15. É hora de voltar para casa

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Dean's POV

Mais um dia marcado na parede daquela cela. E mais um dia que eu não conseguia parar de pensar em Lexi, ou em minha mãe, ou em Castiel. Até mesmo Ethan me vinha em mente algumas vezes. No entanto, o que mais me doía pensar, era em como a minha filha estava.

Ficar preso, afastado de tudo e de todos, era o maior pesadelo que alguém poderia viver. O silêncio ensurdecedor daquele lugar fazia com que qualquer um tivesse pensamentos que preferia evitar, trazia sentimentos que há muito tempo estiveram guardados, dores e angústias que eram impossíveis de lidar naquele lugar. O medo de morrer sozinho, sem nunca mais ver ninguém, nunca mais ver minha Lexi, era quase sufocante. E eu não ia deixar isso acontecer.

Não, eu tive uma ideia, talvez não tão promissora, mas que tem que dar certo. Se não, não saberia mais o que fazer. E se tivesse qualquer condição, não ligava. Estava disposto. E espero que Sam também esteja.

...

Lexi's POV

Novamente apenas eu e Castiel estávamos no bunker. Tio Ethan estava em uma caçada com Mary, ou ao menos era o que ele me dizia. Não gostava quando ele saía sozinho, principalmente sabendo que havia um demônio atrás dele. E depois do que aconteceu com meu pai e tio Sammy, morria de medo de perdê-lo também. Isso não podia acontecer.

Estava em meu quarto, tentando fazer alguma coisa. Mas simplesmente não conseguia me concentrar em nada, estava quase desistindo e indo voltar a usar meus poderes para tentar encontrar qualquer coisa que pudesse sobre minha família. No entanto, pouco tempo depois, Castiel foi até meu quarto, parecendo preocupado. Dessa vez, provavelmente comigo. Nos últimos dias eu mal saía do quarto, então eu entendia seu lado.

- Lexi... - ele diz, pedindo licença para entrar. Abri espaço ao meu lado, na cama, e indiquei o local para ele se sentar. Assim que se sentou, eu o abracei, o surpreendendo. Mesmo assim, ele me abraçou de volta. - Sei que as coisas estão difíceis, mas... Estou preocupado com você. Você é sempre a luz desse lugar. Mesmo com todas as dificuldades.

Sorri com o comentário. Depois que tudo isso aconteceu, eu e Castiel nos tornamos mais próximos do que jamais imaginei. Ele era o que mais passava tempo comigo no bunker, além do tio Ethan. E acho que, de alguma forma, isso foi bom para nós dois. Pois, assim como ele dizia eu ser a sua luz, ele também havia se tornado a minha naquele caos de medo e preocupações.

- É que a saudade deles está começando a doer demais, Cass. - respondi, o anjo respirou fundo ao ouvir aquilo. - Você também, não é?

- Todos os dias. - ele responde, tristonho. - Mas ver você aqui me lembra seu pai. Bem, me lembra dos dois, para ser honesto. Você é muito parecida com o seu tio, também. Isso ajuda um pouco, eu acho. - ele termina, depositando um beijo no topo da minha cabeça.

- Você o ama, eu posso sentir. - respondo, me referindo ao meu pai. Castiel fingiu não me entender.

- Eles são minha família, Lexi. Então, eu diria que sim. - ele responde, se referindo aos dois.

- Não é disso que estou falando, Cass. Mas está tudo bem se não quiser falar sobre isso. - digo, fechando meus olhos, ainda naquele abraço. - Pode ficar aqui comigo? - pergunto, o abraçando mais forte.

- Claro. O que você quiser, Lexi - ele diz, fazendo o mesmo que eu.

...

Mais tarde naquele dia, Castiel e eu saímos do quarto. Eu precisava comer alguma coisa, apesar de não sentir fome. O anjo insistia que eu não andava me alimentando muito bem. Enquanto passávamos pela biblioteca do bunker para ir à cozinha, o telefone de Castiel começava a tocar. Como o número era desconhecido, ele apenas desligou e colocou de volta na mesa. Mal voltamos a caminhar e o celular começou a tocar novamente. O anjo voltou e atendeu e, um pouco irritado, disse:

The Family Business - Livro 2 (She Has My Eyes)Onde histórias criam vida. Descubra agora