- O que está acontecendo?! - A37 adentrou a enfermaria, mas foi segurada por Stiles antes que se aproximasse da ruiva.
Havia uma grande movimentação dentro daquela sala, e não podiam deixar que nada atrapalhasse a tentativa de salvar a vida de Lydia.
- O QUE ESTÁ ACONTECENDO?! - Malia se debateu nos braços de Stiles, que também estava em lágrimas. - POR QUE NINGUÉM ME FALA O QUE ESTÁ ACONTECENDO?!
Tudo ao redor era um caos, haviam muitos outros jogadores que A37 sequer conhecia dentro daquele espaço, quando olhava para trás, podia ver Cora ajoelhada no chão em um pranto doloroso, Cynthia estava em estado de choque, mal conseguia respirar, enquanto era amparada por Ray.
Enquanto isso, haviam deitado o corpo de Lydia sobre a maca, e Scott lhe aplicava massagem cardíaca incessavelmente.
- Por favor, Lydia, por favor. - As lágrimas de Scott escorriam por seu rosto. - Por favor, volte.
Enquanto Mccall continuava a RCP, outras jogadoras conectavam Lydia à máquina de monitoramento, para que pudessem ver seus batimentos cardíacos, mas eles nunca saíam de zero.
Os minutos se passavam, tudo ficava cada vez mais perturbador, haviam vozes para todos os lados dizendo coisas que Malia não entendia.
"Algum sinal de álcool?"
"Overdose?"
"Qual a substância?"
"benzodiazepínicos."
"Quantos comprimidos?"
"Porra, eu não me lembro."
"Não temos equipamentos! Não temos nada aqui!"
"Desfibrilador?"
"Não temos a porra de um desfibrilador!"
- Scott... - Cleo, uma das jogadoras do time dos lobos, disse baixo, ganhando sua atenção.
E apenas pelo olhar da garota ele sabia exatamente o que ela queria dizer, não havia mais volta, não tinha mais porque tentar, eles estavam ali a tempo demais.
- Não. - Mccall limpou as lágrimas de seu rosto, continuando a RCP ainda mais dedicado, rápido, e forte. - Volte, Lydia, você precisa voltar.
E talvez, Martin houvesse ouvido suas palavras, porque logo seus batimentos ressurgiram na tela de monitoramento.
- Meu Deus. - Stiles observou os números da menina subirem gradativamente, mal podia acreditar, Lydia estava viva, e seu coração nunca havia experimentado tamanho alívio quanto aquele. - Porra! - Ele sorriu entre as lágrimas.
Cora e Cynthia se aproximaram imediatamente ao ouvir o barulho dos bipes, extasiadas, fitando os batimentos cardíacos da menina com os olhos arregalados e marejados.
Cora caiu ao chão, perdendo as forças de suas pernas, boquiaberta, paralisada.
- Encontramos! - Um grupo de jogadores chegou com alguns equipamentos em mãos.
- Ótimo. - Cleo iniciou o processo imediatamente.
- O que é isso? - Scott perguntou assustado.
- Vamos fazer uma lavagem gástrica. Ela vai ficar bem, Scott, ela vai ficar bem.
...
Haviam passado algumas horas quando Cora retornava do banheiro, após longos minutos de vômitos e enjoos devido ao pânico que presenciou, estava abatida, assim como todos os outros.
Ela caminhava pelos corredores em direção a sala de enfermaria, no caminho, podia encontrar Stiles cabisbaixo sentado na escada, junto a Scott e Ray, em silêncio, apenas sentindo tudo aquilo, e se perguntando a mesma pergunta que todos faziam:
"Por que?"
Então, ela desceu as escadas, agora se deparando com Cynthia e Malia, sentadas no chão do estreito corredor de paredes brancas e azuis.
Cynthia tinha seu rosto vermelho, olhos inchados, aflita e distante, até que disse:
- Ela ainda não acordou.
Hale desviou seu olhar para A37, que ainda estava em lágrimas após entender o que havia acontecido.
Cora assentiu, engoliu a seco, e disse:
- Vou vê-la mesmo assim.
Ela caminhou mais alguns passos, e quando adentrou a sala, Lydia havia acabado de acordar naquele exato momento.
A ruiva tinha seus olhos arregalados, assustada, encarando tudo ao redor.
- Lydia?
Elas se fitaram por longos segundos, desacreditadas, até que Hale se aproximou e lhe abraçou, e as duas caíram em lágrimas.
- Por que?! - A voz embargada de Cora quase soou inaudível.
- Me desculpa. - Lydia a abraçou forte. - Por favor me desculpa.
Hale segurou o rosto inundado de lágrimas de Martin, e indagou:
- Por que fez isso, Lydia?!
A ruiva balançou a cabeça negativamente, em seu choro mais profundo.
- Porque tem coisas que você não sabe.