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O anúncio de Margot sobre os sérios problemas não era tão necessário assim quando já tinha um enorme buraco aberto no teto acima deles.

Malia e Scott correram, em direções opostas claro, afinal não tinham como alcançar um ao outro com a barreira de destroços os separando ao meio.

A37 se sentiu sortuda quando mesmo que corresse sem saber para onde estava indo ou seja lá para onde tais corredores a levariam, ainda sim conseguiu encontrar a escada de emergência que dava acesso para o andar seguinte.

Mas não tão sortuda quando escombros de pedaços de paredes e metais começaram a rolar pelos degrais, A37 teve de apoiar com suas mãos como se escalasse a escada para conseguir se equilibrar. alguns  dos pequenos destroços atingiam sua pele e feriam, a fazendo lembrar que era muito mais fácil enfrentar situações como essa em um devido uniforme do que de moletom de regata.

Quando chegou, seus olhos foram bombardedos pelas diversas pequenas explosões, pequenas, mais muitas, o suficiente para que pedaços de coisas que não sabia identificar voassem para todos os lados, atingindo coisas que se quebrariam, fios que pegavam fogo e paredes tremendo até que as camadas de tinta começassem a cair até o tijolo.

Ao menos os sapatos fechados que faziam parte do pijama pareciam acolchoados o suficiente para proteger seus pés dos cacos de vidro.

- Ei! - A37 gritou para uma garota prestes a ser atingida pelos novos pedaços de teto que caiam naquele andar.

Malia correu, a agarrou nos braços e a puxou para longe.

- Valeu. - A menina de cabelos curtos e pretos ofegou, assustada.

- Malia! - A voz de Lydia surgiu, a ruiva corria em sua direção, Martin estava ilesa, não parecia ter sofrido nenhum arranhão, A37 ficou feliz por isso.

- Está bem? - Lydia indagou.

Malia olhou para seus próprios braços, os micros cortes começavam a sangrar.

- Sim, estou bem, mas... estamos perdendo tudo. - A37 disse. - Os dados, as informações, tudo.

Martin a encarou fixamente com suas íris esverdeadas, e não precisou dizer uma palavra para transmitir a mensagem de que não deixaria aquilo acontecer.

- Vá encontrar Cora. - A ruiva disse.

...

- O que está acontecendo aqui, K? - Se J.C pudesse chorar, estaria com lágrimas nos olhos, tudo estava sendo destruído de uma hora para outra bem em sua frente, a situação era grave, máquinas a explodir era algo que deveria ser impossível, mas caso acontecesse, era irreversível.

K parou quando observou ele se aproximar, sabia que sua pressa por tentar salvar o prédio não valia mais de nada.

- Desde quando partiu, L sobrecarregou todo o sistema com os planos das realidades virtuais. - K tentou se manter firme em meio aos sons de explosões, e a todos os cacos de vidros que começavam a voar das portas se estourando no corredor onde estavam. - Ela colocou a consciência de todos os jovens de uma única vez dentro do grande computador.

- O que? - J.C pareceu desacreditado, mas não deveria.

Tudo continuava a se deteriorar ali, luzes a piscar, paredes a tremer, mas J.C sequer se moveu, e nem mesmo K.

- Era questão de tempo até que tudo colapsasse com as consequências disto. - Ela não lhe olhava nos olhos, tudo que queria fazer era desistir, talvez morrer, e se livrar de tudo aquilo, nada nunca daria certo, era o fim de tudo.

Cristais de Vidro - Scalia 2Onde histórias criam vida. Descubra agora