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Capítulo 18

Vejam primeiro o capítulo 17, que não sei porquê, ficou com a ordem errada e aparece a seguir a este!

Boa leitura!

Michael

– Não é o suficiente, Madison! Não pode ser assim, tens que a fazer ficar com medo! – Elevei um pouco o meu tom de voz, frustrado.

Precisava que a Violet ficasse com medo do ambiente da escola, mas pelos vistos ela tinha voltado mesmo mais forte. Que merda.

– Que queres que eu faça mais? Ela costumava ficar cheia de medo só com um olhar, e olha o que aconteceu hoje. Eu gozei com ela e ela foi super agressiva comigo. – Ela queixou-se com uma voz melosa que quase explodia os meus ouvidos.

– Olha, não sei Madison. Faz qualquer coisa. Ela tem é que ficar longe do Tate.

– Não há muito que eu possa fazer. O diretor anda em cima de mim também!

Bufei impaciente, massajando as têmporas com os dedos.

– Sabes que mais? Esquece. Eu faço isto sozinho.

Violet

Estava a meio da aula de Biologia quando o diretor Mark entrou. Toda a turma ficou imediatamente em silêncio e eu comecei a ficar nervosa porque tinha quase a certeza de que ele me ia chamar.

– Peço desculpa por interromper a aula, mas preciso do Tate e da Violet no meu gabinete agora.

O meu coração quase saiu do meu peito quando ouvi o nome do Tate sair da sua boca. Meia trémula, levantei-se e segui o diretor.

Ao chegar à porta, eu e o Tate ficamos num impasse para ver quem saía primeiro.

– Passa tu. – Ele sorriu e eu apenas passei, baixando a cabeça para evitar que ele visse as minhas bochechas vermelhas.

Já no gabinete, mantive o olhar fixo no homem de bigode que estava à minha frente.

– Bom, admito que estou contente por ver que tem corrido tudo bem entre vocês. Certo? – Eu assenti com a cabeça e ele sorriu, continuando o seu discurso. – Como sabem prometi aos vossos pais que ia fazer os possíveis para que houvesse um ambiente saudável entre vocês. Eu e os outros professores estivemos a falar e decidimos propor-vos um trabalho sobre a temática do bullying que terão que realizar em duplas e apresentar no fim do ano.

– Se me permite, senhor diretor, eu acho que o ambiente entre nós é bom o suficiente. Não tivemos mais problemas e isso já é bom. – Apressei-me a dizer. Não queria ter que passar mais tempo com o Tate.

– Entendo o seu lado, mas a vossa história servirá também de exemplo para os outros assuntos, para que comportamentos como estes, Tate, não se volte a repetir nunca mais.

– Sim, senhor. – O rapaz loiro ao meu lado murmurou e eu mordi os lábios, nervosa. Aquilo não me podia estar a acontecer.

– Muito bem, fica então combinado. Comecem lá a trabalhar nisso. Eu depois dou-vos uma data de entrega.

Saí rapidamente do gabinete, caminhando para a sala sem esperar pelo outro ser.

– Quando queres começar a fazer o trabalho? – Ele perguntou já ao meu lado.

– Não sei, quando te der jeito. Quanto mais depressa despachar-mos isto melhor. – Encolhi os ombros.

– Eu sei que o trabalho não muda nada, mas... Eu espero que consigas ver o quão diferente estou.

Parei no meio do corredor ao ouvir aquilo. Ele estava também parado e olhava-me atentamente com um olhar triste, que se cruzou com o meu. Senti o estômago apertar e borboletas voar.

O toque estridente da campainha quebrou o nosso pequeno momento, e eu agradeci mentalmente, correndo para a sala para ir buscar os meus materiais.

...

– Que porcaria! – O Michael chutou uma lata do lixo, assustando-me. – Eu não acredito que ele te mandou fazer um trabalho com aquele rapaz!

Ainda assustada com a sua atitude, tentei ao máximo acalma-lo.

– O que tem? É só um trabalho. Quanto mais depressa ficar feito melhor.

Ele bufou e passou as mãos pelo cabelo.

– Vamos embora desta escola. Ele vai começar a andar atrás de ti agora por causa do trabalho. Ele vai, ele vai começar a -

Não o deixei acabar. Uma súbita onda de raiva consumiu-me, talvez por causa dele estar constantemente a insistir naquela ideia apesar de eu negar sempre.

– Para com isso, Michael. – Elevei um pouco o meu tom de voz e ele calou-se, espantado pela minha reação. – Eu já te disse que não vou sair daqui. Não sejas paranóico, pareces um louco.

Ele forçou um sorriso amarelo e aproximou-se de mim. Porém, eu afastei-me um pouco dele, ainda receosa por causa da reação exagerada dele.

– Desculpa, Vi.

Bufei, encolhendo os ombros.

– Tudo bem, Mike. Eu vou para casa.

Ainda irritada, caminhei rapidamente para casa antes que dissesse mais alguma coisa da qual me viesse a arrepender.

Toxic - Tate LangdonOnde histórias criam vida. Descubra agora