Naquele dia eu estava decidida, no dia seguinte depois do trabalho eu terminaria com Serafim.
Cheguei em casa ainda tentando engolir a notícia, eu sabia que eu teria que contar mas não sabia como seria a reação da minha vó.
_Vó eu.. preciso te contar algo.
_Já sei você está grávida!
_Como a senhora sabe? Foi a Eliana que te con..
_NÃO ROSA MARIA!_alterou a voz_Eliana não precisou me contar nada, eu sei muito bem perceber as coisas. Mas e agora? Você já sabe o que vai fazer? E o emprego? E esse seu namoradinho? Será que vai assumir?
_Não sei vó, estou pensando em terminar e..
_O QUÊ? Como assim terminar Rosa Maria? Fazer é fácil né mas na hora da responsabilidade vocês jovens nunca pensam direito.
_Calma vó eu sou maior de idade e posso..
_Pode ser maior de idade mas aonde está a cabeça? E se esse rapaz não te assumir? Já pensou nisso?
Talvez minha vó tivesse razão, e eu sabia que tinha arcar com minhas responsabilidades, mas era difícil pensar, era pressão demais na minha cabeça, pensar como seria a reação do Serafim, os sermões de minha família, o emprego, e ela tinha razão eu tinha 24 anos mas não sabia nem por onde começar.
Fui para o meu quarto e comecei a pensar em tudo que passei na minha vida e o que estava acontecendo agora, por alguns momentos eu pensava em Deus, mas era uma vaga lembrança, e eu nem imaginava o que iria ser da minha vida agora, parece que a única coisa que eu estava fazendo era me deixar levar sem nenhum planejamento ou propósito e eu tinha que mudar isso.
Acabei dormindo em meio aos meus pensamentos, e acordei com o barulho do despertador me avisando que já era outro dia e que já era hora de trabalhar, não sei porque quando a gente está tensa e triste acabamos dormindo além da conta.
Levantei, me arrumei e minha vó já estava tomando café, Eliana não estava e eu fiquei meia sem graça de encarar minha vó, por isso apenas cumprimentei ela, tomei um rápido café, já peguei a bolsa e sai.
Aquele foi um longo dia, no trabalho não me aproximei de Serafim e tentei evitá-lo ao máximo, já que depois do serviço teríamos uma conversa séria.
Minhas amigas notaram minha diferença já que naquele dia eu não estava muito a fim de conversar, mas cada vez que elas perguntavam eu dizia o que todo mundo diz nessas situações: Está tudo bem!Parecia que o estresse tinha tomado conta de mim, por várias vezes errei na dobragem das roupas e as embalagens não estavam saindo perfeitas, a supervisora me olhava quase o tempo todo e parecia que era só comigo.
Depois de todo esse estresse, finalmente encerramos o expediente, fui tomar uma água e me preparar para falar com Serafim que já estava me esperando na saída como pude notar.
_Kiko precisamos conversar.
_O que aconteceu?
_Aqui não dá vamos lá fora que eu te falo.
No caminho até o ponto fiquei em silêncio pensando em como falaria as palavras corretas, se terminaria ou não.
Respirei e soltei a bomba
_Eu estou grávida._Falei o mais rápido possível.
Do nada ele começou a rir como se achasse graça
_Isso é ótimo! Eu vou ser pai!
_Sim mas..
_Não se preocupe, a gente dá um jeito. A gente aluga uma casinha.
Oi? Alugar uma casinha? Ele estava praticamente dizendo que morariamos juntos? É óbvio né! Agora eu estava grávida e ele era o pai. Eu e meus pensamentos.
Naquele momento eu tentei terminar com ele mas não consegui, principalmente porque se eu terminasse, não seria nada legal ficar morando na casa da minha vó com filho.
[...]
Passado alguns dias, Serafim foi até a casa da minha vó conversar com ela, e agora sempre ia lá, eu não sei o que eu estava sentindo, ansiedade, medo, já estava quase tudo acertado pra ir morar com um homem bem longe de minha família no bairro onde eu trabalhava, ainda bem que minha tia Marli morava nesse mesmo bairro mas depois do que tinha acontecido eu não sabia se isso era ou não uma boa idéia.
Os dias foram passando e eu quase não demonstrava muito a minha ansiedade, foi quando Serafim me deu a notícia de que já tinha alugado uma casa pra nós.
Uma parte de mim se encheu de medo, eu não o conhecia direito, e se ele não gostasse da minha comida? E se ele fosse um homem que reclama de tudo? Como seria minha nova vida estando "casada" só que sem papel? Dividindo o mesmo teto com um homem? Eram muitas as coisas que passavam pela minha cabeça mas agora não era hora de recuar.
[...]
Chegou o dia da mudança, Serafim, como ele já morava sozinho tinha alguns móveis, e pudemos nos estabilizar nesse começo, a casa era pequena, casa de fundo com mais casas a frente e ainda cheio de escadas, nossa casa era a última tinha apenas dois cômodos mas eram bem arrumadinhos.
Nos primeiros dias foi tudo indo bem, Serafim parecia estar contente, e através dele eu conheci o tão falado miojo que era algo que eu nunca tinha comido, já que na casa da minha vó, ela não tinha costume de comprar essas coisas.
Continuei trabalhando e Serafim também e por isso pouco a pouco fomos nos estabilizando, e ganhando algumas coisinhas de alguns amigos.
A cada mês a barriga ia crescendo e dia após dia parecia estar tudo indo bem com o bebê. Até que tudo estava saindo melhor do que eu esperava.
[...]Os dias de "casada" estavam sendo tranquilos, Serafim não reclamava de nada, me ajudava em algumas coisas, tudo estava indo bem até que certo dia notei que Serafim chegou um pouco estranho.
_Kiko? Você está bem?
_Tô.. (risos), eu sou assim, eu sou assim.
Percebi que Serafim tinha bebido, ah mas tudo bem né, todo mundo bebe de vez em quando.
Eu não teria porque me preocupar...
----------------------Continua--------------------
Será que realmente Rosa não deveria se preocupar?
O que será que vem por aí?
Não se esqueçam da minha estrelinha
Bjs
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Aos Passos da Fé
SpiritualRosa é uma mulher que desde a adolescência enfrentou muitos problemas, principalmente depois que entregou sua vida ao Senhor mesmo sem conhecê-Lo bem. Tudo começa após Rosa sair da casa de seus tios e ir morar com seu marido chamado Serafim. Serafi...