Em uma casa não muito longe dali...
Um homem e sua esposa se arrumavam para irem dormir, depois de mais um dia cansativo de trabalho e buscas incansáveis pelo filho. Os dois, que se encontravam no banheiro escovando os dentes, sentiam a dor de ter um filho desaparecido, no entanto o padrasto do menino era o que parecia demonstrar mais, fisicamente. Aquela briga pouco antes de seu sumiço o fazia se sentir culpado pelo o que havia acontecido.
A esposa, que terminou de escovar os dentes primeiro, apenas beijou a bochecha do marido e saiu, indo em direção ao quarto, se deitando em seguida. O homem terminou pouco depois e se dirigia ao quarto, quando ouviu algo no andar debaixo. Preocupado e pensando que talvez pudesse ser o filho que tivesse voltado, ele foi averiguar o que estava acontecendo.
Chegando na cozinha, que era de onde vinha o barulho, ele viu que um de seus pensamentos estava certo: seu filho estava em casa. Abrindo um sorriso aliviado e sentindo algumas lágrimas brotarem em seus olhos, o homem correu em sua direção e o abraçou fortemente.
- Harry! - ele diz, quando o abraçou.
Porém, o garoto não teve reação alguma.
Estranhando a situação, o padrasto se afastou um pouco de Harry e percebeu que o menino tinha os olhos parados, encarando o nada.
- Harry, está tudo bem? - o homem pergunta, segurando um dos ombros do garoto, tentando chamar sua atenção.
O que aconteceu em seguida foi ouvido pela mulher que estava em seu quarto. Ao ouvir um grito do marido, correu até a cozinha e não conseguiu evitar o seu quando viu o próprio filho esfaqueando o padrasto até a morte. Mesmo com os gritos e pedidos da mãe para soltá-lo, o garoto parecia não ouvir nada ao seu redor. Quando finalmente parou e olhou para a mãe, a mulher se assustou com o que viu.
O garoto, além de estar completamente sujo de sangue, tinha os olhos completamente vermelhos. De repente, como uma sombra se desprendendo de seu corpo, a mulher viu uma imagem. Parecia uma mulher, com os cabelos flutuantes e negros, as mãos cheias de garras e os olhos iguais aos do filho, vermelhos como sangue. Em seguida, se transformando em fumaça, a imagem sumiu do local e com isso os olhos do menino voltaram ao normal e ele parecia perdido. Quando finalmente percebeu o corpo do padrasto sem vida em sua frente e a faca ensanguentada em sua mão, se apavorou e chorou copiosamente.
Na casa de Brandon
Lexi's POV
Estava no quarto com Brandon, ele fazia suas atividades da escola e eu lia livros e pesquisava na internet o quanto podia para descobrir o que era essa criatura que sequestrava pessoas e as traziam como assassinos sanguinários. Existiam várias criaturas com as características que Tyler havia nos dito, mas alguma coisa ou outra não batia com as situações que ocorreram nos desaparecimentos.
- Lexi! - Brandon me chamou mais alto, me dando um peteleco no braço, me assustando. - Tá surda?
- Ai, o que houve? - pergunto, esfregando o local onde ele havia me batido.
- Vamos lá jantar, depois você volta para isso. Eu te ajudo, também. - ele diz, fechando seus próprios livros e cadernos e saindo de sua cama. Já que eu estava sentada no chão, ele me oferece sua mão, me ajudando a levantar.
No jantar, Kristen conversou bastante conosco, principalmente comigo, querendo saber mais sobre o meu pai e tio Sammy, o que eles faziam e tudo mais. Eu e Brandon apenas nos encaramos, e então acabei mentindo algo sobre o governo e de eles sempre precisarem viajar. Se ela engoliu essa, eu não sei. Mas eles com certeza iam acreditar muito menos na versão verdadeira. Tive sorte de Brandon acreditar, sinceramente.
James nem comentou muita coisa, mas eu já estava acostumada, ele sempre foi bem quieto. Porém, mais tarde, Brandon me contou que ele anda mais cabisbaixo por conta da bebê que está por vir. Ele está feliz por ter mais um integrante na família, mas está tendo que trabalhar mais do que o normal para poder manter as coisas da casa e ainda ajeitar tudo para a chegada da pequena.
- Às vezes eu queria poder ajudar mais ele, sabe? Mas não consigo emprego nenhum nessa cidade. - Brandon diz, um pouco cabisbaixo. Já estávamos de volta ao quarto, lendo e procurando informações sobre a criatura que estávamos caçando e ainda conversando um pouco sobre tudo.
- Logo você consegue alguma coisa, Brand. Vai ver. - digo, tentando confortá-lo. - E talvez você possa ajudá-lo de alguma outra forma. Como em casa, por exemplo.
- É, tem razão. - ele responde. Em seguida, ouço meu telefone tocar. Era meu pai.
- Oi. - digo assim que atendo.
- Temos notícia do outro desaparecido. - ele diz. Peço para ele esperar um pouco e coloco no viva-voz. Quando sinalizo que pode falar, ele continua. - Ele assassinou o padrasto essa noite. - eu e Brandon nos encaramos, preocupados. - Nós fomos falar com a mãe do garoto e com ele, o menino disse que não lembra de nada. Já a mãe...
- Ela disse algo sobre uma sombra de uma mulher sair do corpo dele, com a mesma aparência que o outro menino citou. - ouço tio Sam dizer. - E que antes disso acontecer, o garoto estava com os olhos vermelhos.
- Eu tenho a impressão que já ouvi essas características antes. - Mary diz, parecendo mais estar falando consigo mesma.
De repente, algo surgiu em minha mente.
- Como eu sou idiota, meu Deus! - digo, fazendo Brandon me olhar com o cenho franzido e escuto meu pai perguntar o que tinha acontecido. - Repararam que todas as vítimas brigaram com alguém pouco antes de desaparecerem? E que as que voltaram até agora mataram apenas as pessoas com quem brigaram? - pergunto, pesquisando por "Fúrias" na internet.
- O que isso tem a ver? - Dean pergunta.
- É claro! - Mary comenta. - Está pensando em fúrias, Lexi?
- Exatamente. - respondo, enviando um link para tio Sammy sobre elas. - Elas são buscadoras da justiça, em tese. Mas na realidade são apenas rainhas da vingança. A justiça delas normalmente são bem sangrentas. E tudo bate, as características, as histórias. Só pode ser isso. - respondo, sorrindo orgulhosa para meu melhor amigo, que tinha o mesmo sorriso.
- O que eu sei delas é que captam a raiva nas pessoas e as usam para se alimentar. - Mary complementa. - Todos desapareceram naquele parque, não é? Provavelmente seu esconderijo é perto de lá.
- E como se acaba com uma fúria? - meu pai pergunta.
- Bem, essa é a parte que complica. - digo. - A arma é fácil, qualquer coisa de prata a machuca. O problema é que a única pessoa que pode matar a fúria é a que está em sua mira.
- Como assim? - tio Sammy pergunta.
- O objetivo da fúria não é o enfeitiçado, mas a pessoa que ela está buscando matar. E, bem, até agora, ela teve sucesso. Então não temos ninguém para nos ajudar.
- A irmã do Jason. - Brandon comentou, preocupado. - Lexi, ela só tem 10 anos, como vai matar uma criatura dessas?
- Tem que ter outro jeito. - meu pai diz, do outro lado.
- Eu acho que tenho uma ideia. - ouço Mary dizer. Eu e Brandon franzimos o cenho, curiosos.
*************
Tudo bem, pessoal? Estão curtindo a história? Espero que sim!
Sobre a criatura, não lembro de nada parecido em Supernatural, mas eu me baseei nas Fúrias da mitologia grega para criar esse ser para a história. Não sei se vocês curtiram, mas achei que ficaria mais interessante do que alguma criatura que já temos conhecimento da série.
Enfim, beijinhos e até semana que vem! 😘💖💕
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The Family Business - Livro 2 (She Has My Eyes)
FanfictionLexi Hayworth seria uma adolescente comum como qualquer outra, morando em Arizona. Extremamente determinada e bem humorada, só após a morte da sua mãe começa a ter uma ligação com o pai, Dean, mas as coisas não são tão simples quanto parecem. Ao con...