Capítulo 15 - Mudar de casa

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Depois que Sofia saiu da igreja, eu comecei a sentir necessidade de começar a ir, mas não sabia em qual igreja iria e nem por onde começar, nem como me redimir nem nada, eram apenas ideias vagas que surgiam em minha cabeça naquele momento.

Ariana já não conseguia se fixar em nenhuma igreja, e por isso a cada dia era claro a fraqueza espiritual na vida dela, por outro lado Sofia já tinha perdido total interesse nas coisas de Deus, escutava músicas sem nem se preocupar com a letra, não lia nem estudava mais a Bíblia, não orava e nem jejuava mais, eu como mãe não tinha o que falar, afinal como eu cobraria de alguém algo que nem eu estava fazendo?

[...]

Em uma tarde, fui dar uma volta com Clarice até que em uma rua quase próxima a nossa casa começamos a conversar com uma senhora que nos informou que estavam alugando casas por ali, Clarice não se importou tanto, mas eu me interessei. Naquela época não é que eu não gostasse da vila, mas sentia falta de ter uma independência sabe, não precisar gritar cada vez que eu fosse tomar banho, ou sentir que estavam escutando tudo que eu falava já que as paredes eram coladas e também sentia falta de ter uma casa com janelas, parecia absurdo ver que moro em um lugar sem ventilação, então eu sentia falta de muitas coisas.

A casa que estava para alugar também era em um quintal com outras casas, mas era nítido ali a independência que cada um tinha, eram dois cômodos bem grandes e arejados, na vila onde eu morava tinha até ratos e cupins, e além disso gotejava pela casa toda então pra mim me ver em um lugar arejado, livre de ratos, goteiras e outras coisinhas era algo maravilhoso e o preço então, era apenas 70 reais a mais do que eu pagava.

Cheguei em casa contente e segura em falar com Serafim para ver o que ele achava.

_Kiko eu encontrei uma casa muito melhor do que essa e bem perto daqui.

Expliquei os detalhes pra ele que parecia se interessar também, mas não me garantiu nada. Serafim era autônomo, as vezes fazia alguns bicos ou recolhia reciclagens para a venda e mesmo que não parecesse, ele sempre conseguia dinheiro suficiente com reciclagem a ponto de não faltar nada.

No dia seguinte eu estava ansiosa para que ele chegasse logo e me dissesse se havia ou não conseguido o dinheiro para nos mudar, Sofia também tinha gostado da ideia e estava ansiosa para que o pai chegasse com a notícia.

Quando ele chegou não falou muita coisa e foi direto tomar banho, então como não aguentei de curiosidade, eu mesma resolvi perguntar.

_Kiko! _Já tinha virado costume o chamar pelo apelido, eu só chamava ele de Serafim quando estava brava, típico de nós mulheres. _Então.. eu queria saber se.. sei lá.. se você já conseguiu.. ou ..

_Sinto muito!

Quando ouvi aquelas palavras me entristeci, pois a gente como ser humano temos o costume de colocar a esperança em algo antes mesmo de acontecer, sempre esperamos sim como resposta pra tudo então qualquer coisa contrária disso já nos entristece.

Serafim abriu a porta do banheiro assim que terminou e entregou algo em minha mão.

_BRINCADEIRA!!_ Ele começou a rir_ É claro que eu consegui!!! Pode pagar o dono lá porque vamos nos mudar.

Quando olhei em minhas mãos estava o dinheiro, fiquei muito contente e também aliviada, agora sim eu acreditava que começaríamos uma nova vida.

-----------------------Continua-------------------

Como será essa nova vida nessa nova casa? Boa ou ruim?

O que será que vem por aí?

Não esqueçam da minha estrelinha

Bjs!!

Aos Passos da FéOnde histórias criam vida. Descubra agora