CAPÍTULO 30

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OLÍVIA

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OLÍVIA

Uma semana depois, eu acabei de ajeitar minha nova casa.

Uma semana depois, e eu nunca mais sai dela.

Algumas pessoas passavam em suas carroças em frente a cerca, crianças bisbilhotavam por entre as flores, mas ninguém se atrevia a chegar mais perto que aquilo. Eu espero que a curiosidade pincelada de indelicadeza seja passageira, porque os insultos já sei que não. Entretanto, eu preferia o desprezo eterno, do que esse comportamento tolo. A raiva é um sentimento aceitável, mas superstições e histórias mentirosas me arrancavam a paciência, e eu não posso me dar ao luxo de agredir mais alguém.

Depois que comprei tudo o que precisava para viver na cabana, minha atenção se voltou para minha recuperação física. Eu preciso me reerguer, ou serei um alvo fácil para quem quer que esteja me perseguindo.

Eu pensei que ao matar aqueles homens, estaria segura, mas alguma coisa ainda está errada.

Eu sinto. É como um calafrio subindo por toda minha coluna, arrepiando os pelos do meu corpo, avisando que estou sendo observada.

Eu não ignoro meus instintos, porque sei que estou certa.

Eu não sou louca, não ainda pelo menos.

Esfrego os olhos, para afastar o ardor depois de passar horas seguidas lendo, e então jogo o livro em cima da cama. O Sol já está se pondo quando olho pela janela, o que me faz lembrar que tenho que me ajeitar antes de precisar usar uma vela. As velas na feira estavam caras demais, minha sorte é que elas não eram minhas preferidas. Ainda prefiro as tochas, elas não me traziam memórias tão ruins.

Me levanto e sigo até o grande baú aos pés da cama, onde minhas escassas roupas estão. Todos os vestidos ali eram de Crystal, ela havia me dado muitas coisas no período em que fiquei na casa de sua mãe, gesto pelo qual eu sou grata. Se não fosse isso, eu teria que gastar um daqueles últimos saquinhos de moedas em roupas, o que no momento, é um luxo ao qual não posso me dar. Me livro do vestido que estou usando, e pego a única calça que que me resta, junto com uma chemise marrom de um gosto duvidoso. A calça preta e a camisa marrom, é uma combinação infeliz, mas eu tenho ciência de que é preciso muito mais que isso para me deixar perto de ser desarrumada.

Gostaria de ir mais bem ajeitada, no entanto, para garantir o encanto, mas vestidos são armas apenas contra a mente, em uma luta de verdade, ele se torna um grande empecilho. E eu não posso deixar que nada me atrapalhe hoje. Eu estou treinando, e em comparação a uma semana atrás eu estou ótima, mas minhas forças ainda não são as mesmas, por isso, minha atenção tem que ficar redobrada.

Coloco uma adaga na bainha e a prendo na cintura, antes de sair de casa. Eu não tenho um cavalo, então tenho que andar para qualquer lugar que queira ir, o que para ser sincera, não é tão inconveniente assim. Eu nunca tinha andado tanto em minha vida, e me parece algo tão comum...tão simples. A maioria das mulheres, camponesas, claro, tinham que andar para chegar a qualquer lugar, e agora aqui estou eu, tendo que fazer o mesmo. Tendo que ser...normal.

Olívia (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora