Capítulo 25 - Campo de Batalha

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Comes facundus in via pro vehiculo est

Andando de dois, se encurta o caminho


A visão dos grandes cavalos de ferro era assustadora para os homens de Igor Quin. Os soldados treinados por Blaiza estavam sentados em uma cadeira onde pudessem controlar todo o mecanismo dos cavalos. Não havia motivos para Blaiza posicionar os cavalos um do lado do outro, sendo que as máquinas conseguiam atingir um bom espaço ao seu redor por conta das serras. É provável que as metralhadoras não consigam alcançar os cavalos, assim como os cavalos não podem alcançar as armas pesadas da Sirenia, pensou o ruivo direcionando os olhos verdes nos atiradores sob o comando de Pales para ver se um alcance de tiros era possível, mesmo que fosse, simples tiros de mosquetes não destruiriam uma metralhadora. E os soldados que eu treinei sabem o que devem fazer nesse tipo de situação. Blaiza fechou os olhos por alguns segundos, eram os últimos segundos de paz. O ruivo sacou sua lança e subiu em seu cavalo branco e andou até a frente dos exércitos do Rei.

— Dinastai! — Um grito sincronizado de soldados homens e mulheres ecoou pela Triada, isso demonstra que o exército do Rei estava pronto para atacar. — Preparar!

   Com essa ordem, todos sacaram suas espadas e Blaiza ergueu sua lança para o alto. Sob o controle do exército estava Aelia, uma das maiores ajudantes de Igor Quin. Sua farda era de um tecido muito grosso com placas de ferro em suas roupas, por isso a ruiva parecia estar com movimentos quase robóticos. Aelia sentia uma sensação estranha em seu coração, era como se suas intuições estivessem lhe avisando sobre o agouro. Se isso fosse possível, queria que o sangue não fosse derramado. Com um suspiro pesado, ela se aproximou de seu cavalo e tomou a linha de frente assim como Blaiza.

— Sirenia! — Gritou Aelia parando seu cavalo. — Essa noite o temor da morte deverá ser cessado de nossos corações. Mais de uma vez vocês ouviram da própria boca de Igor Quin que estar aqui era necessário coragem, e vocês tiveram coragem mais de uma vez por suas famílias e por si mesmos! Creio que ninguém está aqui obrigado, e se você se sentir obrigado, te convido a se retirar, pois, no campo de batalha não há espaços para dúvidas. Nós tentamos mais de uma vez em dias passados resolver os males de Dinastai pela diplomacia, mas fomos ignorados pelo Rei e seus fantoches, e agora — O tom de Aelia aumentava cada vez mais. — viemos cobrar a resposta com espadas e fogo! — Assim que ela terminou sua fala, a mulher puxou sua espada e muitos fizeram o mesmo com um grito eufórico. — O que começou com aquela mulher, Tetis Patronis, nós da Sirenia seguiremos com coragem e mudança.

   Ainda com os gritos de guerra, agora por parte dos dois exércitos, as posições finais foram tomadas e agora todos estavam preparados para a batalha. Alexis e Andronis que estavam perto da tenda observavam com atenção o pequeno exército do Coronel Pales Laren. Os filhos de Horacio e Tetis estavam arrepiados por ouvir o nome de sua querida mãe. Eles se ofereceram para estarem na linha de frente, mas Horacio tinha planos para seus filhos para desestabilizar os atiradores de Pales.

— Você está bem? — Perguntou Andronis segurando o pulso de sua irmã mais nova.

— Estou. — Confirmou a loira com a cabeça e limpando uma lágrima que desceu pela bochecha úmida de suor. — Acho que as palavras daquela mulher me fizeram lembrar de nossa mãe. Tenho certeza que ela estaria orgulhosa de mim.

— E ela estaria com certeza. — O mais velho sorriu de lado. — Apesar de todo perigo ela tinha dizer para você correr atrás daquilo que queria. — Andronis suspirou pesadamente. — Mas tenha em mente irmã, que a cena dessa guerra não vai poética e bonita como já lemos em histórias, aqui é a realidade. Muitos vão jogar sujos, então não se segure.

A Inquisição da HarpiaOnde histórias criam vida. Descubra agora