5. De volta ao bunker

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- E quando eu vou poder ir aí de novo? - pergunto ao telefone, encostada no meu carro novo, que tio Ethan me deu de aniversário. Um Chevy Chevelle SS 396, 1968, preto. Ele era lindo demais e eu estava cuidando dele como se fosse meu bebê.

Naquele momento, eu estava conversando com tio Sammy, apenas checando como eles estavam desde que todo esse lance com a Escuridão começou. Aquele dia que conversamos os dois finalmente me explicaram tudo o que estava acontecendo.

Meu pai e meu tio me contaram que Dean precisou usar a Marca de Caim para destruir um Cavaleiro do Inferno, mas no fim, acabou se tornando um. No entanto, tio Sam conseguiu salvá-lo. Só que a Marca precisava ser tirada. E com isso, surgiu Amara. Eles já estavam lidando com tudo isso quando me conheceram.

Os dois preferiram que eu voltasse para casa, voltar a morar com o tio Ethan. Eles não sabiam o que poderia acontecer, então, por precaução, preferiram me manter longe. Pelo menos, fisicamente. Porque eu continuava falando com eles praticamente todos os dias.

Assim como agora.

Então, depois de mais alguns dias com eles, conhecendo um pouco melhor até de Castiel, voltei para o Arizona.

- Logo, eu prometo. - tio Sam responde. Dá para perceber o seu cansaço apenas pela voz. Eles têm tentado de tudo para acabar com a Escuridão. - Acho que temos um plano para acabar com a Amara, mas... eu ainda não tenho certeza.

- E o meu pai? Ele está bem? - perguntei.

- Você sabe. O mesmo de sempre. Metendo o peso do mundo nos ombros, sem pedir ajuda. - ele responde, dando uma curta risada sem graça no final. - Falando no diabo... Vou colocar no viva-voz.

- Ei, Lexi. - escuto meu pai dizendo. - Como tá indo?

- Bem, eu acho. - ri no final. Nem eu acreditava naquilo. - Com o Brandon se mudando e tendo que passar longe de vocês é meio chato mas... Acho que sobrevivo.

- Pelo menos você tem a companhia do seu tio ranzinza. - ele brincou, eu e tio Sammy rimos. - Prometo que logo vamos nos ver, tá bem? Estamos perto de pegá-la e tudo vai ficar bem.

- Eu sei. Confio em vocês. - respondi. Do outro lado da rua de onde eu estava, saindo de um necrotério, vinha tio Ethan, vestindo um terno, fantasiado de FBI, como eu costumava o dizer. - Eu preciso ir agora. Amo vocês.

- Também te amamos, filha. - ele respondeu, me fazendo abrir um sorriso. Desliguei o telefone em seguida e entrei no carro, acompanhada do meu tio.

- Com quem estava falando? - ele pergunta assim que entro no carro.

- Só checando se meu pai e tio Sammy estão bem. - respondi. Ri da cara estranha que ele fez ao ouvir quem era. - O que encontrou? - perguntei, mudando de assunto.

- Com certeza foi um vampiro. - ele responde, me mostrando umas fotos da vítima. - Qual é o próximo passo? - ele me questiona, me testando.

- Precisamos ir para a cena do crime, descobrir alguma outra pista para encontrar o ninho do desgraçado. - respondi, com um sorriso convencido, dando partida no carro.

- Isso aí. - ele respondeu, orgulhoso.

Desde de tudo que aconteceu com a gente, descobrir sobre monstros e tudo mais, tio Ethan mudou um pouco sua mentalidade sobre não me deixar ter contato com isso. Alguns meses atrás ele nunca me levaria para ajudar em um caso, mas ele percebeu que eu era mais parecida com a minha mãe do que ele acreditava e tinha medo que eu fizesse alguma besteira.

Então, para evitar isso, ele preferiu começar a me levar junto com ele, ajudando só com as pesquisas, é claro. Pelo menos, por enquanto.

Eu até me contentava com isso, afinal, era bem interessante saber mais sobre o sobrenatural.

The Family Business - Livro 2 (She Has My Eyes)Onde histórias criam vida. Descubra agora