Toxic - Tate Langdon

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Capítulo 6

Violet

Escusado será dizer que passei o fim de semana todo a pensar no que tinha acontecido com o Tate na praia. Acabei por lhe mandar mensagem no Facebook no domingo à tarde, e acabamos a falar durante grande parte do dia. Descobri que ele era uma pessoa divertida, e percebi que estava certa quanto ao facto dele ser uma boa pessoa longe dos amigos.

Sorri feita idiota quando acordei na segunda e tinha uma mensagem do Tate.

Tate: Não que eu quisesse, mas tive que acordar para ir para as aulas. Então, tem um bom dia XD
[07:02]

Eu: Com aula de inglês à primeira hora acordar não é um problema ahahaha
[07:05]

Tate: Nem imaginas. Quase nem dormi de entusiasmo XD
[07:12]

Eu: Somos dois ahaha
[07:17]

Guardei rapidamente o telemóvel no bolso e despachei-me. Mal podia esperar para ir para a escola. Tinha feito mais um amigo, e era o Tate. Tinha começado a sentir coisas estranhas por ele desde sexta. Sentia-me especial a falar com ele, coisa que não acontecia com o Michael, por exemplo. Era estranho, porque mal tínhamos falado. Mas era uma sensação boa. Parecia que andava nas nuvens.

— Nunca vi tanto entusiasmo a uma segunda de manhã. — Gozou o meu pai, e eu apenas ri, pegando numa maçã. — Queres boleia?

— Não, o meu joelho está ótimo já. Eu vou indo. Até logo!

Quase corri para a rua e caminhei apressadamente para a escola. Com alguma sorte eu ainda o veria antes do toque e talvez pudéssemos falar.

As minhas esperanças foram por água abaixo quando cheguei à escola encontrei o Tate com a equipa de rugby e com a Madison. Senti o meu coração partir e forcei um sorriso. Ele não retribuiu. Se calhar não me tinha visto.

Na sala de aula ele também não me cumprimentou quando entrou. Foi como se nunca tivéssemos falado. Sentou-se no seu lugar habitual com os amigos e eu permaneci de cabeça baixa.

A manhã passou lentamente. A Madison estava mais insuportável do que o normal, e perseguiu-me em quase todos os intervalos para gozar comigo. Apenas tentei ignorar e passar despercebida, sendo também protegida pelo Michael.

A hora de almoço finalmente chegou e eu fui para a cantina. A turma do Michael não tinha aulas de tarde, por isso eu tinha a certeza de que ficaria sozinha, uma vez que o Tate também estava com o grupo dele e continuou a ignorar-me a manhã toda. Teria eu feito algo de errado?

Estava tão nervosa que nem reparei no que peguei para comer. Quando me sentei é que reparei no arroz e na sopa que tinha escolhido. Suspirei, brincando com a comida e observando o Tate ao longe. Ele estava na mesa com a equipa e desviou o olhar quando os nossos olhares se cruzaram.

Tentei comer algo, mas a comida ficou quase intacta no prato. Acabei por desistir e ir arrumar o tabuleiro de uma vez por todas. Ver o Tate tão indiferente a rir com os amigos deixava-me enjoada. Achei que éramos amigos, e por isso tinha esperanças de que ele me falasse.

Voltei ao mundo real após me desiquilibrar e cair desamparada no chão. Quis chorar quando percebi o que tinha acontecido. O Tate tinha colocado o pé à minha frente, fazendo-me cair e ficar coberta de restos de arroz e de sopa.

A cantina explodiu em gargalhadas e as senhoras da cozinha começaram a gritar para que todos se calassem.

— Resto de aborto ambulante. — O Tate gargalhou com os amigos e eu ganhei coragem e levantei-me, ficando cara a cara com ele.

— A sério? Achei que éramos amigos, Tate. — Senti os meus olhos cheios de lágrimas, mas consegui segurá-las.

Ele gargalhou mais, e eu enfureci-me, fechando os punhos e olhando-o com raiva.

— O quê? Isto é hilariante. — Ele franziu a testa, rindo. — Vá lá, Violet. Olha bem para ti. Sê realista.

Apenas virei costas e corri para a casa de banho. Tentei limpar-me o máximo que consegui e depois chorei. Sentia-me humilhada. Tinha sido uma idiota em achar que ele era meu amigo. Estava chateada com ele, e acima de tudo comigo mesma por ter sequer pensado nessa hipótese.

O meu telemóvel vibrou no bolso das calças. Limpei as lágrimas, vendo que tinha recebido uma mensagem.

Tate: Desculpa.
[13:43]

Eu: Tinhas razão. Tu não és uma boa pessoa. Sê realista, Tate.
[13:44]

Depois daquela mensagem ele não me respondeu mais. Mas não havia problema. Eu também não queria mais falar com ele.