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Capítulo 29

Violet

Estava nervosa. O Tate estava a demorar a chegar. Estaria tudo bem? Tinha começado a chover, ele provavelmente estaria ensopado.

Caminhei ao redor do quarto para tentar dissipar o meu nervosismo, mas isso só aconteceu de facto quando ouvi o barulho de pequenas pedras a baterem na minha janela.

Corri rapidamente para ela, abrindo-a.

– Autch! – Queixei-me baixinho quando uma pequena pedra me acertou no braço.

– Desculpa! – O Tate sussurrou, segurando-se à escada de incêndio para começar a trepar.

Dei-lhe espaço para que entrasse e tranquei rapidamente a porta do quarto, não fosse o meu pai ou a minha mãe entrar.

– Estás bem? – O Tate caminhou para perto de mim, examinando o meu braço.

– Sim, shiiu. Faz pouco barulho!

Ele sentou-se na beira da cama e eu sentei-me ao seu lado.

– Bem, não estou a infringir nenhuma regra do teu pai. – Olhei-o confusa e ele riu. – Ele disse que eu não podia passar pela porta, então entrei pela janela.

– Idiota. – Ri da piada dele e abracei-o.

O Tate precisava de todo o meu apoio, e eu estava disponível para o dar. O Michael também, é certo. Mas eu estava ainda magoada com ele. Além disso, estava ainda à espera de uma resposta à minha mensagem. Não o queria pressionar e queria acreditar que ele estaria com a Madison ainda. Ou com a Nora.

– Como te sentes? – Murmurei, acariciando a sua mão magoada.

– Violet... Estou tão perdido agora. – O Tate sussurrou, olhando-me nos olhos. – Mas... Quando olho para ti sei que finalmente me encontrei... Eu peço imensa desculpa por tudo... – Uma lágrima escorreu pela sua face e eu limpei-a rapidamente.

– Shhhhh... Eu sei... Está tudo bem... Eu estou aqui...

Ele sorriu e aproximou-me de mim. Senti os seus cachos molhados tocarem na minha testa e deixei-me levar.

Foi ali, ao som das pequenas gotas de chuva que tocavam na vidraça da janela, que os nossos lábios se encontraram finalmente.

Michael

– Michael... Por favor, olha para mim.

Esta foi a última frase que a Constance me disse antes de eu sair a correr do restaurante. Simplesmente me tranquei no carro e esperei que alguém me levasse para casa. Queria fugir dali apenas.

A Madison tentou ainda vir atrás de mim, mas eu deixei- a para trás. Estava chateado com ela também, ela era uma inútil que nem tinha conseguido afastar o Tate da Violet. Inclusive desistiu logo dele. Fraca.

A minha mente estava completamente confusa. Eu estava sem rumo, toda a minha vida tinha sido uma mentira. Não podia acreditar que eu era a merda de um bastardo.

– Mike... Olha para a mãe...

Parei no meio do corredor e olhei bruscamente para trás, vendo a Nora olhar-me com lágrimas nos olhos.

– Tu nem és a minha mãe! Deixa-me em paz! Eu odeio-te.

– Michael, o que a Constance fez não muda nada. Vais sempre ser o meu filho! O meu menino...

– Muda tudo! Eu não vou dividir mais alguém com o Tate. – Murmurei com raiva. – Além disso, eu não saí de dentro de ti. Tu não me és nada.

– Eu criei-te durante 18 anos! Estava lá quando estavas doente e quando choravas e quando cantavas feliz na sala. Estava lá quando fazias os teus pequenos concertos na sala de estar e quando te magoavas a brincar. Eu estava lá. Sempre estive. Como é que és capaz de me dizer uma coisa dessas? – Ela pela primeira vez berrou comigo enquanto chorava, e eu apenas gargalhei da cara dela.

– És ridícula, criaste o filho da empregada. Não finjas que gostas de mim. Estás toda contente por o Tate ser o teu filhinho. Sempre gostaste dele. E eu odeio-te por isso, sempre odiei. E agora que sei que não me és nada ainda te odeio mais.

Entrei no quarto e fechei a porta com a força toda. Estava cansado e irritado. O Tate tinha levado a melhor mais uma vez.

Bufei, limpando as lágrimas que escorriam pela minha cara e deitei-me de costas na cama, encarando o teto branco do meu quarto. Eu tinha que fazer alguma coisa. Isto não podia ficar assim.

Desbloqueei o telemóvel e sorri involuntariamente ao ver uma mensagem da Violet. Perfeito.

Eu estava frágil, e ela estava preocupada. Era um bom começo. Só me restava usar isso a meu favor.

Toxic - Tate LangdonOnde histórias criam vida. Descubra agora