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Capítulo cheio de novidades! Estava ansiosa por escrever este!
Boa leitura!

Capítulo 27

Violet

Passou cerca de uma semana desde a visita da Nora e da novidade dos comprimidos. Desde aí eu não estive com o Michael. Ele não foi à escola e eu fiquei feliz por isso. Mandei apenas algumas mensagens a ver se estava tudo bem.

– Violet, anda. Vamos chegar atrasados!

Rolei os olhos, pegando na minha mala e correndo para o carro. Era o dia do baile de primavera do colégio, onde o diretor entregava medalhas de mérito aos melhores alunos e essas tretas todas. Os pais iam e todos os alunos, mesmo os não premiados, e a minha mãe estava toda entusiasmada.

– A minha menina vai receber uma medalha! – O meu pai festejou ao volante.

– Estou tão feliz! – A minha mãe ergueu a máquina fotográfica e espreitou para mim. – Olha o que eu trouxe! Vou tirar muitas fotografias tuas no palco e espalhar pela casa!

– Mãe... Vá lá... Não... – Ela riu da minha cara e tirou-me uma fotografia.

(...)

Antes da entrega de medalhas havia sempre o jantar. Eu estava nervosa porque já tinha visto a Nora e o pai do Michael e do Tate, portanto sabia que o Michael andaria por lá. Não o queria encontrar. Só a ideia me deixava nervosa. Os mais pais estavam muito desconfiados por eu não andar mais com ele, mas não se meteram mais no assunto. Ainda bem. Não lhes queria ter que explicar a história toda. Eles nem sabiam do Tate. Ainda bem também. O meu pai ia passar-se se soubesse que eu andava com ele.

Sorri nervosa ao avistar o cabelo loiro do Tate ao longe. Surpreendentemente ele vinha com a mãe. Tentei apenas ignorar a presença dela. Felizmente ela deixou o Tate sozinho. Eu aproveitei para me afastar do meu pai e ir ter com o Tate às escondidas.

– De gravatinha? Uau. – Brinquei com ele e ele riu, olhando ao redor. – O meu pai não me viu vir aqui, não te preocupes. – Acalmei-o.

– Ufa. Está uma bela noite para permanecer vivo.

Ri do seu comentário e ele puxou-me para o jardim do restaurante. Era lindo e estava quase vazio.

– Estás linda. – Ele elogiou e eu senti as minhas bochechas ficarem quentes.

Lentamente ele inclinou-se na minha direção e os seus lábios roçaram levemente nos meus. No entanto, não chegaram a tocar porque alguém bateu contra nós. Assustados, erguemos o olhar e eu vi, surpreendida, o pai dele.

Mordi o lábio, nervosa. Quase tinha beijado o Tate. Mas uma vez, falhamos. O universo estava contra nós. Que nervos.

– Desculpem, meninos! – Ele sorriu. – Olá, Violet. Olá... Tate. – Ao perceber que se tratava do filho, ele ficou tenso. O Tate estava também muito nervoso.

– Boa noite, Harry. – Ele cumprimentou secamente o pai. Era estranho ver o filho tratar o pai pelo primeiro nome, mas no fundo já era de esperar que as coisas fossem assim.

– Tudo bem? – O homem forçou um sorriso amarelo e o Tate permaneceu sério e tenso ao meu lado.

– Claro. – Ele respondeu.

– Então... Vais ser também premiado hoje? – O homem perguntou mais uma vez, sorrindo.

– Isso nunca te importou que eu saiba, também não é agora que vai importar. – O Tate olhou para mim. – Vamos?

Apenas peguei na sua mão e segui-o para o lado oposto do jardim.

– Ele tentou ser simpático. – Argumentei.

– Ele nunca quis saber de mim, Vi. Também não é agora que vai querer saber. – Encolheu os ombros. – Ele nunca foi realmente o meu pai. Sempre escolheu o Michael.

– Sabes... No outro dia a Nora falou-me sobre isso... E disse que nas festas de anos a tua mãe é que nunca permitia que ele estivesse contigo também.

Ele bufou, olhando para o céu e apoiando a lateral da cabeça no meu ombro.

– Vamos apenas manter as coisas colo estão. É muito mais fácil assim.

Sobressaltei-me ao ouvir alguém bater palmas atrás de nós. Levantei-me, juntamente com o Tate e vi o Michael de pé a olhar-nos.

– Lindo! – Ele berrou, chamando a atenção de muita gente para o jardim. – Primeiro roubaste a minha namorada. Agora o meu pai? Porque é que estavas a falar com ele sequer, seu bastardo?

– Michael -

Comecei a falar, mas fui interrompida pelo meu pai, que estava já no jardim, atraído provavelmente pelos berros do Michael.

– Violet! O que é que eu disse sobre andares com esse rapaz?

– Pai, agora não. Por favor.

Tentei segurar entretanto o braço do Tate para que ele não fosse fazer asneiras, mas não adiantou de nada. Ele soltou-se do meu aperto e aproximou-se do Michael.

– Ela não é tua namorada. E quanto ao teu pai, eu não quero saber. Fica com ele todo para ti. Como tens ficado todos estes anos.

– Tu não devias ter nascido. Vieste estragar tudo! – O Michael berrou. O pai dele entretanto apareceu, juntamente com a Nora. A Nora agarrou-se ao meu braço, nervosa e o pai deles foi tentar puxar o Michael para trás. Também sem sucesso. – Sempre fui melhor que tu, e quero provar que o sou! Sabia que gostavas dela. – Apontou para mim. – Por isso aproximei-me dela para te provar que ela me amava a mim e não a ti, tal como toda a gente. Agora eu amo-a, e aqui estás tu a tentar tirá-la de mim.

– Não sejas psicopata! Essa tua obsessão é doentia. Metes-me nojo.

O Michael riu do comentário do Tate.

– És uma piada, Tate. Uma piada. Olha bem para ti. A implorar pelo amor e pelo carinho de toda a gente. Até a tua própria mãe te odeia! Ela devia ter abortado enquanto podia.

O Tate, já vermelho de raiva, partiu para cima do Michael. A Nora berrou para que parassem e o diretor chegou também a correr para ajudar a separar os rapazes.

– Tate!

A Constance saiu do meio da multidão curiosa e caminhou para a beira do filho, tal como a Nora fez, que caminhou para perto do Michael para o ajudar a levantar.

– Tate, tudo bem? – A Nora perguntou enquanto amparava o Michael, que sangrava do nariz. – Eu e tu vamos conversar. – Ela sussurrou para o filho.

– Mãe, desculpa. – Pediu o Tate a chorar. O meu pai agarrou-me o braço para que eu não fosse também ter com ele e eu grunhi em desespero.

Ao contrário do que qualquer mãe faria (dar apoio ao filho), a Constance deu-lhe um estalo.

– Seu merdas! – Ela berrou.

– Hey! – Berrei e o meu pai apertou-me mais o braço para que eu não saísse dali. – Pare com isso!

A Constance riu sem humor e virou-se novamente para o filho, ignorando-me.

– Tenho nojo de ti. O Michael tem toda a razão. A vadia da Nora devia ter-te abortado enquanto teve oportunidade.

Toxic - Tate LangdonOnde histórias criam vida. Descubra agora