinha sido difícil lidar com as dores nas costas depois de passar tantas horas sentada esfregando ramos de trigo para debulhar as sementes. Mas agora que eu tinha me acostumado, achava o processo um calmante para minha cabeça sempre barulhenta. Eu comecei a pegar mais turnos, e passava grande parte do meu dia no armazém com outras mulheres. Quando saia, Crystal e Liliana me esperavam em casa, prontas para aprenderem a lutar, como eu tinha prometido ensina-las antes de toda a merda com Xavier explodir. Então quando a noite caia, eu estava tão cansada, que apenas fechava os olhos e apagava, sem sonhos ou pesadelos. Mas os dias ruins ainda me perseguiam, as vezes o cansaço não é suficiente, e minha mente fica perto demais de pular em direção aquele precipício sombrio que sempre estava a espreita, então eu levantava, e passava toda a madrugada treinando, fortalecendo meu corpo, que já começava a dar sinas de melhora. Eu preciso me manter ocupada, lutando ou trabalhando, não importa, desde que me deixe longe de problemas.

— O que você acha desse? — Olho para cima, encontrando Crystal com um lindo vestido azul com detalhes dourados, que parecia combinar muito bem com a cor de seu cabelo.

— Ficou ótimo, combina com você — respondo.

Seus ombros caem em derrota.

— Não é essa a reação sem graça, que quero que as pessoas tenham quando me verem— ela choraminga, fazendo beicinho como uma criança. Liliana, sentada ao meu lado, me cutuca de leve.

— Quando ela se refere a pessoas, acho que ela tem alguém muito especifico em mente.— não consigo conter a risada, mesmo com Crystal nos olhando feio.

— Eu não estou pensando em ninguém!

— È claro que não, você esta a duas horas escolhendo um vestido apenas porque quer que todos no banquete se apaixonem por você. — suas bochechas coram como duas maçãs, e ela se vira com passos irritados e caminha para trás do biombo.

— Eu não sei porque eles ainda não estão casados — Lili comenta, apenas para que eu escute.

Balanço a cabeça em negativa

— Os homens estão virando uns molengas, veja Xavier, tem uma mulher linda apaixonada por ele a anos e não tomou nenhuma atitude.

Um suspiro cansado escapa de seus lábios, me fazendo virar a cabeça para encara-la.

— Acho que você tem razão, escolhemos os homens errados para amar. — ela encara suas mãos em cima do colo, e esfrega o tecido entre os dedos, pensativa. — Sabe, eu e Russel nos casamos através de um casamento arranjado entre nossas famílias, eu o conhecia desde que eramos crianças, e fiquei feliz com a noticia porque sempre gostei dele. Já fazia alguns anos que eu não o via mais, meus pais tinham se mudado para uma vila longe daqui, então acabei perdendo contato com ele. Eu o reencontrei apenas no dia do casamento, e imagina a minha surpresa quando vi aquele homem serio e grosseiro. O Russel de quem eu me lembrava não era assim.

Olívia (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora