The Family Business - Livro 2 (She Has My Eyes)

18. Intensidade para todos os lados

Lexi's POV

Conexão Celestial.

Só o nome disso já é esquisito, eu diria até um pouco exagerado. Quando o Castiel terminou de explicar eu tive que me segurar para não rir, porque parecia a coisa mais ridícula que eu já havia ouvido falar.

Mas Cass nunca fazia brincadeiras.

Nós estamos caçando justamente o nefilim, pois ele pode ser uma grande ameaça para a nossa existência, mas agora eu tenho uma conexão bizarra com ele e nós vamos "precisar um do outro em um momento crucial", como Castiel falou.

Todas essas palavras e indignações eu dirigia a Brandon, que fazia uma vídeo chamada comigo pelo telefone. Meu melhor amigo não sabia se ficava confuso ou se ria da minha situação, parecia congelado em uma feição estranha que apresentava um meio termo.

- Que isso? Fanfic? Olha, você anda lendo demais essas coisas, hein! - ele brinca, rindo da feição inacreditada que dei em seguida.

- Eu tô falando sério, Brandon! - digo, o encarando sério. - O que eu vou fazer? E porque o maldito bebê de Lúcifer vai precisar de mim? Uma simples humana?

- Você não é uma simples humana. - ele me responde, me fazendo revirar os olhos. - Você é uma gênia, é caçadora, psíquica e agora meio-anjo. Simples humano sou eu, que tenho que me segurar pra não surtar com berros da minha irmã. - Brandon termina, me fazendo rir fraco.

A pequena Letha já havia nascido fazia alguns meses, enquanto os Winchesters ainda estavam desaparecidos. Eu não pude visitá-los ainda, mas Brandon me enviava fotos fofas da garotinha quase todos os dias, ele era o irmão mais velho mais babão que eu já havia visto.

- Você me entendeu, idiota. - retruco, rindo fraco. - O que eu quero dizer é que diferença vai fazer a ele, entende? Eu sinto o poder dele de longe, quando ele foi concebido todos os anjos sentiram uma onda de energia descomunal. Eu também senti. Que diferença vai fazer uma psíquica ao seu lado?

- Talvez ele vá precisar de você por quem você é, Lexi. Não pelas suas habilidades extraordinárias. - Brandon diz, mais sério dessa vez. - Você mesmo acabou de me falar que ele é o bebê de Lúcifer, que vocês tem medo de que ele use seus poderes para o mal. Talvez seja você quem vá manter ele na linha. Não acha?

Em nenhum momento havia parado para pensar nessa possibilidade. Não havia pensado que o que estava se formando era um bebê. Uma criança inocente, que não tinha culpa nenhuma de que seu pai fosse o próprio Diabo.

- Bem, de qualquer forma... - começo, depois de pensar sobre esses detalhes. - Estamos tentando encontrá-los ainda. A mãe e o bebê. Mas sem muito sucesso, por enquanto.

- E o que pretendem fazer quando achá-los? Não vão matar os dois, né? - Brandon diz, parecendo preocupado.

- Claro que não. Vamos pensar em uma forma de ajudá-los. Alguma ideia tem que surgir nesse caos. - digo, passando uma das mãos pelo rosto pelo cansaço.

- Vai com calma, Lexi. - Brandon diz, preocupado. - Vai acabar se esgotando se usar seus poderes tanto assim.

- O pior é que o problema nem é isso. Digo, não é a busca pelo nefilim. É... - respiro fundo antes de dizer. - É o meu pai. - digo, Brandon me olhou com o cenho franzido em confusão.

Eu não gostava de admitir, mas era a realidade. A intensidade dos sentimentos do meu pai me esgotava. E na maior parte do tempo não eram sentimentos muito bons. Sentia muito amor vindo dele, era verdade, mas a raiva, o estresse, o medo... eram fortes demais.

- Ele é... intenso demais, digamos assim. Então eu sinto tudo. Ele é o único com quem eu não consigo controlar meus poderes, sabe? - respondo, ele balança a cabeça, concordando.