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Malia encarou Scott ofegante, ainda nua em sua cama.

A37 afastou Mccall e se levantou imediatamente, o chamado de Margot pareceu muito importante para ela. Rapidamente a morena vestiu a blusa que Scott havia lhe emprestado, e caminhou até o guarda roupa em busca de uma calça moletom que era 2 vezes o seu tamanho.

- O que está esperando? Anda logo! - Ela disse para Scott, terminando de se vestir completamente apressada.

O moreno não entendeu tamanha euforia, vestindo sua blusa preguiçosamente, Scott estava sereno demais para quem estava no meio de um impasse de guerra.

Mas logo tratou de acompanha-la quando a garota deixou o quarto como uma ventania. Scott parecia um pouco aflito ao ver Malia caminhando logo a frente entre a movimentação de jogadores, e se ele a perdesse de vista? e se as máquinas pegassem ela? se algo acontecesse e ele não pudesse protegê-la? Porque ela continuava andando tão rápido como se os seus pés tivessem rodas?

Os dois dias que passou ignorando a menina estavam indo por água abaixo agora que a seguia como um tolo entre a multidão.

Metros a frente, completamente fora do campo de visão de A37 ou Scott, Cora e Cynthia haviam se esbarrado no caminho para onde Margot estavam os levando.

- Acha que descobriram algo importante? - Cora indagou, intrigada. - Algo para começarmos com o plano?

Cora se virou para a menina de cabelos longos e cara emburrada, que carregava algo entre os seus dedos. Um caneta, uma simples caneta.

- Espero que sim. - Cynthia suspirou, frustada consigo mesma. - Esses dois dias foram péssimos, não conseguimos nada.

- E sobre o seu plano, o negócio da cura? Vai contar sobre isso a todos?

- Não. - Disse firme. - Isso vai ser algo entre nós, por enquanto.

- Então seremos apenas um grupo de 7 patéticos tentando achar a cura para um vírus mortal que está na terra desde antes mesmo de nascermos. - Cora suspirou, balançando a cabeça negativamente. - As vezes sinto que sou a única racional desse grupo.

- Quer desistir então? - Cynthia lhe provocou.

- Claro que não, só gosto de sempre relembrar o quão isso tudo parece uma piada.

Os jogadores chegaram a sala de estar, Margot tirava algumas garrafas de vinho e um pequeno dispositivo de som da bolsa que carregava, esse era o jeito que conseguiam impedir que as máquinas lhe descobrissem através das câmeras, qualquer um que visse as imagens de todos os jovens na sala no meio da noite acreditaria que não se passava de mais uma festa qualquer.

Todos sabiam bem como atuar, já até tinham feito isso uma vez nesses últimos dois dias, sorriam e conversavam alto sobre assuntos quaisquer para que as câmeras não os entregassem.

- Espero que tenham aproveitado os dias de férias, porque acabou. - Margot disfarçou com um sorriso no rosto, enquanto colocava a garrafa de vinho sobre a mesa, fingindo que iria iniciar algum jogo. - E caso precisem relembrar o porque estamos aqui. Passamos 19 anos das nossas vidas acreditando que éramos privilegiados por estarmos seguros em um Resort e ajudando em um projeto para humanidade, e bem, até que isso era verdade. O que não sabíamos era que nossa participação no projeto era como experimentos que eles massacrariam, legal, não acham? - Margot ironoziu quando a expressão de nojo tomou conta de sua cara.

- Simplesmente adorável. - Lydia surgiu, atrasada como sempre.

Scott estava sentado em um dos sofás, despreocupado, como se só estivesse ali para relaxar. Quando na verdade seu cérebro trabalhava mais a favor daquele plano do que qualquer um ali.

Cristais de Vidro - Scalia 2Onde histórias criam vida. Descubra agora