17

34 4 0
                                    

- Idiotas, idiotas! como podem ser tão idiotas?! - Cynthia resmungava para si mesmo.

A ideia de que todos os 7 morreriam naquele incêndio só para salva-la e não teriam a chance de confrontar L a aterrorizava muito mais do que ser carbonizada.

Todos eles chegaram, as portas da sala onde estava Cynthia eram todas feitas de vidro, resistente o suficiente para que não se quebrasse com as cadeiradas que Brooke já havia tentando dar para escapar dali.

Mas bem, não deveria ser forte o suficiente para 6 pessoas armadas.

- Para trás! - Stiles gritou, e Cynthia se escondeu em um dos cantos de uma parede. - Todos juntos, Ok?

Eles assentiram, e A37 não demorou a entender que deveriam atirar contra o vidro para libertar Cynthia, e foi assim que todos fizeram simultaneamente, disparando diversas vezes até que o vidro se quebrasse por inteiro.

- Puta merda, puta que pariu. - Cynthia disse ofegante, finalmente deixando a sala que já começava a sufoca-la segundos atrás. - AGORA COMO VAMOS SAIR DAQUI?

- Com sorte.

Ele correram, velozes, torcendo para que não queimassem vivos quando passavam tão perto do fogo que pareciam sentir seu sangue ferver.

- Porra, Cynthia! Onde estão suas armas?! - Cora indagou.

- Eu não faço ideia!

Com sorte, eles chegaram ao exterior da Maresia com nada mais que fumaça em seus pulmões.

- Odeio vocês! - Cynthia gritou, com um sorriso no rosto, enquanto corriam para seguir o restante dos jovens que iam para o prédio das máquinas.

Ela não entendia o quanto eles podiam se importar tanto uns com os outros, ao ponto de todos voltarem ao prédio para salva-la.

A37 sorriu de volta, com orgulho.

Todos haviam se afastado da Maresia, mas se olhassem para trás, ainda podiam vê-la em chamas, e se olhassem para frente, já podiam enxergar o prédio das máquinas cada vez mais próximo.

Não havia movimentação, estava silencioso, e nenhuma armadilha parecia esperar por eles.

- Isso não parece bom. - Cora semicerrou os olhos.

Mas sem pestanejar, todos os jogadores adentraram o prédio cautelosamente, com seus sentidos aguçados o suficiente para ouvirem o bater de asas de uma mosca.

- Nunca senti tanta adrenalina no meu corpo, parece uma overdose. - Cynthia murmurou ofegante. - Sem ofensas, Lydia.

Brooke e Martin caminhavam lentamente pelos primeiros corredores de acesso, onde finalmente puderam enxergar através de algumas salas, não estavam vazias, haviam máquinas caídas no chão como se estivessem mortas por cada uma delas.

- Mas que diabos?

A37 não experimentava um pingo sequer de medo, estava concentrada, mais que qualquer um ali, e não se importava em caminhar por corredores que lhe separavam de seu grupo até que estivesse completamente sozinha.

Ela chegou em um local mais escuro, de paredes azuis, com muitos armários e coisas que ela não entendia.

Mas havia uma das máquinas, se levantando rapidamente.

- Não, por favor. - H, que havia acabado de acordar, viu uma metralhadora ser apontada para ele através de A37.

- Quem é você? - Malia perfeiçoou sua mira. - E por que eu não deveria te matar?

- Não sei o que está acontecendo, eu não sei...

- Como não?! - A morena esbravejou.

- EU NÃO SEI!

- Por que está gritando com ela? - Scott apareceu de repente, apontando a arma para H.

- Eu não sei o que está acontecendo, acabei de acordar, estive desativado desde o dia do massacre mas... precisam saber que estou do lado de vocês, estou contra L.

Mccall semicerrou os olhos, desconfiado. Até que diversos barulhos de disparos roubassem sua atenção.

Em alguns andares acima, Cora atirava contra algumas máquinas que haviam acabado de despertar e tentavam ataca-la, mas seu pior inimigo estava a poucos metros de distância.

- Vagabunda, você está viva. - Hale arregalou os olhos ao avistar Rose.

- Oi, pequeno vira-lata. - Willians sorriu, parecia até mesmo que veneno escorria de sua boca. - Espero que esteja pronta para morrer.

Cora olhou para trás, coisas se aproximavam dela, eram máquinas, mas não pareciam humanas, na verdade aquelas coisas não pareciam com absolutamente nada que Hale já houvesse conhecido em sua vida, elas eram rápidas, e se transformavam em diversas formas a medida que corriam.

Cora atirou contra elas, mas não fora o suficiente, as tais máquinas bizarras diminuíram o ritmo mas ainda sim continuavam funcionando, até que Rose lhe atacou pelas costas.

- Me solta! - Hale rangeu entre os dentes, finalmente conseguindo acertar a cabeça de Willians com uma cotovelada.

A morena conseguiu correr, deixando Willians e suas máquinas de estimação bizarras para trás.

- Não vai sequer me agradecer? - Rose disse limpando o sangue de seu supercílio, quando L apareceu, em seu novo corpo robótico.

Mas L não disse uma palavra sequer além de lhe lançar um olhar frio, ela não sentia nada por sua filha, nem mesmo gratidão, talvez sentisse até mesmo raiva por Rose ter demorado tanto para conseguir ativar aquele prédio. E havia ativado no pior momento possível.

...

A37 havia perdido Scott de vista após correr dos tiros que vinham de todas as direções, assim como também já não sabia onde estava H, a máquina que aparentemente era aliada a eles.

Porém, o mesmo tipo de máquinas bizarras que Cora havia se deparado, agora perseguiam Malia.

- Merda! Que porra é essa?! - A morena correu para trás, aqueles pedaços de metais do tamanho de um lobo definitivamente lhe assustavam.

Os tais robôs lhe alcançaram, se modificando para que se agarrassem por todo o braço de Malia, e a arrastassem para longe.

A37 não entendeu porque elas não a mataram, não entendeu para onde estavam lhe levando.

Mas quando olhou para trás enquanto se debatia inutilmente, o lugar era escuro, lhe lembrava a sala onde esteve trancada por anos, o que a deixou em desespero.

- SCOTT! - Ela suplicou. - SCOTT!

Scott Mccall pôde escuta-la de seja lá de onde estivesse, o que fez seu sangue ferver em fúria por pensar que Malia poderia estar sendo machucada.

Ele caminhou em passos pesados em direção aos gritos, impaciente, irritado, atirando em qualquer coisa que cruzasse seu caminho.

Não demorou para que todos os seus instintos lhe levassem até Malia, a garota estava sendo arrastada pelas máquinas desconhecidas até uma sala escura.

Impiedoso, eles atirou contra aquelas criaturas milhares de vezes, veias saltavam de seu pescoço em tanta raiva, até que elas finalmente libertaram A37.

A garota correu para os seus braços, assustada, se segurando a ele.

Mas Mccall continuava a atirar contra os robôs que permaneciam vivos, e insistiam a tentar ataca-los mais uma vez.

Felizmente, os tiros incansáveis finalmente abateram as feras.

Malia estava apavorada, ela apenas largou seu braço e o abraçou mais forte, escondendo seu rosto em seu peito.

- Tudo bem, meu amor, está tudo bem. - Ele lhe abraçou, beijando o topo de sua cabeça.

Enquanto a prendia em seus braços, ele encarou a porta da sala distante para onde as máquinas tentavam levar Malia, havia uma pequena placa escrito "A37" no topo dela, e ele soube que aquela era a sala onde a manteram presa por tantos anos.

Cristais de Vidro - Scalia 2Onde histórias criam vida. Descubra agora