Havia sobrado muitos escombros do prédio das máquinas, talvez porque eles fossem resistentes demais, ou talvez para que restasse alguma memória de tudo aquilo que já foi um dia.
Como algo como aquele prédio podia ter ser destruído tão facilmente? Como podiam ter perdido tudo?
Agora, estavam em um dos únicos lugares que lhe restavam, O prédio hospitalar, onde todos os jovens estiveram hospedados nos últimos dias.
Scott estava em pé diante de D, suas mãos estavam algemadas, vestia um dos uniformes dos pacientes que estiveram ali anos atrás, bem pensado, já que ele estava também estava doente, prestes a morrer.
- Seu rosto está tão pálido, parece que está prestes a morrer. - D disse.
Estou.
- Está doente mentalmente. - D pareceu suspirar, sentava à mesa do consultório. - Esse é o seu diagnóstico.
- Me trouxe aqui para me consultar?
D levantou o olhar para ele surpresa, e disse:
- É a primeira vez que te ouço falar nos últimos dois dias.
E pelo jeito a última, já que Scott voltou se calar, com seu olhar vago e pesado mirando algo distante, havia hematomas em sua face, pulsos e mãos, hematomas por se debater demais toda vez que tentavam conte-lo nos últimos dias.
- Você não fala, não come, não dorme. Scott a pouco tempo atrás você estava lutando para sobreviver e agora está se matando.
- Porque meus motivos para sobreviver estão morrendo, trancados em uma sala fria onde você as colocou. - Mccall lhe olhou pela primeira vez dentro dos olhos.
- Sabe que não posso te deixar vê-las.
- Eu já estou algemado da cabeça aos pés. O que acha que vou fazer? quebrar o vidro blindado com a minha cabeça?
- Eu não confiaria em você para vê-las nem mesmo se estivesse em uma camisa de força, escoltado por 200 soldados. - D bateu a caneta na mesa.
- Por que?
- Porque eu criei você, sei do que é capaz, 11 camadas de vidro blindado não te segurariam.
Scott suspirou, voltando a mirar seu olhar para o chão.
- Até quando vai nos manter acorrentados?
D observou a feição extremamente abatida de Scott, mesmo que ele não tivesse tantos ferimentos visíveis ainda sim pareceria destruído, como se estivesse vazio, algo que ela não era capaz de explicar.
- Acha que gosto de estar fazendo isso? Estou protegendo vocês. Se estivessem soltos iriam correndo resgata-las, invadiriam a sala e morreriam infectados com elas! - A máquina subiu o tom, parecia que também estava irritada, com sua mente cansada prestes a explodir. - Eu perdi muitos jovens e não posso perder outros.
Ele não disse nada.
- Realmente ama A37, não é?
Mccall subiu seu olhar pra observar a máquina sentada atrás da mesa.
- Foram conectados desde muito pequenos, se tornaram melhores amigos... então A37 chegou no Resort como um anjo caído do céu e você se apaixonou por ela.