Capítulo 2 - Um novo amor

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Não conseguia acreditar no que estava vendo, fui até lá, com o coração apertado

_Então é assim que você diz que me ama?

O susto que ele tomou foi tanto que de moreno ele ficou branco, e sem reação disse o que todo cara fala quando trai:

_Não é isso que você está pen...

_PARA! Eu já vi o que eu tinha que ver . Me deixa em paz!!!

Depois desse dia eu não quis mais vê-lo, foi horrível entender que minha tia tinha razão, e que por mais que ele estivesse na igreja ele jamais tinha sido honesto nem comigo nem com Deus.

Foi difícil esquecê-lo, eu passei muito tempo triste e angustiada por causa de Bernardo, até que pedi ajuda a Deus, sim, pedi ajuda a Ele para que tirasse esse sentimento do meu coração.

Hoje eu entendo que por mais que isso tenha sido um episódio ruim, serviu para que pelo menos por um momento eu conhecesse um pouco sobre o amor de Deus.

[...]

O tempo foi passando e eu já não sentia mais nada por Bernardo, foquei na escola e consegui terminar os estudos,
não fiz nenhuma faculdade, pois além de não querer abusar de meus tios que já tinham me oferecido sua casa eu também não consegui escolher nenhuma profissão que eu gostasse.

Meus tios e minha vó sempre fizeram muito por mim, minha mãe morava em outro estado e por isso eu não a via com frequência, minha vó e meus tios que criaram a mim e aos meus irmãos, e eu como a mais velha nunca me interessei em receber nenhum tipo de privilégio ou tratamento especial em relação a eles.

Assim que terminei a escola minha tia me mandou de volta para casa de minha vó. Infelizmente naquela época deixei totalmente a igreja, depois do término não fui mais e ainda por cima não me sentia a vontade com os comentários do pastor que parecia não gostar de mim, eu não entendia nada sobre igrejas, apenas queria conhecer a Deus, mas por causa da rigidez da igreja em não permitir uso de brincos ou de batons, o pastor sempre dava sermões desse tipo olhando pra mim, e isso me fez sentir mal.

Por isso acho importante que quando tiver alguém novo em uma igreja, não julgue seu modo de vestir ou falar, apresente Jesus pra aquela pessoa, e se caso tiver algo que não seja agradável em sua maneira de vestir, deixe que Deus fale isso pra pessoa no coração dela, pois muitas igrejas afastam as pessoas de conhecerem a Deus por priorizarem coisas que devemos deixar pra Ele mesmo ir mostrando pouco a pouco.

[...]

Os anos foram se passando e eu já estava com 24 anos, minha tia havia conseguido um emprego pra mim em uma firma de estamparia de roupas a um tempinho, um pouco longe da casa de minha vó da qual eu estava morando, mas logo fui me acostumando a ir e voltar, minha função era dobrar e embalar camisetas e eu realmente gostava daquele serviço. Fiz algumas amigas na firma, elas eram legais e com pessoas conhecidas é bem mais fácil passar o tempo e suavizar o trabalho que era um pouco cansativo.

Mas como todas as "boas" amigas, elas sempre queriam me empurrar namorados, naquela época eu nem pensava mais nisso, o foco era trabalhar e ponto.

_Ai Rosa! Desse jeito você vai encalhar!_ Ritinha falou quase pra todo mundo da firma ouvir.

_Para com isso, eu não quero ter namorado agora não.

_Pode deixar Ritinha eu tenho um ótimo pretendente pra Rosa._Falou Marta.

_Quem? Fala aí?

_O que? Eu já disse que não e..

Foi quando Marta apontou para um rapaz, que aparentemente era novo na firma já que eu nunca tinha o visto, ele era bonito afinal, tinha olhos claros mas parecia bem tímido.

_Não nada a ver.. Quem é ele?

_Ele se chama Kiko não sei, acho que deve ser um apelido, só sei que é um rapaz novo que entrou na área de carga e descarga.

_Ele não é novo! Já vi esse rapaz algumas vezes por aqui._Ritinha falava como se estivesse indignada por nunca termos notado o tal rapaz.

_Ah tá bom, isso não importa, o que importa é que vamos dar um jeito pra Rosa conhecer ele._Marta esfregava as mãos como se quisesse elaborar um plano.

Preferi nem comentar, se dependesse das minhas amigas eu arrumaria um namorado a qualquer custo.

Estava tudo tranquilo naquela tarde, até que um tumulto chamou a atenção da gente e de outros empregados, parecia que tinha acontecido algum acidente com algum funcionário.
E nós seres humanos como não somos "nada" curiosos, tivemos que ir ver o que estava acontecendo.

Chegando perto descobrimos que um homem estava passando mal e que estava tendo uma crise epilética, quando percebemos vimos que se tratava de ninguém mais, ninguém menos que Kiko, isso é muito triste, será que Kiko estava doente?

Ele foi socorrido e logo ficou bem, e passado alguns dias não passou mais mal, e foi ai que começou algumas pequenas trocas de olhares entre nós dois, confesso que fiquei um pouco com medo de me apaixonar e não saber lidar se caso ele passasse mal novamente, afinal haviam coisas que eram novas demais pra mim.

[...]

Não teve jeito, graças as minhas adoradas amigas, Kiko e eu estávamos nos conhecendo e tínhamos um encontro um pouco mais formal depois do serviço, eu acho.

Eu estava meio tensa, tínhamos apenas trocado poucas palavras e eu mal sabia o que ele iria me dizer, e nem eu sabia o que dizer, mas tinha que ir né. Atravessei a rua e vi Kiko próximo a um ponto de ônibus, parece até que ele já sabia onde eu estaria depois do serviço, isso só pode ter sido coisa daquelas meninas.

_Oi!_falei tentando quebrar o gelo.

_É.. Olá!!

Kiko sempre dizia Olá ao invés de oi, isso era uma de suas diferentes características.

_Então, minhas amigas disseram que você queria falar comigo.

_É.. mas.. é que.. enfim..

Ele realmente estava super nervoso, mal conseguia olhar nos meus olhos. Então olhando para o céu ele disse bem rápido:

_Gostei de você, gostei do seu jeito... É isso!

Eu nem sabia o que dizer, afinal ele nem estava olhando pra mim (risos), mas eu tinha que falar algo.

_É então, eu também acho que gosto de você.

Assim que terminei de falar ele soltou um sorriso tímido, e depois de um pequeno intervalo de tempo ele começou a falar.

_Olha, mas então, falta algo ainda que você não sabe sobre mim. O meu verdadeiro nome, mas promete que você não vai rir?

Eu já estava rindo por dentro pela situação e ele ainda me solta uma bomba dessas, qual poderia ser o nome dele? Florisbaldino? Sepúlveda?

_ Pode falar eu não vou rir, eu prometo.

_Meu nome é.. Serafim!

Não estava conseguindo aguentar eu queria muito rir, mas não do nome dele em si mas sim da situação engraçada que ficou entre a gente.

_Você quer rir né?

_ Não, não eu só estou surpresa já que todos te chamam de Kiko e..

_ Isso foi graças ao meu avô e meus tios, na época tinha um jogador chamado Kiko não sei se você se lembra, e todos diziam que eu me parecia muito com ele por isso surgiu esse apelido.

O encontro não foi bem como eu esperava, mas até que foi divertido, conversamos mais um pouco, sobre onde morávamos, a idade etc até que meu ônibus chegou e fomos interrompidos, me despedi de Kiko, ou melhor de Serafim e fui embora com um belo sorriso no rosto.

Realmente fiquei pensativa, acho que sim, eu estava gostando de Serafim..

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Espero que estejam gostando

Não esqueça de deixar sua estrelinha

Ainda tem muito pela frente

Bjs









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