De profundis clamabo ad te
Das profundezas clamo por ti
Estar de volta no Casarão foi como abrir as portas de um pesadelo. Alexis ainda procurava por Aiacos gritando por ele sentindo o coração bater contra o peito. A jovem Guardiã chegou a parar algumas vezes em sua caminhada. A loira andou por volta da casa até que parou o passo ao ver um pouco distante a grande gaiola dos pássaros fênix dos Phoenice. O mundo de Alexis pareceu parar naquele instante, a luz amarelada estava acessa e um barulho vindo de um dos pássaros atiçou seus sentidos. Em seu coração, Alexis sabia que Aiacos estava ali, apenas ali.
Ela começou a andar lentamente até a gaiola em passos lentos, uma vez ou outra a loira quase falhava em seu passo. Ao mesmo tempo que queria estar ali, ela também não queria. Alexis não estava pronta para aquela verdade, por isso que ela sentia um peso enorme em seu corpo todo.
Quando finalmente chegou na gaiola, ela não precisou abrir a porta, pois já estava semi aberta, mas mesmo assim foi necessário dar um leve empurrão para entrar ali. Penas de cores vermelhas, laranjas e amarelas no chão e os seis pássaros fênix mortos, os adultos, jovens e filhotes. Entre aqueles pequenos corpos mortos estava o Aiacos de costas com uma pena mesclada de laranja e amarelo em sua mão que sangrava. Alexis chorou mais ainda, mal conseguiu dizer qualquer coisa que fosse.
— Essas cores...São inacreditáveis. — Comentou Aiacos suavemente. — Eu imaginava essas cores como algo cheio de energia, mas vê-las agora mesmo...Isso não tem preço.
— Aiacos, o que você fez? — Perguntou Alexis chorando. — Por que isso do nada?
— Vá embora, Alexis, ele quer acabar com você também. O Rei também vê sua família como ameaça pela força que vocês carregam.
— O Rei? — A loira arregalou os olhos. — Ele está aqui?
— Está dentro de mim, querendo ter o controle. Eu nunca soube como contar isso, na verdade, eu queria, mas ele me impedia. O tempo todo Cyprian... — Aiacos rangeu os dentes e segurou a pena da fênix com força. — Vá embora Alexis, estou te pedindo, me deixe. Me deixe tirar a minha vida.
— Não posso te deixar, Aiacos, eu nunca faria isso!
— Será que você não entende!? — Gritou Aiacos. — Eu não posso mais viver, eu me recuso. Me deixe morrer, o que eu fiz não tem perdão!
O antigo Conselheiro ergueu a lança para cima com certa dificuldade, sem a influência de Cyprian movimentar aquela arma era um verdadeiro problema, mas não impossível. Quando Alexis entendeu o que seu amigo queria fazer, Alexis gritou o nome de Aiacos e correu para na direção do mesmo para retirar a lança de suas mãos, mas o terceiro filho dos Phoenice ainda tinha um pouco de sua própria força.
— Não vou permitir que faça isso, Aiacos! — Disse Alexis determinada.
— Solte agora! — Aiacos gritou com seus olhos arregalados.
Aquela força sombria começou a sussurrar dentro da mente de Aiacos. A dor era aguda ao ponto do ruivo fechar os olhos com força. Avisar Alexis sobre aquela mudança que estava para vir era de fato uma vontade de Aiacos, mas ele não conseguiria.
A lança foi puxada na direção de Aiacos em sua direção para trazer Alexis para perto, e com isso, o ruivo chutou a barriga da jovem Guardiã Patronis que consequentemente a afastou com tanta brutalidade que a fez cair. Alexis gemeu de dor ao mesmo tempo que levava uma de suas mãos em sua barriga, ela ainda tomava seus segundos para aceitar que o golpe foi feito por Aiacos.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Inquisição da Harpia
Ciencia FicciónEm meio a tempos turbulentos em Reminiscentia, a Inquisição da Harpia ganha força com a aprovação das temidas Leis Harpianas em todo o território do Rei Cyprian. Enquanto isso, notícias sobre a família Phoenice se espalham, anunciando que Horacio Pa...