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Eram 4 da manhã quando Lydia engoliu uma das pílulas de ansiolíticos que havia roubado da sala de medicamentos, estava suando frio, seu cabelo estava emaranhado de tanto rolar na cama ao tentar dormir, todos os sintomas de estresse em seu corpo diziam que ela precisava fazer o que tinha que fazer.

Lydia Martin caminhou para fora quarto sem pensar duas vezes, seus passos apressados só se atenuaram quando notou o quanto não deveria fazer barulho naquele momento, então apenas caminhou sorrateiramente e desceu as escadas que a levaram ate a sala de enfermaria onde Jared estava internado.

Quando adentrou o local, percebeu que o jovem ainda estava desacordado, desde o espancamento o garoto não havia retornado a consciência, ele apenas ficava ali sozinho até que alguns de seus poucos amigos viessem checar se estava tudo bem.

Martin lhe encarou com desprezo, e então, pegou o travesseiro abaixo da cabeça do menino, e sem recuar, começou a sufoca-lo.

Ela olhou para a tela de monitoramento, o sufocando cada vez mais forte até que seus batimentos, finalmente, zerassem.

Rapidamente, quando havia terminado, Lydia retirou a capa do travesseiro suja de sangue dos ferimentos nos olhos de Jared, substituiu pela sua e colocou o travesseiro de volta no lugar onde devia estar.

Martin guardou o tecido sujo em seu bolso e caminhou para fora dali calmamente, sem levantar suspeitas.

...

- É aliviante saber que Malia soube se defender. - Cora disse sentada sobre Stiles, enquanto trocava o curativo do ferimento na cintura do menino, na cama de seu quarto. - Se eu soubesse o que tinha acontecido teria ajudado Scott.

- Pois é. - Stiles suspirou indignado, nunca gostou de Jared, mas não imaginava o quão longe a imbecilidade daquele garoto poderia ir.

- Caramba da pra ser mais delicada? - Stilinsk gruniu.

- Da pra ser menos fresco? - Ela continuou a limpar o ferimento. - E também... consegue controlar o seu pênis?

- Não com você sentada nele.

- Merda.

———

Lydia lavava a fronha com respingos de sangue na pia do seu banheiro, mas não tinha muito cuidado com isso, porque caso qualquer um perguntasse, ela podia dizer que o sangue era dela mesma devido aos seus ferimentos nas mãos.

Ela largou o objeto na pia, e caminhou para o quarto alongando o próprio corpo, o estresse parecia finalmente deixa-la em paz. Mas não completamente.

Martin prendeu seu cabelo caminhando para fora do quarto novamente, desta vez, indo até o dormitório de Cynthia. Ela bateu na porta, e em poucos segundos, Brooke lhe atendeu.

- O que foi? - Cynthia, que também passava a noite em claro, não se surpreendeu com o olhar cansado da ruiva.

Lydia não disse nada e apenas a beijou, e Brooke não a rejeitou em momento algum, nem por um segundo, mesmo que estivesse surpresa.

- Lydia? - Brooke tentou encara-la, para entender o que estava acontecendo.

- Você quer ou não? - Lydia apertou os lábios, lhe fitando com suas iris esverdeadas.

Cynthia engoliu a seco, afirmando com cabeça e retornando a beija-la.

Martin retirou sua blusa, sendo contemplada pelo olhar extasiado de Brooke, que uniu seus lábios mais uma vez enquanto lhe conduzia até a cama.

A ruiva arfou quando os beijos molhados tomaram seu pescoço, Cynthia prendia suas mãos contra a cama, enquanto deslizava seus dedos por sua barriga, até adentrar em sua roupa.

- Porra. - Lydia se contorceu, cada toque de Brooke em sua pele lhe fazia arrepiar. - Espero que tenha trancado a porta.

...

Eram 9 da manhã quando Malia acordou com gritos estridentes, ela pulou da cama tão rápido que toda sua visão se tornou turva, tentava correr para fora do quarto para saber o que estava acontecendo mas era quase como se seu corpo não lhe obedecesse, estava tudo em câmera lenta, e os gritos eram cada vez mais altos.

Quando finalmente deixou seu dormitório, se deparou com todo o restante do grupo correndo em direção ao quarto de Cynthia.

Seu coração batia tão rápido em seu peito que ela era capaz de ouvi-lo, estava apavorada, se recordava da noite do massacre no Resort e temeu que aquilo estivesse acontecendo mais uma vez.

- LYDIA! - O grito agudo e agonizante de Cora soou por toda a Maresia, o que deixou A37 ainda mas aterrorizada.

Até finalmente conseguir adentrar o quarto de Cynthia, e se deparar com Scott e Stiles retirando o corpo de Lydia caído no box do chuveiro.

- NÃO! - Cynthia gritava e se esperneava nos braços de Ray, seu choro era tão sofrido que assombraria a mente de Malia para sempre.

- DEUS NÃO! POR FAVOR! NÃO! - Cora esbravejava em prantos.

- O que... - As palavras mal saíram da boca de Malia diante de toda aquela cena, começava a lhe faltar o ar, e as lágrimas se formavam em seus olhos.

A37 era inocente demais para saber, que Lydia havia cometido suicídio.

Cristais de Vidro - Scalia 2Onde histórias criam vida. Descubra agora