10. Sentimentos desconhecidos

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Mary sabia que aquele não era o melhor momento para aquilo, mas também sabia que era bem provável que funcionasse, então precisava tentar e aproveitar a oportunidade. Ela, Sam e Dean iam para o River Walk Park, já que todas as vítimas desapareceram por lá. A mais velha ainda não havia comentado nada sobre o seu plano, mas os dois pareciam ansiosos para saber o que diria. Sam se virou para ela inúmeras vezes, pensando em perguntar algo, mas sempre desistia no meio do caminho e apenas a dirigia um pequeno sorriso. Quando chegaram lá, se surpreenderam ao ver Lexi, sentada sozinha em um banco. Assim que a avistaram, Dean mudou sua expressão, inconformado com a atitude da menina.

- Lexi, você sabe que não pode participar dessa parte. - ele começa, quando chegam perto dela. - Fez um ótimo trabalho descobrindo o que a criatura era, estou muito orgulhoso, mas... - a garota abriu um pequeno sorriso orgulhoso. - Você sabe.

- É, eu sei. É só que... Não sei te explicar, pai. Mas senti que precisava estar aqui com você. - ela responde. Por algum motivo todos sentiram que ela realmente dizia a verdade. Os três apenas se olharam e concordaram que talvez não tivesse problemas de ela estar ali.

- Tudo bem. - Dean a respondeu. - Mas se qualquer coisa acontecer...

- Eu saio correndo, não se preocupa. - ela diz, rindo fraco.

- Então, mãe... - Sam começa. Mary sente seu coração bater forte e rápido. - O que é o seu plano?

Lexi, ao ouvir aquilo, começou a sentir certa preocupação e medo. Mas que não pareciam vir dela, exatamente. Não era a primeira vez que isso acontecia, porém a garota estranhou mesmo assim, nunca havia sentido isso tão forte. Mary, sentindo exatamente aquelas emoções, respirou fundo e disse:

- Eu não posso mais ficar com vocês. - ela diz. Assim que ela diz essas palavras, Dean franziu o cenho e abaixa a cabeça, sem acreditar no que ouvia. Tanto Sam quanto Dean sabiam que ela estava agindo estranho ultimamente e era compreensivo, já que havia voltado a vida depois de mais de 30 anos no paraíso. Sam já imaginava algo como isso surgindo, mas Dean simplesmente não queria enxergar. Até agora, que era forçado a ouvir da própria mãe. - Não estou bem. Sinto falta do John, dos meus meninos...

- Estamos bem aqui, mãe. - Sam respondeu, com um sorriso triste.

- Eu sei. Na minha cabeça. Mas ainda estou de luto por eles, como os conhecia. Meu bebê, Sam. - ela diz, olhando para Sam. Ela direciona seu olhar para Dean em seguida. - Meu garotinho, Dean. Parece que foi ontem, estávamos juntos no céu, e agora... Eu estou aqui, e John se foi, e eles se foram. E cada momento que passo com vocês me lembra cada momento que perdi com eles. E ainda tenho uma neta. - ela diz, direcionando o olhar para Lexi, que a lançou um pequeno sorriso. - Eu pensei que caçar, trabalhar, iria clarear a minha mente. Mas é muita coisa para lidar.

- Quer dizer que simplesmente vai embora? Nem vai tentar? - Dean disse, ressentido. Lexi, de alguma forma, sentia toda a raiva que se intensificava a cada palavra que seu pai dizia. A garota entrava em um certo impasse em sua própria mente, pois aqueles sentimentos não condiziam com seus pensamentos sobre aquele assunto.

- Eu sinto muito. Eu... eu sinto muito mesmo. - Mary dizia. - Só preciso de um tempinho.

De repente, aquela raiva que Lexi sentia ao seu redor se intensificou de uma forma que começou a deixá-la mal, era como se seu corpo não suportasse aquela força que continuava a crescer. A garota começou a demonstrar dor, colocando as mãos na cabeça e gemendo de dor, sentindo fortes pontadas e certa tontura.

- Lexi, o que houve? - Dean perguntou, chegando perto da filha, a segurando, sendo acompanhado de Sam. De repente, a garota finalmente se acalmou, porém de uma forma que deixou os dois preocupados. Lexi, de repente, ficou com os olhos vermelhos como sangue, assustando os Winchesters.

The Family Business - Livro 2 (She Has My Eyes)Onde histórias criam vida. Descubra agora