Capítulo 5 - Vicio

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Mais um dia havia chegado e Serafim estava bêbado de novo, estranhei essa atitude já que nunca tinha o visto assim, mas foram apenas dois dias o que teria de mais em tudo isso?

Nesses dias fiquei contente pois minha mãe não estava mais morando em outro estado e sim estava morando bem perto da minha casa, ficou feliz em saber que eu estava grávida e aceitou vir me ajudar quando o bebê nascesse.

Talvez vocês me perguntem: Nossa mas sua mãe sempre esteve tão distante e agora você quer que ela te ajude? E a resposta é sim! Eu não tenho nada contra a minha mãe independente de termos ficado bastante tempo separadas, quando éramos pequenos eu e meus irmãos passamos fome a ponto de pedir comida para nos sustentar e sustentar os irmãos menores, e por isso tivemos que nos separar, ficando uns lá e outros cá e graças a minha vó e meus tios e até a minha mãe, todos os meus irmãos cresceram bem e saudáveis.

[...]

Foram passando alguns meses, minha barriga já estava enorme mas eu ainda podia trabalhar. Infelizmente não sei o que tinha acontecido com Serafim, ele estava bebendo todo o santo dia e já não era mais o mesmo, estava frio, distante como se a bebida fosse um anestésico que não o deixava viver a realidade.

_Kiko.. Kiko!_cheguei super contente_
Adivinha?

Ele nem estava olhando pra mim mas mesmo assim isso não tirou minha empolgação.

_Olha só! Está aqui os resultados do ultrassom, é uma MENINA!

Como ele já tinha dito que gostaria de ter uma menina achei que ele também ficaria empolgado.

_Ah, tá bom! Tá bom!

Quando escutei essas palavras, a empolgação que eu estava sentindo desapareceu como em um passe de mágica. Eu esperava uma reação melhor dele, mas claro como ele estava bêbado de novo e não se importava com a vida ao redor não expressou nenhuma reação.

Serafim bebia, mas não se tornava agressivo como outros homens, e sim ficava como se estivesse anestesiado sem se importar com nada ou alegre demais. Confesso que isso já estava começando a me incomodar, quando fui morar com ele eu imaginava algo diferente, mas é claro que as coisas nunca são como imaginamos. A cada dia que passava eu me sentia mais sozinha, estava quase perto de nascer o bebê, ganhei muitos presentes das amigas e família mas a ansiedade e um pouco de medo faziam parte da minha rotina, pensar na situação rotineira de Kiko ou o fato de eu ser mãe de primeira viagem, ou em como ia continuar a trabalhar, enfim eram muitas coisas pra pensar, mas infelizmente Deus não estava fazendo parte dos meus pensamentos.

Contando a minha história hoje, vejo como Deus fez falta na minha vida, eu sempre deixei a vida me levar de qualquer maneira e sempre via que nem tudo acontecia como eu imaginava, eu já estava com 25 anos, mãe de primeira viagem, com um marido que da noite para o dia passou a beber, eu não tinha direção e nem sabedoria, então a única coisa que me restava era viver dia após dia deixando seguir.

[...]

Já estava com praticamente 9 meses de gestação e não sentia nada, nenhum sinal de o bebê nascer e nenhuma dor, fui com minha mãe até o médico e vi que minha princesa Sofía estava sentada.

Sofía, esse foi o nome que coloquei em minha filha, quando criança eu e minhas irmãs brincávamos de que nome teríamos se pudéssemos escolher e eu sempre escolhia esse nome.

Como Sofia estava sentada os médicos tiveram que fazer uma cesariana, os procedimentos não foram tão complicados, pois a verdade é que não senti absolutamente nada, tirando o fato de que a médica disse para que eu não levantasse a cabeça e eu de teimosa levantei, e isso fez com que eu sentisse uma dor de cabeça horrível, mas foi tudo bem e Sofia nasceu saudável e bem gordinha.

----------------------Continua--------------------

Nasceu Sofia, e agora? Como será que Rosa lidará sendo mãe de primeira viagem?

E Serafim ou Kiko como preferirem, como será que viverá com esse vício?

Aguardem os novos capítulos e não esqueçam de deixar minha estrelinha.

Aos Passos da FéOnde histórias criam vida. Descubra agora