11. Descobertas

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Sam's POV

Os dias que se seguiram depois da partida de nossa mãe foram um pouco difíceis. Dean mal saía do quarto, apenas ia até a cozinha quando estava com fome e se enchia de porcarias e bebidas alcoólicas. Tanto eu quanto Lexi não sabíamos mais o que fazer para tirá-lo do quarto.

Não me entenda mal, é claro que eu estava chateado com a nossa mãe. E muito. Mais do que qualquer um, eu só queria poder passar algum tempo com ela, conhecê-la melhor. Afinal, eu era um bebê quando ela morreu. Mas eu tentava fazer algo que Dean nem pensava: tentava entender sua situação. E se fosse eu em seu lugar, o que eu faria?

Quanto a minha sobrinha, eu fiquei um pouco chateado por ela. Ela não tinha culpa de nada, mas estava sofrendo com as atitudes do meu irmão. Ela só queria passar um tempo com ele.

Mas foi interessante passar mais tempo com ela. Assim como Dean acreditava, tínhamos bastante coisa em comum. Certo dia, em um de seus raros momentos de bom humor, Dean até brincou que só tínhamos "papos de nerd", o que nos fez rir.

Hoje, como todos os dias anteriores, Dean estava em seu quarto e eu preparava um lanche para mim e para Lexi, que ainda não havia comido nada. Peguei os sanduíches que havia feito e levei até a biblioteca do bunker, onde ela estava, sentada em uma das mesas lendo um livro qualquer.

- Trouxe algo para você. - digo, alcançando um dos pratos. Ela sorri abertamente e agradece pelo lanche.

- Estava morrendo de fome! - ela diz, abocanhando um grande pedaço, me fazendo rir com sua atitude.

Depois que terminamos de comer, ainda estávamos sentados na biblioteca, tomando nossos sucos, quando decidi fazer algumas perguntas a Lexi. Ela não parecia muito bem quando Dean aparecia perto de nós pelo bunker e isso estava começando a me preocupar. Não quero que eles acabem retrocedendo por conta dos últimos acontecimentos.

- Lexi. - chamo sua atenção, que quase pegava outro livro para ler. Ela me olhou, indicando que ouvia e pegou seu copo de suco da mesa para tomar um gole. - Como está se sentindo? Digo, com Dean e tudo mais. Sei que andam bem afastados.

- Tá tudo bem, tio Sammy. - ela responde. - Sei que ele precisa de um tempo também.

- Tem certeza? - a questiono, com o cenho franzido. Ela concorda com a cabeça. - É que toda vez que seu pai passa por nós e nem fala nada, você parece ficar bem chateada.

A garota ficou em silêncio, parecendo receosa com algo. Após ponderar por um tempo, ela finalmente começou a falar.

- Eu preciso te contar uma coisa, tio. - ela diz, me fazendo estranhar. - Eu tenho sentido essas... coisas. É estranho, como se não fizesse parte de mim.

- Como assim? - pergunto, pedindo que me desse mais informações.

- Naquela noite, da fúria, ela me possuiu porque eu era a pessoa que mais sentia raiva, ela achou que eu era o injustiçado. Mas aqueles sentimentos não eram meus. Digo, não faziam sentido, porque eu compreendi a situação da Mary, estava a apoiando.

Acho que sabia o que estava acontecendo. Lexi tinha poderes psíquicos e estava começando a ter suas primeiras experiências com eles.

- O que foi? - ela pergunta, vendo que eu pensava sobre algo.

- Teve mais alguma experiência como essa outras vezes? - pergunto.

- Toda vez que meu pai sai do quarto. - ela diz, com uma feição um pouco triste. Agora as coisas fazem mais sentido. - E eu tenho essa coisa estranha com Castiel.

- Cass? - ela concorda com a cabeça.

- Eu meio que... sinto a presença dele quando está por perto. - ela comenta e eu levanto um pouco as sobrancelhas, um pouco surpreso. - Tem alguma ideia do que essas coisas significam? - ela me pergunta, ansiando por uma resposta afirmativa.

The Family Business - Livro 2 (She Has My Eyes)Onde histórias criam vida. Descubra agora