🚫 ESSE LIVRO É O SEGUNDO DE UMA TRILOGIA, PARA ENTENDER OS ACONTECIMENTOS É NECESSÁRIO A LEITURA DA PRIMEIRA HISTÓRIA. 🚫
🚫 A SINOPSE ABAIXO CONTÉM SPOILERS DO PRIMEIRO LIVRO. 🚫
UMA PRINCESA EXILADA.
UMA GUERREIRA CR...
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OLÍVIA
"Gatinha assustada."
As maneiras mais divertidas de cortar uma pessoa em pedacinhos continua passando pela minha cabeça, mesmo depois de horas trancada no quarto tentando não fazer nenhuma besteira.
Nunca foi tão difícil, conter o instinto de matar alguém.
Não consigo parar de ouvir o que Adam disse, suas palavras se misturam a voz fria do rei que passei anos ouvindo.
Quanto mais medo, mais ele gostava.
Ouço sua voz em minha mente sem parar, sussurrando entre cada pensamento, é como ter um pesadelo mesmo estando acordada.
"Porquinha imunda..."
"Minha gatinha...Porque está tão assustada ?"
Não quero lembrar, não quero enfrentar as lembranças mesmo que elas me envolvam sem permissão, desejo correr da onda gigante que são minhas memórias antes que eu me afogue, mas parece que quanto mais tento fugir, mais perto ela parece estar.
A água da tina já está fria a horas, mesmo assim não consigo me mover, continuo imóvel dentro dela, a sensação de aperto no peito aumenta a cada instante, e mesmo com o gelo da água sinto o quarto quente e a respiração acelerada.
Não consigo controlar meu próprio corpo, aterrorizada demais, fraca demais.
Fecho os olhos e tento controlar a respiração, mas não funciona, nada para as lembranças, nada diminui a queimação no peito. Não consigo respirar, Deuses apenas pare isso, apenas pare.
Afundo a cabeça na água, e por um instante o mundo fica silencioso, aquela calmaria estranha e sombria me envolve, e quando meus pulmões gritam por ar, minha mente é apenas um vazio.
Tusso em busca de ar quando volto a superfície, ainda um pouco aérea tropeço em meus próprios pés saindo da tina, tremo tanto que os dentes se chocam sem parar. Meus olhos param na janela aberta, a luz da lua ilumina o chão do quarto, e o céu escuro me lembra da tarefa que tenho que realizar.
Me sinto tão cansada, e perdida, que talvez não seja uma boa ideia ir aquela taberna hoje ver se encontro alguma coisa que ajude a chegar em quem está atrás de mim, mas não posso ficar parada aqui.
Não consigo dormir, ou descansar.
Não consigo respirar por muito mais tempo dentro desse quarto.
Não consigo fazer nada com a sombra do passado pesando em meus ombros.
Mas já estou acostumada a essa sensação, conheço o silêncio depois da tempestade, e sei o que preciso fazer para que as nuvens escuras não voltem tão cedo.
Me seco sem demora, e coloco a calça que roubei de uns dos guardas, ridícula de grande e feia, mas faço o melhor com o que tenho.