Scott podia escutar o seu coração bater como se estivesse dentro de seu ouvido, todo e qualquer barulho ao redor estava distante, abafado por seu ritmo cardíaco acelerado.
Enquanto D o arrastava para fora, ele finalmente tomou alguma coragem para olhar o corpo de Rose caído no chão, os cabelos longos e pretos da menina tampavam seu rosto, e de alguma forma, aquela cena despertou memórias que tornou tudo ainda muito pior.
A 3 anos atrás, no auge de seu relacionamento turbulento com Rose, Scott caminhava pelos corredores do Resort como se não fosse capaz de escuta-la berrando em suas costas.
- Como você pôde acreditar nisso?! - Willians lhe seguia enfurecida. - Por que eu sempre sou o monstro?!
Naquele momento, Scott não negaria que estava enfurecido também, enfurecido porque Rose retornava a gritar e perder a cabeça por ouvir algo que sequer saiu da boca dele, ele não havia dito que acreditava que ela havia tentado armar contra Lydia nos jogos em nenhum momento, Rose havia ouvido isso bisbilhotando as conversas de Cora com Stiles, mas o preço sempre caía sobre as costas de Scott.
De qualquer forma, Mccall não diria uma só palavra até que ela parasse de gritar.
- Elas me xingam o tempo inteiro e você nunca sequer me defende! - Rose adentrou o quarto de Scott logo em seguida dele, o moreno não era capaz de impedi-la. - Agora estão me acusando de tentar matar aquela vadia ruiva de merda e você não diz nada!
- É melhor você tomar cuidado sobre como fala dela, quem você pensa que é? - Suas palavras furiosas saíram entre os dentes quando se virou para ela pela primeira fez, a encarando no fundo de seus olhos.
- Então ela você defende. - Willians soltou um riso irônico. - Maldito.
Rose lhe deu um tapa no rosto, Scott sequer pareceu se importar, mas ela permaneceu a empurra-lo, estapea-lo, em completas e cruéis palavras de ódio.
Até que em certo momento, ela lhe deu um tapa tão forte que fez o ouvido de Scott sangrar.
Ele levou a mão até sua orelha, sentindo o sangue escorrer.
- Isso é culpa su... - Antes que Rose terminasse de falar e se aproximasse mais uma vez, Scott a segurou pelos pulsos, e disse:
- Sabe porque eu nunca defendo você? porque no fundo sei que tudo que falam é verdade, você arranca sangue de mim toda vez que surta, você acha que isso é normal?!
Rose Willians lhe encarou por alguns segundos, depois disso, ela pegou o abajur da mesa ao lado e bateu contra a cabeça dele com tanta força que abriu um corte enorme no couro cabeludo de Mccall.
Em uma respiração pesada em ódio ela tentou acerta-lo mais uma vez, porém Scott, em uma tentativa de impedi-la, a empurrou para longe e Rose acabou caindo e batendo a cabeça contra a quina da escrivaninha.
Ela desmaiou imeadiatamente, caída no chão, com seus cabelos longos e pretos tapando seu rosto.
Em poucos minutos Scott já havia corrido com ela para a enfermaria, enquanto Arturo cuidava da garota deitada na maca, o jovem observava tudo com seu coração acelerado, e seus batimentos soando em seu em seus ouvidos.
E ele se lembrava muito bem de que naquele momento, A37 havia falado com ele.
- Scott, por que seu coração está batendo tão rápido?
Naquela época, Mccall ainda evitava a doce voz em sua mente a qualquer custo, mas agora, voltando para o momento presente onde ele havia acabado de injetar a substância letal em Rose, ele desejava que aquela voz retornasse para acalma-lo mais do que qualquer coisa no mundo.
...
- Stiles? - K adentrou o quarto do jovem, após ele não responder seu chamado.
O garoto estava sentado na beira de sua cama, apático, um olhar vagoroso e uma expressão tão séria que era tenebrosa.
Ele retirou algo de baixo do cobertor, uma arma.
- Stiles. - K congelou, imóvel e assustada. - Onde conseguiu isso?
Stilinsk apontou o revólver para a própria cabeça, destravou a arma, e apertou o gatilho.
Mas nenhuma bala foi disparada.
K caiu em um alívio momentâneo, observando o cartucho da arma mesmo que de longe, e havia apenas uma bala. Stiles estava brincando de roleta russa.
Stiles girou o cartucho, iria tentar a sorte mais uma vez.
- Stiles não!
Quando K tentou se aproximar, Stilinsk disparou mais uma vez, a sorte esteve ao seu lado novamente.
- Da próxima vez, não vou girar o cartucho. - Ele disse calmamente. - Qual é a probalidade, K?
A máquina permaneceu em silêncio, paralisada e aflita.
- Qual a porra da probalidade, K? - Ele ameaçou apertar o gatilho mais uma vez.
- 16,6%- Ela disse.
Esquisitões cientistas, sabem tudo de cabeça.
Stiles disparou mais uma vez, nenhuma bala acionada, uma chance a menos.
- E agora, K?
- 33%. - Ela permanecia assustada, sem conseguir se mexer, estava desesperada e era nítido até mesmo para alguém que sequer era humana.
Ele disparou mais uma vez, e novamente, foi com sorte.
- Stiles, por favor, pare com isso.
Ele finalmente levantou o olhar para ela, lhe encarando no fundo dos olhos, enquanto seu indicador pressionava o gatilho levemente e então disse:
- 50%.
- Por favor, não atire. - Ela suplicou, mas ele sequer fez questão de ouvi-la sem hesitar.
K fechou os olhos com força quando ele apertou o gatilho mais uma vez, e sequer teve coragem de abri-los novamente.
- Só há mais uma chance, K, só uma, se essa bala não atravessar a minha cabeça nesta vez, a próxima com certeza vai.
K abriu os olhos lentamente quando ouviu a voz de Stiles, ele ainda estava ali.
- Ok, então vamos lá. - Stilinsk tomou um suspiro profundo.
- VOU TE LEVAR PARA VÊ-LAS! - O gritou saltou da garganta da máquina em completa agonia e desespero, se era isso que ele queria, iria dar a ele. - Vou te levar para ver Cora.
Stiles sorriu, até que enfim. O jovem tomou um tempo para checar o projétil da arma, em um sorriso irônico, ele o mostrou para K.
- Bem na hora. - Ele disse.
K observou o cartucho, a bala estava posicionada para ser a próxima, se ela não tivesse o impedido naquele momento, Stilinsk estaria morto.
- Por favor... me dê a arma, prometo que vou leva-lo para ver Cora.
- De jeito nenhum. - Stiles balançou a cabeça negativamente, se levantando e caminhando em direção a ela. - Essa é a única garantia que eu tenho. - Desta vez, o jovem apontou a arma contra da cabeça da máquina.
- Tudo bem. - K assentiu.
- Nos leve para vê-las agora mesmo.