CAPÍTULO 10

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OLÍVIA

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OLÍVIA

Não foi difícil encontrar o bordel Sangue de Ouro, e acabei descobrindo que o local não apenas oferecia entretenimento promíscuo, como também proporcionava lutas entre escravos, e as apostas eram altas para ver quem sairia vivo.

Descobri isso com um velho bêbado na rua, assim como a localização.

Passo por um grupo de homens quando me aproximo do lugar, que não é tão decrépito quanto imaginei, e aproveito para pegar furtivamente a pequena faca em um dos cintos. O peso da adaga em minha mão é reconfortante, giro ela entre meus dedos experimentando sua agilidade e então a guardo no bolso do vestido.

Deixo o capuz cobrir meu rosto, e caminho em direção a entrada com o som do atrito da bengala no chão me irritando. A duas mulheres na entrada, os vestidos decotados impróprios para o inverno e a maquiagem pesada as faz parecer mais velhas do que são.

Passo pelas duas sem encarar, mas mesmo quando adentro o local sinto os olhos delas me perseguindo.

O recinto está abarrotado de homens, algumas prostitutas vagueiam o salão em busca de um cliente e outras dançam a música animada que o bar toca. Tento passar por entre as pessoas, tomando cuidado para não espetar o pé de ninguém com a bengala, aos poucos me aproximo do círculo de homens e abro espaço a cotoveladas para enxergar.

Há dois homens presos por correntes no pescoço se atracando, a multidão ao meu redor vibra com a briga que se desenrola. Me aproximo um pouco mais, fascinada pela brutalidade e força, aqueles dois estão apenas tentando sobreviver, é desumano e cruel, e ainda assim é instigante assisti-los se matando para viver.

Me lembra a merda que o mundo é.

— Saia da frente seu aleijado !

A mão pesada segura meu ombro com força e me empurra para o centro da briga, a multidão explode em gritos eufóricos.

— Ora, ora, será que temos um desafiante incomum aqui ? — um homem careca se aproxima de mim, deduzo que seja algum empregado que supervisiona as lutas.

Deslizo o capuz para trás e sorrio.

— Correção meu senhor, não um, mas uma desafiante.

Ele me lança um olhar enviesado, e um burburinho percorre a multidão, os dois homens acorrentados no chão param por um segundo.

— Não aceitamos mulheres nessa parte do salão, apenas na cama.

— É medo que sinto em suas palavras senhor ? Deve ser seu pior pesadelo perder para uma dama.

Ele ri com escárnio.

— Você não é uma dama.

— Tem razão — dou de ombros enquanto giro minha bengala no ar — sou uma assassina, e desafio você.

Olívia (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora