G estava pronta para atender o pedido de K quando D entrou correndo dentro de sua sala.
- EU CONSEGUI! CONSEGUI O ANTÍDOTO! - A máquina gritou eufórica.
- Então vamos logo! - Em um sorriso animado, as duas correram para encontrar Cora e Malia.
Mas enquanto corriam, G avistou Scott e Lydia conversando livremente em um corredor distante, quando os dois deveriam estar presos em seus quartos.
- Você vai, eu preciso resolver uma coisa. - G disse.
- Tudo bem.
Se D tivesse um coração, ele estaria saindo pela boca, corria tão rápido pelas escadas que mal percebeu quando já estava ali, frente a frente a Cora e Malia.
E naquele momento, parte de sua euforia desapareceu quando percebeu o que tinha de fazer.
- Bem... conseguimos um antídoto, que não é capaz de cura-las mas pode retardar o desenvolvimento do vírus por alguns dias. - D começou a dizer.
As duas garotas se aproximaram da parede de vidro, surpresas.
- Mas... só temos uma dose, para uma de vocês. - D abaixou seu olhar. - Precisam escolher quais das duas vai ficar com o antídoto.
- Merda. - D resmungou em seu próprio pensamento, aquilo não deveria estar acontecendo, ela deveria ter feito algo, deveria ter feito qualquer coisa que a fizesse conseguir 2 antídotos, mesmo que fosse impossível, ela precisava ter conseguido.
- Malia. - A Voz de Cora surpreendeu as duas. - Malia fica com o antídoto.
- O que? - A37 arregalou os olhos.
D assentiu, e caminhou em direção a A37 para tira-la dali e isola-la em um consultório.
- Não, Cora deve ficar com o antídoto. - Malia disse enquanto D começava a lhe carregar para fora da cela. - Eu não quero... não quero o antídoto.
Cora assinalou com a cabeça, em um sinal de conforto e dizia que estava tudo bem, mas A37 continuava a lhe encarar assustada enquanto era arrastada para longe.
- Não, por favor, dê o antídoto para Cora. - Algumas lágrimas começaram a marejar os olhos da menina. - D, me escuta, de o antídoto para Cora. Por favor!
- Por favor! Dê para Cora! Ela precisava mas do que eu! Ela vai morrer! - A37 puxava D pelo braço, mas a máquina era muito mais forte enquanto lhe carregava pelos corredores iluminados.
D tentava não escutar os suplicos em meio as lágrimas desesperadoras, ela não podia se quebrar também, precisava se manter firme, precisava fingir que não desejava cair em joelhos ao deixar Cora naquela jaula.
Talvez ela devesse ter sido mais cruel, e sacrificado mais alguém além de Rose, então conseguiria dois antídotos e salvaria as duas, mas ela não podia, ela não podia matar mais ninguém.
Mas estava matando Cora.
- J.C. - A máquina apareceu em seu caminho de repente. - Leve ela, por favor.
Ele assentiu, e D permaneceu ali, esperou que J.C desaparecesse com a garota para que pudesse desabar, e chorar as lágrimas que não podia realmente chorar.
Quando os dois haviam chegado ao consultório, Malia disse:
- J.C, pode, por favor... dar o antídoto a Cora?
A máquina pareceu suspirar, com a seringa em mãos.
- Nós vamos dar um jeito, de salvar Cora também, pode confiar em mim.
Ela não concordou com aquilo, mas fingiu assentir, quando se sentou na cadeira e estendeu seu braço para que ele aplicasse, ela roubou a seringa e correu para fora.
- A37!
A garota correu tão rápido que suas meias escorregavam no piso a todo momento, tentava se recordar o caminho para a jaula onde Cora estava, e em um pequeno segundo que parou para pensar por onde deveria seguir, ela avistou Scott a metros de distância, com pelo menos uma dezena de vidros entre eles.
- Scott?
O olhar de Mccall se cruzou com o dela, abismado, surpreso, ele tentou correr como se realmente pudesse alcança-la, como se não houvesse um monte de barreiras de proteção entre eles, mas logo foi contido por G.
- A37! - Ele gritou, mas a garota retornou a correr para longe.
Quando Malia finalmente passou por D, que estava ajoelhada no chão no corredor, ela arrancou as chaves do bolso da máquina tão rápido que D nem teve tempo de reagir, muito menos de alcança-la quando A37 retornou a correr.
- O que ela está fazendo?! - J.C apareceu.
- Ela vai entregar o antídoto para Cora.
Quando J.C tentou seguir a menina, D o impediu.
- Deixe ela, deixe ela fazer o que quiser.
Malia havia finalmente alcançado o lugar onde estavam trancadas, e enquanto suas mãos trêmulas tentavam abrir a cela a todo custo, Cora se levantava assustada.
- Malia? O que está fazendo? Por que voltou pra cá?
A chave finalmente abriu a porta, e A37 correu até Cora ferozmente, e injetou o antídoto no braço da garota sem que ela tivesse tempo de pensar duas vezes.
Hale olhou para a agulha em seu braço, e sua mente deduziu o que era aquilo.
- Malia... o que você fez? - Seus olhos se encheram de lágrimas.
- Eu não quero te assistir morrer. - Malia respirou fundo. - Eu te amo muito e não posso aguentar te assistir morrer.
Cora arremessou uma almofada em A37, e caiu no chão aos prantos.
- Se me ama tanto, como pôde fazer isso comigo?! Por que vai me deixar te assistir morrer?!
As máquinas haviam chegado, desta vez sem pressa, e Malia soube que aquela provavelmente seria a última vez que elas se veriam.
A37 se ajoelhou no chão junto a Hale, lhe envolveu em um abraço apertado, que foi retribuído com mais calor ainda.
- Por favor, não morra. - Cora dizia entre as lágrimas.
- Obrigada por ter sido a minha família, todos vocês, são as melhores coisas que aconteceram na minha vida.
Scott havia sido o único a conseguir escapar de G, e ninguém sabia como ele havia chegado ali mas de qualquer forma ele havia chegado, porém foi impedido por D no último segundo antes que ele adentrasse aquela sala e fosse infectado.
Enquanto era contido, Scott observou a jaula onde as duas ficavam presas durante todo esse tempo, observou as duas sentadas no chão aos prantos enquanto as máquinas se preparavam para tirar Cora dali.
- Mate mais alguém, você me perguntou se eu estava disposto a fazer barbaridades para salva-las então me faça matar mais alguém e consiga a porra de um outro antídoto! - Ele esbravejou para D. - Me mate! Me use como incubadora e me mate!
D o arrastava para fora, mas os gritos esbravejados de Scott continuavam ecoando para Malia e Cora ouvirem.