Estava nervosa, minhas pernas não paravam de tremer, estava me controlando para não roer as unhas de tão ansiosa que estava.
Marcelo e eu estávamos distantes de novo, depois que voltamos para casa o antigo Marcelo também voltou, ficando ocupado demais para mim e para qualquer outra coisa, fiz de conta que nada estava acontecendo, não queria me aborrecer de novo.
Ele queria conversar sobre nosso futuro filho, e eu não queria mais brigar com ele sobre isso, iria fazer os exames mesmo que ele não quisesse, e se eu estivesse okay, ele teria que fazer algo, iria me dar esse filho não importava a forma que fosse.
Era por isso que depois de três semanas em casa tive coragem de marca uma consulta com um médico na clinica que Regina me indicou, era uma segunda feira as sete e meia, e eu estava nervosa, odiava médicos ou qualquer coisa relacionada a eles.
Estava com medo dos exames, e dos resultados basicamente com medo de tudo, mais tinha que ser corajosa, ao menos por mim mesma.
Olhei a mensagem de Regina no celular, e sorri com a foto mandada por ela de Melinda sorrindo com a boquinha banguela. A cada foto, a cada aproximação da minha afilhada na minha vida, eu ficava ainda mais ansiosa por um filho, queria viver tudo que Regina estava vivendo.
R= já te chamaram? - perguntou ela ansiosa igual a mim, se fosse por ela estaria aqui segurando minha mão, mais Melinda era novinha demais para estar passeando por aí.
C= ainda não, demora demais! Estou tão nervosa Regina, com medo na verdade do que pode acontecer.
R= não fique, pense nisso como um desenvolvimento de uma gravidez, é o começo de tudo, seu bebê está próximo, se pensar assim o medo vai passar.
Regina era tão sabia, sabia dar bons concelhos, por mais que as vezes eu não a escutasse mais ela insistia em abrir meus olhos.
C= vou tentar pensar dessa forma, quando eu sair daqui vou passar aí quero aproveitar minha bonequinha
R= vamos adorar sua visita, Cecília Pedro perguntou novamente sobre a vaga na empresa, você já pensou a respeito, seria uma boa ideia nesse momento.
Pedro não tinha desistido, e eu havia esquecido disso, queria trabalhar ocupar minha cabeça com outras coisas que não fossem casa e Marcelo e seus problemas.
C= ainda estou pensando, mais acho que você tem razão.
R= eu sempre tenho, boa sorte #vemlittlebaby
Regina havia criado uma # para meu bebê, estávamos na torcida a tanto tempo que nem me lembrava mais disso, sorri comigo mesma e guardei o celular pois meu nome foi chamado.
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Entrei na sala do médico, doutor Daniel Romano, ele era obstetra e também era especialista em reprodução humana. Fiquei a espera dele, mais o mesmo iria demorar mais um pouco pois estava terminando uma inseminação numa paciente.
Enquanto esperava o médico voltar, dei uma boa olhada no consultório dele, os diplomas pendurados nas paredes, de cada especialização que ele havia feito. Até de prêmios que ele havia ganho, parecia ser mesmo um médico renomado e famoso demais para o meu gosto.
Suspirei um pouco entediada, ele estava demorando demais e meu nervosismo quase me fez desistir e ir embora, mais respirei fundo e fiquei esperando. Talvez a imponência grande desse médico me deixasse com receio, ele era especialista de infertilidade de pessoas famosas, não que eu não tivesse dinheiro, tínhamos, mais o caso não era esse, mais sim ele se interessar pelo meu problema.
Estava pensando demais, tinha que relaxar ou iria enlouquecer. Continuei espionando o consultório e olhei os desenhos nas paredes, coisas que crianças iriam adorar, e algumas fotos, se aquele homem das fotos fosse o médico eu tinha ido parado no paraíso, ele era muito bonito até mais do que meu próprio marido, que iria me perdoar por achar outro homem mais bonito do que ele, mais afinal ele era.
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liberta-me
RomanceCecília Gomes aos trinta e dois anos tem a vida que a maioria das mulheres anseia em ter, um casamento duradouro, um marido rico e com fama o suficiente para os dois, uma bela casa num condomínio fechado com toda segurança que o sistema de controle...