CAPÍTULO 26

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OLÍVIA

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OLÍVIA

Eu vejo minha mãe, vejo meu pai, e também minha tia.

Todos os três parados na minha frente, me observando como se eu fosse um animal preso, uma atração perversamente divertida.

Meu vestido é tão fino que chega a ser transparente, quero me encolher de vergonha e medo, mas não consigo me mexer, estou paralisada e indefesa.

Meus olhos pousam no canto escuro à minha frente, forço a visão para enxergar a forma, absorvendo os traços femininos que ganham forma, os cabelos brancos como a neve iluminando as sombras.

- Lívia... - sussurro.

Puro terror me consome, enquanto eu a vejo encolhida ali.

- Não, ela não, tirem-na daqui por favor! - não me importo em implorar, não por ela, jamais por minha irmã.

Não quero olhar, mas não consigo mover um músculo, não consigo fazer nada para ajudá-la, apenas vejo ela se levantar, seu vestido coberto de sangue, sua expressão sombria, e seus olhos.... Deuses, seus olhos são um espelho dos meus.

- Não - não sei se estou gritando ou sussurrando, não consigo pensar em nada além de todo o sangue que a cobre.

Estou chorando e não consigo respirar, estou perdida e afundando em desespero.

Não consigo respirar, não consigo respirar, não consigo...

Abro os olhos, vendo apenas o teto do quarto.

Consigo sentir as lágrimas quentes escorrendo pela lateral do meu rosto, enquanto respiro todo o ar que consigo, como se tivesse acabado de ser salva de um afogamento.

- Foi apenas um pesadelo - não precisei olhar para o lado para saber quem estava ao meu lado.

Eu reconheceria sua voz em qualquer lugar.

Viro a cabeça para olhá-lo, pela primeira vez em dias, meses, anos, eu já não tenho a mínima ideia de a quanto tempo estou aqui.

O medo trazido pelo pesadelo se desvanece na inércia que me domina, uma benção não merecida, mas ainda assim estou aproveitando.

Quando olho para Adam, não vejo o desprezo e a raiva que espero, apenas cansaço refletido em seus olhos, enquanto ele me encara sentado na poltrona ao meu lado.

Como esteve todas as noites. Mesmo que eu não tivesse coragem ou forças para olhá-lo, eu o senti aqui o tempo todo.

Dói olhar para ele, seu rosto me faz voltar aquela arena, me lembra o rosto sangrento de Xavier, é apenas um lembrete de que destruo tudo, como se estivesse fodidamente amaldiçoada.

É apenas um lembrete que não sou digna de nada.

Só quero voltar para aquele canto escuro da minha mente, e me esconder lá para sempre.

Olívia (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora