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Capítulo 31

Violet

– Michael, por favor. Ouve-me. Afasta-te daí.

– Tudo bem. – Ele sorriu e eu senti-me um pouco aliviada por ele ter cedido ao meu pedido. – Só se vieres para aqui. Vem para a minha beira e eu não salto.

Olhei para o Tate e para a Nora, que estavam um pouco atrás de mim, pasmos com a cena. A Nora estava boqueaberta e chorosa, e o Tate estava em choque. No entanto, negou com a cabeça para que eu não fosse. Mas eu não podia deixar que o Michael saltasse por minha causa, e por isso, com algum receio, dei alguns passos na sua direção.

Assustei-me quando estava a chegar perto dele e ele me agarrou bruscamente para que eu ficasse perto de si. Reprimi um grito de susto.

– Michael. Por favor. – Murmurei.

– Shhhhh. – Ele mandou-me calar, segurando os meus braços atrás das minhas costas.

– Michael, por favor. Vamos resolver isto. Sai daí, deixa a Violet vir para cá. – O Tate pediu e o Michael gargalhou.

– Isto é tudo culpa tua, Tate. Tudo isto foi causado por ti. Mas sabes, eu vou ser sempre superior a ti. Sempre. E agora quero que te sintas como eu me senti quando me roubaste também a mãe. Nada melhor do que te tirar uma das coisas mais importantes na vida. Que achas?

– Estás louco? Se a amas deixa-a escolher. – O Tate deu um passo na nossa direção e o Michael recuou um passo. Eu estava cheia de medo, o meu coração quase saltava do meu peito.

– Não não, quietinho. Se dás mais um passo podes dizer adeus à Violet. Ouviste?

– Mike... Olha para mim, filho. – A Nora implorou em meio de lágrimas. – Por favor. Não faças isto.

– Para de chorar. Não me és nada, por isso nem me chames filho. És uma cabra mentirosa.

– Mike, eu sei que estás magoado... Mas nós podemos resolver isto tudo. Tal como eu te disse, o teste de ADN não muda nada. – Pelo canto do olho vi o Tate aproximar-se lentamente de nós. Arregalei os olhos, em pânico. Tinha medo que isso nos fizesse cair. Ou pior. Que o Tate caísse.

– Claro que muda. Muda tudo. A linha vida foi toda uma mentira. Agora tens o teu favorito e descobriste que ele é sangue do teu sangue. Que bonitinho, não é? Deves estar aos pulos de felicidade.

– Isso não é verdade. Não muda nada, serás sempre o meu menino também.

– Também. Vês? Ele já é o teu menino agora? – A Nora estava desesperada, tal como eu. O Tate estava cada vez mais perto de nós. – Eu sempre te odiei por o tratares bem. Era suposto tratares o suposto filho da empregada como merda. Mas não. Tu adoravas o Tate. Se calhar sabias de tudo.

– Eu não sabia de nada, Michael.

– Cabra mentirosa. Quero que morras e queimes no inferno. Porque isso é o que -

O Michael foi interrompido por um empurrão do Tate, que nos levou ao chão.

– Sai daqui, Violet! – O Tate ordenou e eu em pânico rastejei para longe dali, ficando perto da Nora.

– Tate. – Chamei, mas ele não me ouviu.

Ele permaneceu ao pé do Michael, na ponta da falésia, e ambos começaram a lutar.

Tate

– Eu tinha tudo! Porque é que tinhas que estragar tudo? – O Michael berrou em cima de mim, socando o meu nariz. Senti uma dor aguda, mas ignorei e apenas o empurrei para longe.

– Tu ainda tens tudo. Eu não quero nada do que é teu. – Respondi, aproveitando para me levantar.

Ele levantou-se e limpou o sangue da boca à roupa. De seguida, gargalhou. Eu olhei-o, confuso.

– Tudo bem. – Ele ergueu os braços em forma de redenção. – Se eu não fico com a Violet, tu também não ficas.

Não consegui raciocinar, ele foi mais rápido do que eu e saltou, puxando-me com ele. A muito custo, consegui segurar o Michael. Fiquei deitado em cima da falésia, seguro a uma pedra com uma mão, enquanto a outra segurava com muito custo o braço do Michael.

– Michael, sobe! – Gritei desesperado, tentando puxa-lo. O peso era muito e eu próprio estava a escorregar. No entanto, apesar de tudo, não o queria largar. No fundo, eu sabia que ele era meu irmão. Não queria que ele morresse.

Ele apenas gargalhou, baloiçando-se no meu braço. Isso dificultou o ato de o segurar e só o fez escorregar mais. Entrei em pânico.

– Michael, irmão! Sobe! Por favor.

– Eu. Não. Sou. Teu. Irmão. – Ele repetiu estas palavras separadamente e de seguida senti algo pontiagudo cortar a minha pele. Gritei de dor e senti a mão do Michael soltar-se da minha.

– Mike! Não! – Gritei.

Violet

O inevitável aconteceu. O Tate tentou a todo o custo manter o irmão seguro, mas ele escolheu cair. A Nora ficou inconsolável. Ao meu lado, caída já sem forças, chorava e baloiçava-se no chão.

– O meu bebé... O meu bebé...

– Tate! – Corri para o Tate, que se mantinha na mesma posição a gritar pelo irmão.

– Vi... Violet, ele... Ele... Não...

– Shhhhh... Está tudo bem... Olha para mim... Não olhes para baixo. Anda. Sai daí.

Ainda atordoado e a chorar, ele saiu da beira da falésia, caminhando comigo para perto da Nora. Ela continuava na mesma posição, e eu abracei-a também.

– Nora. Eu... – O Tate começou, mas foi interrompido.

– Tate, seu... Seu monstro! – A voz da Constance interrompeu o nosso momento de dor.

Toxic - Tate LangdonOnde histórias criam vida. Descubra agora