Malia engoliu a pílula que estava em suas mãos com um gole de água, enquanto Scott lhe observava escorado na maca da enfermaria.
- Não é tão ruim. - Ela disse, se referindo ao fato de tomar remédios, Mccall havia dito que ela não poderia fazer aquilo muitas vezes porque lhe faria mal.
- Só vamos nos certificar que não tenhamos mais descuidos como ontem a noite, ok? - Ele sorriu.
- Sem bebês. - Ela assentiu. - Eu não gosto de bebês.
- Você nunca viu um bebê.
- Vi em um filme, eles são assustadores, pequenos, gritam, não entendem nada do que dizemos e não sabem como correr ou lutar. - Disse convicta.
- Você já foi bebê um dia. - Cora desceu as escadas, adentrando a sala onde os dois estavam. - Todos fomos.
Cora olhou para a cartela de pílulas do dia seguinte em cima da mesa, era exatamente o que precisava, pegando uma delas.
- Sem julgamentos, foi um dia difícil, todo mundo mereceu uma boa noite. - Hale disse, engolindo a cápsula. - E se apressem, vamos partir para a guerra logo logo.
A menina simplesmente deixou a enfermaria sem se despedir.
- Acho que ela também não gosta de bebês. - A37 disse.
Scott sorriu.
- Quando é a sua próxima menstruação?
Malia pensou por alguns segundos, noção de tempo ainda não era uma das coisas mais fáceis para seu cérebro processar.
- 3 semanas.
- Ela pode vir um pouco antes, é o que o remédio faz, não se preocupe.
- Entendi. - Ela sorriu sem os dentes.
Scott se aproximou, encarando seu rosto, ele segurou sua face com uma das mãos e a beijou.
- Vamos, estão nos esperando.
...
O grupo de amigos terminava de arrumar seus trajes, eram pesados, pretos, com inúmeros bolsos e um resistente colete, as botas eram realmente grosseiras, mas os permitiam correr muito bem, haviam luvas de couro e muitos suportes para armas em suas calças.
E tinham seus nomes grifados em cada um deles, haviam encontrado tais trajes na sala de equipamentos, o que aparentemente os fez pensar que, se tudo estivesse normal, eles teriam se mudado para a Maresia mais cedo do que pensavam, já que tudo ali já parecia perfeitamente pronto esperando por eles.
- Essa merda é tão quente que parece que estou abraçando o capeta. - Stiles resmungou, tentando se acomodar na roupa.
Ao ouvir a palavra "capeta", apenas um nome veio na cabeça de Cora, então, ela indagou:
- Alguém viu a Rose?
...
Bem, naquele momento, Rose estava em uma sala vazia sentada em uma cadeira a frente de J.C no prédio das máquinas.
- Por que precisa ficar olhando para mim? - J.C indagou com sua voz fraca enquanto recebia um pouco de oxigênio que a misericórdiosa Rose Willians permitiu.
- Olhar para você me traz desgosto, e desgosto me dá mais motivação.
- Você não desiste, não é? - Ele sorriu, sentindo seu coração bater mais devagar do que deveria.
- Não quando estou quase lá.
Quase lá? J.C indagou dentro de sua mente, ele tinha medo de que ela realmente conseguisse ativar o prédio, porque sabia o quanto Rose era inteligente para conseguir o que queria, ela era exatamente como L.
Willians fechou sua expressão subitamente, como se algo houvesse finalmente clareado diante de seus olhos.
Ela levantou da cadeira, e caminhou imediatamente para fora.
- Merda. - J.C rangeu entre os dentes.
De fato Rose era muito parecida com sua mãe, e era por isso que em todo o tempo ela tentou pensar como L para que pudesse desvendar os mistérios daquele prédio, mas agora, por um segundo, Rose pensou com a sua própria mente, refletindo sobre como ela mesma arquitetaria aquele prédio, e então, percebeu que suas ideias pudessem ser as mesmas que a de L.
Willians adentrou o quarto de L, ela sabia que haveria algo lá, algo óbvio, porque esse era o intuito.
A máquina chefe sabia que tinha uma reputação de ser extremamente inteligente e maníaca, todas as outras máquinas imaginavam que talvez a mulher tivesse alguma sala secreta ou algo do tipo escondido em algum lugar no meio do nada, onde ninguém nunca seria capaz de rastrear, eles jamais sonhariam que algo assim estaria no quarto de L, ao lado de tudo e todos, por isso ela sabia que aquele era o lugar mais seguro para esconder qualquer coisa que precisasse.
Rose parou por um momento, tentando visualizar em sua própria cabeça onde algo importante poderia estar, mas sua paciência não lhe permitiu permanecer imóvel por tantos segundos, ela apenas começou a vasculhar tudo frenéticamente, porque tinha certeza que encontraria algo, mesmo que sequer soubesse o que.
...
- Tem certeza que consegue respirar normalmente? - Stiles analisava as pupilas de Lydia, como se soubesse o que estava fazendo.
- Como eu não teria? - Martin retrucou.
- Se sente fraca?
- Nem um pouco. - A ruiva pareceu impaciente, batendo seus pés contra o chão.
- Ok, acho que tá tudo bem. - Stilinsk suspirou. - Todo mundo preparado?
- Perfeitamente. - Cora estava sentada desleixadamente no chão.
- Eu to com preguiça. - Malia disse.
Mas de repente, alguém abriu a porta da sala onde estavam.
- Rolou uma sobrecarga na rede elétrica do prédio, ta começando a porra de um incêndio, deem o fora! - O jogador disse, e correu.
- Porra!
Eles recolheram todas as suas armas e correram, puderam observar o fogo começar a se alastrar rápido demais, coisas explodiam e as luzes se queimavam, mas haviam sidos avisados a tempo o suficiente para que conseguissem deixar o prédio ilesos.
Chegaram no exterior da Maresia, confusos, tentando entender se tudo aquilo era pura má sorte, ou se as máquinas tinham as mãos nisso.
- Onde está Cynthia?! - Lydia gritou.
Eles procuraram a garota entre a multidão de jovens que corriam pelo gramado, mas encontraram Cynthia presa no prédio, podiam vê-la através das imensas janelas de vidro, em um dos últimos andares.
Nenhum dos 6 pensou duas vezes antes de correr de volta para dentro do prédio, exatamente ao mesmo tempo.
- NÃO, NÃO, NÃO! - Brooke gritou, batendo no vidro. - NÃO VOLTEM! NÃO VOLTEM! VOCÊS VÃO MORRER!
Mas eles sequer podiam ouvi-la, e mesmo se pudessem, jamais a obdeceriam.
- NÃO! VÃO EMBORA! PAREM DE SER ESTÚPIDOS, VÃO EMBORA! - Cynthia esbravejou, observando o fogo tomar conta de todo o prédio em volta da sala onde estava presa. - PORRA!