CAPÍTULO 37

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OLÍVIA

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OLÍVIA

— Qual é o problema? — exclamo para Crystal.

Eu havia imaginado que ela, entre meu escasso círculo social, seria a que gostaria da minha ideia de arranjar um marido.

Ela me lança um olhar de desgosto.

— O problema é que não teria amor algum nessa união. — ela constata, como se fosse óbvio.

Reviro os olhos.

— Não estou procurando amor— jogo o sabão em cima de uma pedra, e tento encontrar as palavras certas— Veja bem eu preciso de alguém mais maleável as minhas vontades, vai facilitar na hora das discussões, ele precisa ser dócil o suficiente para me tolerar, se não vamos acabar brigando todos os dias. E claro, tem que ter uma boa aparência, ninguém merece uma noite de núpcias com um velho babão.

Crystal me lança um olhar cheio de repreensão.

— Você não pode escolher um marido como se estivesse escolhendo um cavalo, Olívia.

Suspiro, irritada.

— Não é assim que os homens escolhem suas esposas?

— Você quer isso para si mesma? Tem certeza disso? Quer passar o resto da vida com alguém tão patético que nem sequer teria ânimo para discutir com você? Alguém sem vida, sem perspectivas, que está em completa desarmonia com você?

— Olha, se eu encontrasse alguém em harmonia comigo, teria quer ser alguém tão louco quanto, e provavelmente nos mataríamos na primeira troca de palavras.

Ela bate a mão na água, espirrando água em mim.

— Ei! — grito.

— Só pare de ser cabeça dura, encontre alguém por quem sente o mínimo de carinho se acha o amor tão deplorável assim, só não aceite qualquer um para não ficar sozinha.

Torço o vestido e me levanto para estendê-lo em uma pedra junto com os outros, pensando nas palavras de Crystal durante o processo. Eu tinha descoberto, que os afazeres de casa podiam ser um calmante para uma mente barulhenta, assim como uma boa luta, então esses momentos que fiquei no rio lavando a grande trouxa de roupa que tinha trazido, eu tinha usado para refletir muito sobre minha decisão, assim como discutir com Crystal.

— Não tenho medo de ficar sozinha — comento, a solidão tinha sido minha melhor amiga até chegar em Volterra.

— Então, porque decidiu isso tão de repente?

Volto a me sentar, puxando a saia do vestido e colocando os pés dentro da água, me apoio nas mãos e encaro o céu, pensando na pergunta de Crystal.

— Eu olhei para minha cabana solitária, encarei aquele jardim bonito sem ninguém ali para apreciá-lo, é tudo tão silenciosotudo tão vazio. Eu tenho tudo que um dia achei impossível ter, e ainda assim parece que nada mudou, eu não mudei. Então pensei que talvez construir uma família com alguém fosse o nó que faltava na linha da minha nova vida. Talvez seja isso que falte não? Pessoas que possam me amar de verdade, alguém para construir alguma coisa além de dor.

Olívia (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora