Toxic - Tate Langdon

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Capítulo 7

Michael

A Violet era uma rapariga incrível. Tão incrível que eu estava a começar a gostar mesmo dela.

Aos poucos fui-me aproximando e ficamos grandes amigos. O meu único problema era o idiota do Langdon. Ele sempre gozou com ela, mas ela sempre olhou para ele com outros olhos. Isso deixava-me fora de mim. O que me animava era saber que ele era um idiota e que por isso nunca teria chances com ela. Já eu, tinha.

Deixei a Violet à minha espera no átrio da escola. Ela estava muito triste por causa do Tate, e eu tinha que aproveitar aquela oportunidade. Dirigi-me rapidamente à casa de banho e fechei o box. Estava animado com o facto de ter a Violet tão frágil só para mim.

A porta da casa de banho abriu e eu comecei a ouvir vozes de rapazes. Franzi o sobrolho ao ouvir a voz do Tate. Que raiva.

— Estou a dizer-te. Aquela porcaria é mesmo boa. — Uma das vozes disse.

— Já sabes que eu gosto de tudo. - Abri ligeiramente a porta, observando. Era o Tate e o Zack, um rapaz da equipa. — Isto chega?

O Tate retirou algumas notas da carteira. O Zack contou-as e assentiu, entregando-lhe um pequeno pacote transparente com uma substância branca. Bingo. A Violet ia adorar saber aquilo.

— Para já chega, Tate. Mas para a próxima não. Esta é mais cara do que a que te costumo vender.

Eu já nem ouvi mais a conversa. Fiquei animado ao ver aquilo. Mais um ponto a meu favor. A Violet seria definitivamente minha.

Esperei até que eles saíssem e depois segui o Tate. Ele parou no seu cacifo, escondendo a sua compra num porta lápis qualquer, guardando tudo no fundo do armário.

Tate Langdon, estás na minha mão.

Violet

Alguns dias passaram desde o sucesso do com o Tate. Nunca mais falamos desde esse dia, mas o ambiente estava demasiado pesado. Às vezes encontrava-o no corredor e o meu olhar cruzava-se com o dele. Mas não passava disso. Tirando algumas piadas que ele fazia sobre mim e alguns empurrões no corredor.

O Michael, por outro lado, estava cada vez mais próximo. Ele era a única pessoa em que eu podia confiar. O meu único amigo.

Enquanto esperava que ele regressasse da casa de banho, vi o Tate ao fundo do corredor. Ele parou e o nosso olhar encontrou-se. Eu comecei a ficar nervosa e ele esboçou um pequeno sorriso. Eu virei a cara.

— Violet! — O Michael chegou finalmente ao pé de mim, todo sorridente. — Voltei.

— Uau! Desde quando é que ir à casa de banho é tão divertido? — Forcei um sorriso simpático e desviei o olhar para o fundo do corredor. O Tate já não estava lá.

— Não é. Mas estar contigo é.

Ri e tirei a mochila do meu lado, dando-lhe espaço para que ele se sentasse. Mais uma vez olhei para o corredor, talvez na esperança de encontrar novamente o Tate. Que idiota.

— Parece que viste um fantasma. — Ele chegou-se mais para a minha beira e eu pousei a cabeça no seu ombro.

— Nah, impressão tua.

— Ainda estás triste por causa do Langdon?

— Não. — Menti.

— Eu cruzei-me com ele na casa de banho. — Ergui rapidamente a cabeça do seu ombro, fitando-o.

— Ele fez-te alguma coisa? — Mordi o lábio inteiror, nervosa.

O Tate começou a ter algumas confusões com o Michael desde que ele me começou a defender. Eu odiava isso.

— Não, não me fez nada. — Ele suspirou, coçando a nuca. — Mas eu ouvi uma coisa que nos pode ser útil.

— O quê? Estás a assustar-me, Mike.

— Não! Não é nada de mal para nós. Pelo contrário. — Ele olhou à nossa volta, verificando que estávamos de facto sozinhos e depois aproximou-se de mim. — O Tate estava com o Zack da equipa na casa de banho e ele comprou droga.

— Droga? — Estava surpreendida. O Tate sempre foi um rapaz problemático, mas nunca imaginei que ele poderia consumir droga.

— Shhh... Fala baixo. — Ele olhou novamente ao nosso redor. — Sim, droga. Eu segui-o e já sei onde ele a guarda e tudo. No cacifo.

Suspirei. Por mais que o Tate fosse mau comigo, eu não era capaz de o entregar ao diretor. Por outro lado, talvez essa fosse a única forma de o salvar a ele e a mim.

— Mike, eu não sei se nos devemos meter nisso. Eles são muitos. E o Tate...

— Violet, pensa bem. Ele nunca nos vai deixar em paz. Esta é a nossa oportunidade.

— Eu vou pensar, Mike...

Ele suspirou, colocando o braço sobre os meus ombros.

— Sim, Violet. Pensa nisso. — Ele esboçou um sorriso, ao qual eu retribui.

Quando olhei novamente para o fundo do corredor, vi um vulto de cabelos loiros desaparecer bruscamente na esquina.