Não me deixe

1.3K 118 161
                                    

Ayane on

Estava frio e nevava, eu não me importava com a neve, mas com a dor que aquele dia nevoso me trazia, estávamos todos de preto e chorávamos eu abraçava Dona Chyo, não haviam várias pessoas como eu pensei que teria, apenas nossos amigos em frente a cova aberta que aguardava o caixão, eu não queria acreditar, não conseguia, era insuportável a dor e ela se tornou ainda maior, quando trouxeram o caixão e o depositaram na cova, todos jogaram as flores com lágrimas nos olhos, eu não conseguia me mover, Tobirama me segurou para que eu não desmaiasse e me levou até a cova, o nome dele estava na lápide, joguei a flor e começaram a enterrar.

Dona Chyo me abraçou enquanto os outros se retiravam, ficamos as duas ali, até que nos aproximamos com lágrimas nos olhos da lápide do Madara, tocamos nela para nos despedirmos, Dona Chyo do filho e eu do homem que amava e nunca consegui falar o quanto o amei.

"Adeus Madara".

- MADARAAA! Acordei suada, com a respiração e coração acelerado, era a terceira vez naquele mês que tive aquele pesadelo. O relógio marcava 4:13 da manhã e não consegui voltar a dormir então levantei, hoje era meu dia de ficar com Madara no hospital, fiz minha higiene matinal, tomei café e parti para o hospital com alguns livros em minha bolsa, eu iria passar o dia todo com ele.

Se passou um mês desde o acidente e Madara continuava em coma, os médicos não eram nada otimistas quanto a ele acordar, alguns médicos que o analisaram nos informaram serem raros os casos de pacientes que acordavam de comas com mais de 30 dias e que se passasse 90 dias, seria declarado "Estado vegetativo" e a família poderia ou não desligar os aparelhos, pelo hospital eles fariam isso dentro de 30 dias, mas por se tratar de Madara um dos CEO's mais importantes eles não fizeram isso, porém os comentários dos médicos davam a entender que não valeria a pena manter ele assim.

Itachi chamou um dos maiores especialistas em Neurologia do país para acompanhar o caso de Madara, mas ele não dava esperanças era sincero, a chance de Madara voltar do coma era de menos de 50%, ele era avaliado toda semana e os laudos apontavam a mesma coisa, pouca atividade cerebral, para ele era como se o mundo externo não existisse, somente o corpo dele e um milagre seriam capazes de fazê-lo voltar. Era com isso que eu contava, um milagre e eu acreditava que ele acordaria.

Doutor Shunei o médico especialista que o avaliava me explicou um pouco sobre o estado do coma, disse que se Madara acordasse ficariam sequelas, talvez problemas na fala, na locomoção e a pior delas a perda da memória, ele poderia não se lembrar de nada e mesmo em coma até poderia conversar com ele, talvez ele pudesse ouvir e se lembrar de conversas achando que foi um sonho, que ele havia acompanhado casos de pessoas em coma em que o parente costumava cantar para a pessoa em coma e a pessoa depois de acordar falar que ouviu música durante o período, mas que não era regra, a maioria não se lembrava de nada.

Eu passava no hospital todos os dias depois do trabalho por ser perto da minha casa e conversava com Madara mesmo com ele em coma, mas era doloroso vê-lo ali, pálido, magro já que a alimentação dele era líquida por meio de uma sonda, os hematomas do acidente já haviam desaparecido, ele não era o Madara com o belo corpo que eu conheci, estava magro, mas não me importava, eu só queria que ele acordasse, havia tanta coisa que eu queria dizer.

- Oi Madara, estou aqui, como todos os dias esperando você acordar, estamos todos esperando. Por favor, volta para nós, volta para mim! Tem sido tão estranho chegar todos os dias e não ver você na empresa, passar pela sua sala e saber que ela está vazia. Eu segurei a mão dele, mas não havia reação, as lágrimas rolaram pelo meu rosto, mas eu precisava ser forte, não perder a fé.

Os dias continuaram passando e nenhuma melhora, nenhum resultado, Hashirama também visitava Madara a cada 15 dias, ele era um combustível de esperança para mim, sempre me animava, Tobirama também vinha vê-lo, mas eu percebia que era mais por minha causa e, porque estava com ciúmes da preocupação que eu demonstrava para Madara, aquilo estava me irritando, porém me coloquei no lugar dele, fazia dias que evitava qualquer contato íntimo com Tobirama, não estava no clima, no fundo eu sabia o que precisava fazer, mas a ideia de perder todos que me amaram estava me destruindo, meu psicológico estava muito abalado. Nesse período contei para Tenten e Ino o que sentia em relação a Madara e assim como eu, elas ficaram muito tristes porque a pessoa que eu amava estava quase morta, elas tentavam me animar de todas as formas, mas não conseguiam.

Complicado coração  (Imagine Madara - Tobirama - Itachi)Onde histórias criam vida. Descubra agora