Toxic - Tate Langdon

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Capítulo 3

Violet

Os dois dias seguintes foram calmos. Pelo menos o Tate não me tinha enfernizado mais a vida, e eu fui conseguindo fugir da Madison com a ajuda do Michael, que me defendia quando estava comigo. No entanto, quando estava a sair da escola na quinta feira sozinha, fui rodeada pelo grupo dela.

As raparigas fizeram um círculo à minha volta e eu comecei a entrar em pânico. A Madison sobressaiu da rodinha, aproximando-se de mim.

— Violet. Andas a fugir de nós?

Neguei com a cabeça e desviei o olhar para o chão. Agarrei firmemente a alça da mochila, rezando para que ela não fizesse o mesmo que o Tate. Os meus pais tinham ficado chateados por causa do material, mas eu consegui inventar uma desculpa para ter as coisas naquele estado. Disse-lhes que tinha caído e que o zíper da mochila estava aberto, fazendo com que o meu material se espalhasse. A minha mãe ficou desconfiada, mas acabou por aceitar a mentira.

A Madison agarrou o meu cabelo com as mãos, puxando-o e obrigando-me a olhar para ela. Gemi de dor e tentei empurra-la para longe. Ela apenas riu, puxando os meus fios com mais força.

– És uma fracassada. Olhar para a tua cara dá-me vontade de arrancar os meus próprios olhos.

— Arranca-os então. — Sussurrei. Fiquei surpreendida pelo meu ato corajoso, mas fiquei feliz comigo mesma.

Ela ficou enfurecida comigo e atirou-me para o chão. Eu cai desamparada, apoiando a tempo o meu tronco com as mãos e com os joelhos, assim impedindo que a minha cabeça fosse direta para o chão.

Fiquei grata por ver que elas se estavam a afastar, e peguei nas minhas coisas, levantando-me. Gemi de dor ao ver que as minhas mãos estavam raladas e que as minhas calças estavam rasgadas nos joelhos, revelando uma ferida no joelho direito, que sangrava. Teria que inventar mais uma desculpa para explicar aquilo aos meus pais.

Peguei no telemóvel e disquei rapidamente o número da minha mãe. Com sorte ela estaria em casa e dar-me-ia boleia. A minha ferida no joelho tinha começado a arder e não estava com vontade para voltar a pé para casa.

— Violet?

— Sim, mãe. Estás em casa? — Mordi o lábio inferior, nervosa.

— Sim, acabei agora de chegar das compras. Precisas de algo?

— Sim. Eu caí à saída da escola e precisava de boleia se fosse possível.

Ela suspirou do outro lado do telefone, e eu olhei ao redor, nervosa. Queria que ela chegasse rápido antes que o grupo da Madison decidisse voltar para trás.

— Outra vez? Ainda no outro dia caíste e partiste o teu material. — Eu fiquei em silêncio. — Tudo bem, eu vou já buscar-te. Espera por mim no portão.

Guardei o telemóvel no bolso, suspirando. Eu teria que começar a arranjar desculpas mais convincentes porque eles estavam a começar a desconfiar de mim. Eu não queria que eles soubessem do que se estava a passar.

— À espera dos papás? Que sorte. — Estremeci ao ouvir a voz do Tate. Não tinha percebido que ele estava ali. Olhei rapidamente ao redor, vendo que ele estava sozinho também. — Sou só eu, tem calma. Não te vou fazer nada. — Ele encolheu os ombros, encostando-se a um poste ao meu lado.

Ele vasculhou na sua mochila, tirando um maço de tabaco e colocando um cigarro na boca, acendendo-o de seguida.

— Vieste acabar o que a tua namorada começou? — Ergui uma sobrancelha e ele franziu a testa, soltando o fumo pela boca.

— A Madison não é minha namorada. — Tragou mais uma vez o cigarro. — O que é que elas fizeram? Magoaram-te?

Bufei, erguendo as minhas mãos machucadas e apontando para o meu joelho, que ainda sangrava.

— Que te parece? — Perguntei, irónica.

Ele franziu novamente a testa, atirando o cigarro para o chão e apagando-o com o pé.

— Violet, eu -

Ele foi cortada pela buzina de um carro, que eu reconheci como sendo o da minha mãe. Apenas rolei os olhos e me afastei dele.

— Então? Que te aconteceu? — A minha mãe perguntou mal eu entrei no carro.

— Caí. — Encolhi os ombros.

— Vamos lá. Temos que te limpar isso antes que fique infecionado.

Ela arrancou e eu permaneci em silêncio, observando pelo retrovisor a figura do Tate a ficar para trás.