The Family Business - Livro 2 (She Has My Eyes)

21. Culpa

Lexi's POV

Estávamos determinados a fazer algo para salvar nosso amigo. Se eu, que não fazia tanto tempo que o conhecia, já tinha um carinho enorme por ele, imagina os Winchesters. Apesar de lutar com meus próprios sentimentos naquele momento por conta da morte de meu tio, eu ainda sentia as emoções de cada um naquele local e era difícil distinguir quais eram as mais fortes: De meu pai ou de Castiel.

- Cass, está muito ruim? - Dean pergunta, completamente preocupado. Castiel geme e se contorce de dor, afrouxando a gravata e puxando o colarinho para mostrar o dano de seu ferimento se espalhando por seu peito. Meu pai desviou o olhar e olha para os outros, como se suplicasse silenciosamente que fizéssemos algo para salvá-lo naquele exato momento.

- Crowley está certo. Vocês precisam ir. - o anjo diz, recebendo olhares estranhos de todos nós.

- Cass, qual é! - meu pai diz, com dor em sua voz.

- Não, me escutem. Vocês... Olha, eu agradeço. De verdade. Conhecer vocês... foi a melhor parte da minha vida. E as coisas que... - ele respira fundo, tentando continuar. - as coisas que fizemos juntos, elas me mudaram. Vocês são minha família. Eu te amo. - ele diz, olhando para meu pai. Em seguida ele baixa o olhar e depois volta a olhar para todos nós. - Amo todos vocês. - eu sentia algumas lágrimas escaparem enquanto ouvia suas palavras. - Só, por favor... por favor, não deixem que eu passe meus últimos momentos vendo vocês morrerem. Fujam. Salvem-se. E eu segurarei Ramiel o máximo que puder.

- Cass, não. - digo em meio às lágrimas.

- Sim. Vocês precisam seguir lutando. - ele completa.

- Estamos lutando. Estamos lutando por você, Cass. - tio Sammy diz, mostrando que faríamos de tudo para salvá-lo.

- E como você disse, somos uma família. E não abandonamos a família. - meu pai diz, determinado, se agachando ao lado do anjo, segurando o rosto do mesmo com uma das mãos, delicadamente.

Eu podia sentir seu amor por Castiel se intensificar a cada palavra. Ele morreria por Castiel se preciso, eu sabia disso. O anjo, emocionado, chora baixinho e meu pai faz algo que surpreendeu um pouco a todos nós: segurou o rosto de Castiel com as duas mãos e beijou, delicadamente, a testa do anjo, fechando os olhos.

Em seguida ele se levantou e chegou perto de nós.

- Qual é a jogada? - Mary pergunta.

- Vamos pra cima dele com tudo que temos. - meu pai diz.

Nós arrumamos tudo o que podíamos para atacar o desgraçado. Mary e eu tínhamos Lâminas de Anjo em mãos, meu pai tinha um soco inglês com escritas enoquianas e tio Sammy estava ajeitando uma armadilha com óleo sagrado, deixando o isqueiro em mãos, preparado para quando o maldito chegasse. De repente, uma pessoa é arremessada pela parede do celeiro e, quando ele cai perto do trator, percebo que era Crowley. Ele tentou nos ajudar, afinal de contas.

Quando Ramiel começa a entrar no celeiro, Sam espera o momento certo e larga o isqueiro, acendendo o anel de fogo sagrado e prendendo o Príncipe do Inferno. Eu estava mais perto de Castiel, porém os outros estavam mais perto da armadilha e andavam em sua volta.

- Quentinho. - ironiza Ramiel.

- Você esfaqueou um de nossos amigos. - começa Dean.

- Seu amigo invadiu meu terreno.

- Diga-nos como curá-lo. - Sam completa, ignorando o que o demônio disse. O desgraçado olha para Castiel com um sorrisinho e volta sua atenção aos Winchesters.

- Não há cura. - ele responde. Eu sentia a raiva crescer, não só em mim, mas em todos ali e, principalmente, no meu pai.

- Tem alguma ideia de quem somos? - meu pai diz, como uma ameaça.