Ajudei Daniel com suas crianças, enquanto ele as atendia eu ficava brincando com algumas que estavam esperando para ganhar alta, confesso, foi muito divertido as meninas queriam pentear meu cabelo e me maquiar. Eu deixei me pentearem e era até gostoso ser penteada.
Brinquei de chá com elas, de montar bonecos de lego com os meninos e segurei um bebezinho que não se acalmava com nenhuma enfermeira. Segurei aquela mãozinha gorduchinha e o embalei enquanto ele lutava para não dormir. Com um pouco mais de balanço e sussurros ele adormeceu em meu colo, e não percebe que estava sendo observada.
Quando olhei para porta Daniel estava encostado e tinha um olhar diferente em seus olhos, ele estava hipnotizado com o que estava vendo.
_ não vê você chegar. - coloquei o bebê num dos berços com cuidado para não acordar a ferinha.
Daniel se aproximou devagar com as mãos no bolso dessa vez seus óculos estavam no bolso do seu jaleco.
_ você é mesmo uma encantadora de bebês, ele não gosta das enfermeiras e você o venceu na briga do sono, olha meus parabéns. - Daniel olhou para o bebê e sorriu.
_ tenho jeito com bebês, Melinda adora o meu colo então não vê problema algum.
_ Melinda tem sorte então, Cecília eu gostei muito da sua ajuda hoje com as crianças queria que pudesse vim mais vezes. - ele estava mesmo me pedindo para vim?
_ eu também gostei muito, estar com elas me fizeram muito bem obrigada a você por ter deixado que eu participasse.
_ você será uma ótima mãe eu sei disso - disse ele por fim já cabisbaixo.
_ posso mesmo vim? - perguntei novamente para ter certeza.
_ claro que sim, sempre será bemvinda.
_ obrigada. - sorri contente. Daniel olhou em seu relógio as horas e suspirou.
_ bom está ficando tarde, vou te deixar em casa. - disse ele indo em direção a porta o segui e pensei no que iria acontecer se Marcelo me visse chegando com Daniel.
_ eu posso pegar um táxi. - disse querendo evitar esse desagradável encontro entre os dois.
Daniel parou na frente do elevador e antes de apertar o botão me encarou. Entendendo o que eu estava pedindo a ele sem nem mesmo falar.
_ é acho que pode ser melhor, mesmo eu achando perigoso você ir assim sozinha num táxi. Bom agente se ver então - Daniel estava triste pela minha partida, eu também estava mais era o certo a se fazer.
Apertei o botão do elevador e esperamos em silêncio o elevador subir. Enquanto esperava observei que Daniel não parava de me olhar, e isso estava me deixando desconfortável demais.
Suas mãos mexiam dentro dos bolsos e ele suspirou mudando o foco de seu olhar, aquela vontade que senti na noite do jantar reapareceu, Daniel pareceu sentir o mesmo e nossos olhares se encontraram e foi no mesmo instante que o elevador chegou.
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liberta-me
RomanceCecília Gomes aos trinta e dois anos tem a vida que a maioria das mulheres anseia em ter, um casamento duradouro, um marido rico e com fama o suficiente para os dois, uma bela casa num condomínio fechado com toda segurança que o sistema de controle...