CAPÍTULO 31

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ADAM

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ADAM

Eu estou enlouquecendo lentamente. Caindo em uma espiral de pensamentos que só tinham um fim: ela.

Maldita seja.

Que tortura lenta se tornou sua distâcia, maior que qualquer desprazer de tê-la por perto. Ela estava aqui ainda, mas parecia tão distante em minha cabeça. Meus pensamentos se voltam à princesa a todo momento, e não consigo afastar a preocupação de que ela possa perder a cabeça de novo, machucar alguém, ou pior, que alguém a ferisse ou a atacasse por sem quem era.O rumo de meus pensamentos me faz errar a palavra novamente, irritado, deixo a pena cair e amasso o décimo papel. Escuto uma batida na porta, e tenho que me conter para não mandar quem quer que seja ir se foder.

— Entre — ordeno.

A porta se abre, e Gael entra no cômodo e segue até a minha mesa, parando para fazer uma reverência antes de falar. Ele ainda está sem sua armadura, o que significa que estava fazendo o trabalho que o ordenei.

Meu humor melhora instantaneamente.

— E então, como ela está ? — pergunto sem rodeios.

Ele coça a cabeça, como se estivesse escolhendo as palavras certas para prosseguir.

— Não tenho certeza se está bem, meu lorde — Gael fala, finalmente.

Me levanto, sentindo o incômodo em minha cabeça aumentar.

— O que ela fez ? — pergunto, andando até a pequena mesa e enchendo uma taça de vinho.

— Nada senhor — suas sobrancelhas se juntam, como se estivesse se esforçando para descobrir um dilema — Desde que chegou ontem a noite, ela ficou do lado de fora com apenas umas tochas.

Volto-me para o guarda, mais que interessado em seu relato.

— O que ela ficou fazendo ? — pergunto.

— Treinando senhor, ela não parou desde o anoitecer até o nascer do Sol, não dormiu por um segundo sequer.

Encaro o líquido escuro na taça com preocupação.

— Diga para algum servo encontrar Crystal, e trazê-la aqui imediatamente — ordeno, antes de virar a taça e beber todo o vinho.

— Sim, senhor.

Gael faz uma última reverência, antes de sair, me deixando sozinho com meus pensamentos.

Suspiro, e volto a encher a taça, não me importando que o Sol mau tenha acabado de surgir. A bebida, na última semana, se tornou uma companhia constante, eu preciso do álcool para manter minha cabeça fria e não cometer nenhuma loucura. Sinto que meu controle sobre minha própria mente é frágil, e tenho tentado a todo custo recobrar o poder, mas ele me escapa toda vez. Xavier costumava aliviar minhas preocupações, mas ele continua acamado se recuperando da surra que levou, e seus pensamentos, assim como o meu, estavam ocupados demais em outra pessoa.

Olívia (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora