-25-

662 68 15
                                    

Capítulo 25

Madison

– E se fossemos dar uma volta? – Sugeri, aproximando-me do Tate. Ele apenas se afastou de mim e bufou.

– Não, Madison. Eu não quero ir. Obrigada.

Bufei derrotada. Ao longe, observei a Violet chegar. Perfeito.

– Tudo bem. – Sorri. – Mas ainda temos tempo antes da aula, podíamos ir para o armário da limpeza como antes. – Mordi o lábio na tentativa de o provocar, mas isso não o pareceu afetar.

– Madison, já te disse mil vezes que não quero nada contigo, ok? Estou apaixonado. – Aquelas palavras fizeram a raiva corroer-me por dentro. Tentei segurar o seu rosto na tentativa de o beijar para que a idiota da Violet visse, mas não obtive sucesso. Ele apenas me afastou e saiu de perto de mim, deixando-me sozinha e caminhando para junto dela.

Michael

– Tu não percebes? Não queres o Tate? Então tens que fazer alguma coisa! – Ergui a voz para a Madison.

As coisas andavam a corre mal e a fugir do meu controlo. A Violet andava cada vez mais com o Tate e menos comigo, e eu não podia permitir isso. Nunca.

– O que queres que faça? A Violet agora não se assusta com facilidade e o Tate mal me liga porque anda sempre com ela.

– Isso não me interessa! Isto está tudo a correr mal, tudo a correr mal! – Num gesto de desespero puxei os meus próprios cabelos para trás. Pensa, Michael. Pensa. – Tens que o beijar à frente dela. É isso.

– És surdo? Isso foi o que eu fiz de manhã. – Ela colocou as mãos na anca. – Também já tentei que ele se drogasse, mas nada.

Bufei, irritado. As coisas andavam a fugir do meu controlo e eu não estava a gostar nada disso.

Violet

Passei o fim de semana a remoer a minha conversa com o Tate sobre o Michael. Finalmente eu estava a começar a conhecer um lado do Michael que não me agradava nada. No entanto, queria apenas acreditar que aquilo não passava de uma fase. Talvez ele andasse irritado com alguma coisa e isso fosse passar.

No entanto, na segunda de manhã decidi começar a segui-lo. Ia saber o que estava a acontecer. Não aguentava mais ficar na dúvida e estar com medo de ficar perto do meu melhor amigo.

Assim, depois da primeira aula segui o Michael até à biblioteca. Fiquei desconfiada porque ele costumava querer andar sempre comigo nos intervalos e naquele decidiu que tinha que ir sozinho resolver um assunto qualquer. Bingo. Ele estava a falar com a Madison atrás de umas estantes de livros.

Franzi a testa, num misto de surpresa e confusão. Não entendia o porquê dele estar a falar com ela. Não era ele que me queria proteger dela e tudo mais? Estranho.

Infelizmente não consegui ouvir o que estavam a dizer, mas pelo aspeto a conversa estava a ser desagradável. Estariam a discutir por minha causa? Não queria que o Michael se metesse em problemas por mim. Mas ao mesmo tempo a minha teoria não fazia sentido porque eu já não tinha problemas com ela desde que a empurrei no corredor. O que tornava tudo ainda mais estranho e me fazia ficar mais desconfiada e de pé atrás com ele.

Estava tão distraída a pensar em teorias que quase nem reparei quando o olhar da Madison se cruzou com o meu. Ela disse algo ao Michael, que seguiu o seu olhar e me viu atrás dos livros. Rapidamente virei costas e caminhei para o corredor, como se nada tivesse acontecido. Não queria que ele achasse que eu era uma psicopata que o andava a seguir.

– Violet, hey! – Ouvi o grito dele no corredor e parei. – Andas a seguir-me?

– Eu? Não! – Menti. – Fui ver um livro para inglês. E tu, estavas a falar com a Madison?

– Estava a certificar-me de que ela não se ia meter contigo. – Ele tossiu para clarear a voz.

– Ah, claro. Obrigada. – Forcei um sorriso. – Eu vou para a sala, tenho que falar com a professora de Biologia sobre um trabalho. – Menti mais uma vez. Eu não estava com vontade de falar com ele. Estava demasiado nervosa.

Caminhei na sua direção oposta, mas senti o meu braço ser fortemente agarrado e fui levada para um canto sossegado do corredor. Fiquei assustada.

– Olha bem para mim. – Ele disse sério, enquanto eu me contorcia para que ele me largasse.

– Michael, estás a magoar-me!

– Shhhh! Olha. Para. Mim. – O seu tom de voz era tão ameaçador que tive que me controlar para não chorar ali mesmo. Estava mesmo assustada com a atitude dele. – Eu sei que não foste buscar merda de livro nenhum. Que seja a última vez que me seguiste, ouviste bem? – Com lágrimas nos olhos, apenas concordei com a cabeça. Não queria que ele me fizesse mal. – Tu és uma ingrata, Violet. Sou a única pessoa que gosta verdadeiramente de ti. Tirando eu, estás sozinha. Se não for eu a estar contigo, mais ninguém quer estar.

– Eu não acredito no que estou a ouvir. – Murmurei, ganhando forças para o empurrar um pouco.

– Acredita. Ninguém te quer. Nem mesmo o Tate. Ele anda a divertir-se às tuas custas só. Aquele bastardo -

– Ele é teu irmão. Não fales assim dele. – Ameacei e ele olhou-me surpreso. – Espero bem que esta seja a última vez que falas assim comigo, ou podes crer que nunca mais te dirijo a palavra.

Ele ficou sem reação e eu empurrei-o, dirigindo-me a chorar para a casa de banho.

Toxic - Tate LangdonOnde histórias criam vida. Descubra agora